sábado, 18 de fevereiro de 2017

MP quer anular acordo com Paulo Roberto Costa. Foi porque ele não acusou Lula?

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Diz O Globo que o procurador Deltan Dallagnol pediu a Sérgio Moro a anulação do acordo de delação premiada de Paulo Roberto Costa, por este ter, supostamente, ter mentido em sua colaboração, “o que pela lei seria suficiente para quebrar o acordo firmado”. A mentira seria uma divergência entre Paulo e Ariana Costa quanto ao dinheiro a que ele teria pedido para a filha “dar sumiço”.
Se Moro aceitar, Costa – que está livre desde que sua delação foi homologada pelo Supremo, em 30 de setembro de 2014 e que saiu da prisão domiciliar em outubro passado –  terá inclusive sua sentença anulada e passará a responder às penas da lei de organizações criminosas, que vão de três a oito anos de cadeia.
O que causa estranheza é que as duas delações são antigas e, pelo que relata o jornal, as diverg~encias são flagrentes e motivaram, até, uma “correção”  do ex-diretor da Petrobras. Porque só agora dar, como diz a gíria carioca, a “calça arriada” na combinação?
Será uma retaliação a isso?
Ou é um sinal do MP de que não quer mais delações que possam trazer novos convidados para a festa da Lava Jato?
Sim, porque quem é que se animará a delatar se, por qualquer detalhe, o acordo vai por água abaixo e o delator volta para a cadeia?
Está cada vez mais absurdo este processo a que, miseravelmente, chamam justiça no Brasil.

Agressão de Freire a Raduan Nassar não é só grosseria, é ignorância

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O ministro da Cultura, Roberto Freire, em lugar de absorver, civilizado, as críticas do escritor Raduan Nassar ao  governo de Temer, e responder com espírito (que não tem) e inteligência (que lhe falta) resolveu partir para o “coice” na entrega do Prêmio Camões  ao romancista, sugerindo que ele devolvesse a premiação que, em parte, é subvencionada pelo Estado brasileiro e por Portugal.
Revela não apenas sua estupidez, ao não separar o que é o poder público e seu dever de incentivar a cultura – afinal, ele não tem ligações com ela, mas com a política, apenas – como a sua absoluta ignorância sobre quem é o consagrado autor de Lavoura Arcaica.
Raduan, não só no campo das ideias, deu muito mais ao Brasil. Inclusive em valores sonantes, não apenas morais.
Anos atrás, ele doou sua Fazenda  “Lagoa do Sino”, em Buri, no sudoeste de São Paulo à Universidade Federal de São Carlos, fazer um campus agrícola, com foco na agricultura familiar.
É muito mais do que a mesquinharia que Freire lhe faz.
A única coisa de útil que faz o ministreco – que nunca deu nada ao Brasil, senão sua incrível capacidade de sabujar o tucanato – é dar oportunidade para que mais gente se interesse pela história e pela obra deste grande apaixonado pela terra brasileira, mostrada neste vídeo do Globo Rural, magnificamente conduzido pela glória do jornalismo brasileiro, José Hamilton Ribeiro.
Assista, fala de algo que Roberto Freira nunca entenderá: colocar as pessoas, acima de seu próprio interesse material.
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AGORA FUNCIONA

A hydra judiciária que só a urna domará. Por Luís Costa Pinto

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Luís Costa Pinto escreve hoje, no Poder360, um texto admirável, porque tem a coragem de enfrentar o que está à vista de todos e quase ninguém tem coragem de dizer.
O Poder Judiciário no Brasil não apenas passou a sofrer de hipertrofia como de uma terrível incontinência autoritária. E seletiva.
Projeta-se ou não sobre outros poderes conforme convém, e  como convém modula suas decisões.
O veto à nomeação de Lula e a bênção à de Moreira, afora as firulas, são a intervenção ou a submissão ao Executivo, dependendo de quem lá está.
Soltar Eduardo Cunha das “alongadas prisões de Curitiba”, mais longa ainda para outros, é algo que “vem ao caso” não se discute diante da lei – para todos, inclusive para Cunha – não preveja cumprimento antecipado de pena, mas porque se enfrentam os argumentos de “olha lá que ele vai falar” com o olha lá o que vão falar de nós.
E a todas estas, vai-se indo a democracia e o equilíbrio dos poderes. Aliás, não só com as usurpações supremas, mas também daquele que é, hoje, o incontestável de Curitiba.
Costa Pinto, com toda a razão, só vê nas urnas a força hercúlea capaz de domar a hydra.

