sábado, 26 de novembro de 2016

O festival de hipocrisia do combate à corrupção

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Devo explicação sobre o fato de estar quase não estar tratando das tais “medidas anticorrupção”.
Porque se trata de uma estanha mistura de autoritarismo, propaganda e de arranjos escusos.
O combate à corrupção no Brasil precisa é que cessem tanto a hipocrisia quanto o favoritismo (a favor de uns e contra outros) e de respeito aos ritos legais e democráticos.
Que temos,tanto como temos leis – e as mais modernas – de regras de transparência de gestão.
Pare um minuto para pensar: que corrupto deixou de ser preso por falta de leis para isso?
Temos centenas de indiciados, uma centena de condenados na Lava Jato.
Delações premiadas mais do que bananas em cachos.
Ladrões confessos soltos, cumprindo em liberdade penas de décadas, porque delataram.
E parece que o crucial para o país são as tais medidas legais contra a corrupção.
Não os corruptos de décadas, mais que sabidos, que são preservados.
A lei só se aplica contra quem não tem bicos enormes e penas multicoloridas.
Aliás, nem vale para quem usa a toga judicial.
A canalha parlamentar articula uma anistia para si, logo depois de ter deposto uma mulher que não tinha sequer uma acusação de corrupção, mas alguns arranjos fiscais que se quis e fez colocar como crime de responsabilidade.
Não de vai achar lugar no mundo democrático onde se criem e reforme leis penais em cima da perna, a partir de abaixo-assinados empurrados pelo poder da mídia e do MP.
Ao embarcar na “onda” impixista, como antes às pautas-bomba de Cunha, o parlamento brasileiro rebaixou-se a um traste chantageável e chantageado, muitas vezes “por merecimento”.
Porta arrombada não tem mais trinco.
Juízes e promotores, com seu poder sem voto, mandam no país.
Quem lhes colocar limites é corrupto.
Aliás, parece que todos são. Menos eles, que só são lenientes com os salários extraordinário que muitos dos seus recebem.
Porque, afinal, os deuses merecem tudo, menos a lei, que vale só para os homens.

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