Judiciário quer ser Poder Moderador;
STF já ignora freios e contrapesos

Luís Costa Pinto, no Poder360
Os povos de herança anglo-saxã ergueram Estados-nação sobre uma sólida base de tradições jurídicas, separação de poderes e sistema de freios e contrapesos.
Nós os mitigamos a partir de 1891 para apagar da memória a jabuticaba jurídica do Poder Moderador, criado por Dom Pedro I e instituído na primeira Constituição brasileira em 1824 e na Constituição Portuguesa de 1826. Não moderava nada –apenas escancarava a vontade do Imperador acima de tudo e de todos.
Em 1937, Getúlio Vargas mandou que esquecessem de escrever na Carta brasileira a harmonia entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Em 1946, restaurou-se o verniz saxônico com luzes francesas em nossa Constituição, o que não impediu os militares de rasgarem tudo em 1964 e espicaçarem em 1968. Não valia o que estava escrito. Em 1988, restaurou-se a vontade de seguir imitando o mundo moderno.
Mas no Brasil de 2017 a jabuticaba constitucional voltou a florescer –freios e contrapesos deixaram de ser sistema garantidor da ordem constitucional. Foram relegados a definição de maquinário de elevador. Só isso.
O Judiciário está se sobrepondo aos demais poderes da República e seu porta-voz é uma hydra de 10 cabeças –mas a 11ª está brotando no pescoço disforme dessa criatura que nos empurra para as profundezas do inferno da História.
As 10 cabeças não têm a mesma dimensão nem lançam mão dos mesmos ardis. Algumas subjugam outras, há delas que se creem independentes e a mais jovem brota careca e reluzente, embora não por isso inocente, sendo fruto de uma articulação do mais falastrão de todos os pescoços da hydra brasiliense.
Os pais da Pátria, na ausência de legitimidade e pendurando suas reputações num talo de couve, vivem em permanente transe tentando decifrar o que agrada e o que desperta a cólera do estranho ser primal. É difícil saber o que aplaca seus bofes, afinal os padrões de julgamento são fluidos como bile.
Um dia, vale uma tradição e não se pode nomear ministro investigado porque significaria proteção de foro privilegiado. Noutro dia, diz-se que ministro não tem foro privilegiado e nomeá-lo é prerrogativa do chefe do Executivo. Hoje, intervenções em ritos do Legislativo são abjetas. Amanhã, que se mande a Câmara votar de novo uma emenda de iniciativa popular porque os deputados mudaram uma proposição –qual democracia direta, e não o salutar sistema representativo sob o qual ora vivemos.
A supremacia da hydra na capital da República já não obedece mais a freio algum e o contrapeso foi lançado do elevador na direção do andar de baixo. Está-se massacrando a lenta construção institucional brasileira em nome da preponderância de um poder ante os demais como se houvesse apenas 11 biografias providenciais capazes de nos salvar de uma tragédia. Precisamos, urgentemente, de uma eleição geral. Só a urna é providencial –ela nos devolverá a um projeto nacional, salvando-nos dessa série de estratagemas por meio dos quais algumas cabeças coroadas e sem divindade tentam escapar da sanha da criatura que habita num dos lados da Praça dos Três Poderes.
 

Foi Eduardo Cunha que fez Velloso correr do ministério Temer?


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Quem quiser acreditar que “os contratos de  seu escritório de advocacia que exigiam a participação direta dele na defesa dos clientes“, explicação dada em O Globo para Carlos Velloso desistir do Ministério da Justiça, que acredite.
Aos 81 anos, o Dr. Velloso não anda fazendo petição, apenas orienta.
Aconteceu algo e este algo pode ter sido a investida de Cunha sobre Michel Temer, com um questionário de perguntas que tem mais veneno que todo o Instituto Butantã.
Um escancarado “eu sei o que vocês (Temer, Moreira, os empreiteiros, “Érica” e outros) fizeram no verão passado”. Nos verões, aliás, muitos verões.
O fato é que há sinais de uma ação com sinais de desespero do Governo, como a notícia, dada hoje por Tales Faria no Poder360,  de que o Planalto age para impedir que Rodrigo Janot tenha o terceiro mandato na Procuradoria Geral da República.
O Dr. Velloso é mineiro. E viu que a cumbuca onde queriam que ele enfiasse a mão era mais cheia de víboras do que se pensava.
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Istoé perde todos os limites e põe alucinado para atacar Lula

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O grande furo de reportagem da revista Istoé é um sujeito com toda a pinta de desequilibrado que diz ter levado “uma mala de dinheiro” a Lula na “Morro Vermelho”, uma empresa do grupo Camargo Correa.
Trata-se do cidadãoDavincci Lourenço de Almeida, que diz ser “sócio de um ex-acionista da Camargo Correa”, morto há cinco anos.
Veja a apresentação da matéria:
O personagem que estampa a capa desta edição de ISTOÉ chama-se Davincci Lourenço de Almeida. Entre 2011 e 2012, ele privou da intimidade da cúpula de uma das maiores empreiteiras do País, a Camargo Corrêa. Participou de reuniões com a presença do então presidente da construtora, Dalton Avancini, acompanhou de perto o cotidiano da família no resort da empresa em Itirapina (SP) e chegou até fixar residência na fazenda da empreiteira situada no interior paulista. A estreitíssima relação fez com que Davincci, um químico sem formação superior(???), fosse destacado por diretores da Camargo para missões especiais. Em entrevista à ISTOÉ, concedida na última semana, Davincci Lourenço de Almeida narrou a mais delicada das tarefas as quais ficou encarregado de assumir em nome de acionistas da Camargo Corrêa: o transporte de uma mala de dinheiro destinada ao ex-presidente Lula. “Levei uma mala de dólares para Lula”, afirmou à ISTOÉ.
Não precisa força-tarefa para se  ter ideia de quem é Davincci Lourenço de Almeida, basta o Youtube.
Aqui você vê o sujeito em cima de um caminhão pedindo intervenção militar, dizendo-se “químico-físico das Forças Armadas” e contando ter sido procurado para “fazer a nanotecnologia das aeronaves do Exército”. Parei aí, mas quem quiser pode ver o resto.
Já aqui, o “delator” da Isto é faz outra grave denúncia: que a dengue e o zika virus são “manipulações” de Dilma Rousseff e apresentando o “seu” mosquito,  “que não é do PT”.
Em outra, o cidadão diz que Celso Russomano é cúmplice da manipulação de urnas eletrônicas.
E, pra terminar, o simpático delator demonstrando seu produto de alta tecnologia, um polidor de automóveis que “inverte o campo elétrico” e deixa seu carro brilhando.
Pô, Lula, quando você ganhar uma indenização da seríssima “Istoé”, manda alguém fazer uma doação pro Tijolaço, nem que seja um adicional por insalubridade de eu ter assistido essas drogas.
Eu não sei o que acabou primeiro: a inteligência, a decência ou o jornalismo.
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Aécio vai sabatinar seu fornecedor. De campanha, de campanha


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Da repórter Daniela Lima, do UOL:
A campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) pagou mais de R$ 360 mil ao escritório de advocacia de Alexandre de Moraes (recém-desfiliado do PSDB) durante a disputa pela Presidência da República de 2014. Membro titular da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça do Senado), o tucano participará na terça-feira (21) da sessão de sabatina de Moraes, indicado para ser ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
A Coligação Muda Brasil fez a transferência do valor de R$ 364.652, 98 para a empresa Alexandre de Moraes Sociedade de Advogados por serviços jurídicos, como mostram dados da prestação de contas disponíveis no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). 
Moraes afirmou, por assessoria de imprensa, que “prestou serviços de consultoria jurídica nas áreas de Direito Constitucional e Administrativo, inclusive com a elaboração de argumentos, pareceres  e memoriais”. À época, o advogado não era partidário do PSDB. Moraes se filiou à sigla em dezembro de 2015, quando era secretário de segurança pública de São Paulo na gestão de Geraldo Alckmin, e pediu recentemente sua desfiliação, ao ser indicado pelo presidente Michel Temer (PMDB) para uma cadeira no STF.
 Tendo em vista que Alexandre de Moraes será o revisor de um eventual processo da Lava Jato em que Aécio possa figurar como réu, até que não foi caro.

MAIS UMA MENTIRA

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O “sniper” doidão da Istoé deu chabu

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A internet já reagiu à armação da Istoé e já é possível encontrar um portfólio da sandice do tal Davincci .
Nem é preciso escrever muito, as imagens falam por si.
Assim como fica evidente que a revista que elegeu Michel Temer “homem do ano” e teve suas verbas publicitárias multiplicadas desde a mudança do Governo se apavorou com as pesquisas.
Mas, para não encher a paciência do leitor, publico a coleção de imagens do homem que sai na capa da Istoé  denunciando ter levado “uma mala de dinheiro” para Lula.
É só olhar e ver com quem se está lidando.
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Veja mostra que a direita procura sua nova cara

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A leitura da Veja, esta semana, em canhoneio pesado contra o Governo Temer, dá sinais de que a direita, tal como aconteceu sob o governo ilegítimo de José Sarney, tão dominado quanto este pela politicalha e tão enfiado na crise como o atual está  – omeça a procurar sua nova cara, sempre contra o velho “perigo vermelho”.
Não só a Veja, aliás.
Por toda parte, vêem-se os ensaios com João Dória e – fazer o quê? – Jair Bolsonaro.
O aniquilamento das estruturas políticas convencionais – os partidos  e o Governo – além das próprias ações suicidas de ambos passou a ser a palavra de ordem essencial, tal como ocorreu quando se aproximava o final do fracassado período Sarney.
Temer e o valhacouto de investigados que se tornou seu governo parece ter chegado a um poto de definição: ainda tem forças para fazer o mal que dele se espera mas sem qualquer alívio na crise econômico-social que não o faça um estigma para qualquer projeto de conservação futura do poder.
Menos ainda o deplorável Supremo,agora continuamente atacado, inclusive pelos porta-vozes da República de Curitiba, pela qual seus áulicos mais “qualificados” – livres, como as mulheres da PM de deveres de respeito à hierarquia – já afirmam que “o STF é uma piada de mau gosto”.
Dória seria, até, para estas forças, um autoritarismo com modos, uma espécie de “trumpismo” tupiniquim, onde o rico virá botar na casa a ordem que a classe média deseja. Mas Dória não tem a liberdade de rosnar e arreganhar os dentes que  tem Bolsonaro, seu rival na disputa pela posição de Collor 2018.
Nem a de produzir fanáticos orgulhosos de seu delírio, uma espécie de SA hitleriana, onde pobres, gays, índios, nordestinos e mulheres possam ter outra serventia senão obedecerem e conformarem-se.
É difícil mensurar o alcance de cada um, salvo por pesquisas sempre pouco confiáveis: Dória é midia e São Paulo; Bolsonaro é primarismo intelectual e brutalidade verbal.
O fato é que os conservadores “convencionais” já parecem em irremediável decâdencia, como tiveram, no passado, Ullyses e Aureliano, tragados para posições humilhantes pela adesão da mídia ao príncipe das Alagoas.
Se você quer uma boa pista sobre para onde caminha a direita, siga a Veja, inclusive seu “aviso aos navegantes” de que “a jararaca está viva”, ao contrário do néscio Aécio, que finge que ele morreu, porque assim asseguran seus amigos colunistas da grande imprensa, que o largarão com a mesma sem-cerimônia que largaram Temer – aquele que há dois meses atrás “era até bonito” e “entendia de romances”.
Como os urubus, Veja vê de longe a carniça.


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