sábado, 11 de março de 2017

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A “mula” de Temer “tropicou”

mulaafoga
A inacreditável história do “amigão” e assessor de Michel Temer não durou um mês.
Traz a Folha hoje que José Carvalho Filho, entregador de dinheiro da Odebrecht, diz que não foi Lúcio Funaro quem levou R$ 1 milhão ao escritório de José Yunes, em São Paulo.
Yunes, portanto, mentiu sobre a identidade de quem lhe trouxe o “paco” de dinheiro. Mais importante: mentiu sobre a quem se destinava.
Diz a delação de Carvalho que houve outra entrega, em Porto Alegre, no escritório de Eliseu Padilha.
Não havia, portanto, razão para entregar algo a Yunes para que repassasse a Padilha, pois havia uma entrega direta ao próprio ainda ministro da Casa Civil de Temer.
Há pouco mais de dez dias isso já tinha sido registrado aqui:
O provável destino do dinheiro era São Paulo, onde fica a sede da Odebrecht, onde Funaro tinha escritório, assim como Yunes.
Então vejamos: segundo o delator da Odebrecht Cláudio Melo Filho, o grupo que negociava ajuda ao “PMDB da Câmara” era formado por Geddel Veira Lima, de Salvador; Moreira Franco, que é do Rio de Janeiro; Eliseu Padilha, que é tem apartamento no elegante bairro dos Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Ah, sim, tinha também o “MT”, que mora em…
Naquela ocasião, escrevi que havia duas questões a serem esclarecidas na incrível história de Yunes, que era mula, mas não de Padilha.
A primeira, quem levou o pacote, cujo nome está registrado e será conhecido na sexta-feira, quando José Carvalho Filho depuser ao ministro Herman Benjamin. E porque dizer que era Funaro? Provavelmente para enfiar Cunha como o “apanhador” original do dinheiro e livrar Padilha e Yunes do “molha a mão” direto com a Odebrecht.
A segunda, a quem se destinava o pacote. O que, agora, parece estar bem claro.
Que doação legal, registrada, não se faz com entrega de pacotes é evidente.
Fica, então a alternativa que Aécio Neves disse ontem ser imperdoável: “crime praticado por quem obteve recursos para enriquecer pessoalmente”.
E que Fernando Henrique definiu ao defender os recursos de caixa 2 para campanha ou para proveito próprio: é “crime puro e simples de corrupção”.
PS. E, se não bastasse, a empresa de Yunes, repassada a seus filhos, recebeu R$ 1,3 milhões das empresas de fachada do doleiro Adir Assad, tomador de dinheiro da Andrade Gutierrez, Delta Engenharia (aquela de Fernando Cavendish) e UTC Engenharia…
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As águas de março do governo Temer. A suruba do bundalelê

aguas
Os tempos estão, como diz o malandro carioca, de “vaca não reconhecer bezerro”.
A ameaça de delação de Paulo Preto, publicada pela Folha, mesmo sob a indiferença aparente do Ministério Público, deixou – palavras do presidencial Ricardo Noblat – em alvoroço o ninho tucano, pelos serviços prestados pelo companheiro que ficou abandonado por Serra (e Alckmin) na beira da estrada.
Renan Calheiros denuncia nos jornais a ofensiva de Eduardo Cunha, abocanhando espaços no Governo.
O agora estratégico Carlos Marun, a patética última cidadela de Eduardo Cunha na Câmara, que ganhou de presente a vital comissão de Reforma da Previdência, manda Renan se mudar para o PSDB.
turma do Diogo Mainardi diz que não tem problema o Temer cair, desde que seja depois da Reforma da Previdência e se deixe por lá a turma do Henrique Meirelles.
Gilmar Mendes, presidente do TSE, diz que se o Tribunal que ele preside cassar Temer, no processo contra a chapa presidencial – alguém aí lembra do tempo em que juiz não falava de hipóteses de seus processos? – só Dilma ficaria inelegível e Michel, o amigão, poderia ser eleito de novo, até indiretamente, pelo Congresso. Opinião também de Eunício “Índio da Odebrecht” de Oliveira.
E ainda não entrou em cena a lista do Janot.
Mas o governo está unido, sua base está sólida e não haverá dificuldades em aprovar a reforma.
Vocês têm certeza que o carnaval já passou?
PS. E, para completar a dança folclórica, Lauro Jardim diz que os seguidores de Jair Bolsonaro estão fulos com o MBL, que para eles, está protegendo o PSDB. Dia 26, teremos o clássico “Coxinhas x Bolsomitos”
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Para a crise e para o Judiciário, só um remédio: eleição

piao
O Brasil é um país sem segurança jurídica.
Só um tolo pode achar hoje que qualquer pessoa encontrará, na Justiça brasileira, tratamento justo.
“Vai depender”. Depender de quem é, do quanto pode, do como pensa, de ter ou não ter tido funções públicas e de se “cairá na mão” de um juiz ávido por projeção, se o acusado a puder dar.
E se a vítima “interessar à mídia”.
Embora isso seja voltado preferencialmente contra a esquerda e, especificamente,  contra Lula – pode chegar a qualquer um.
Quanto a Lula, sabe-se que será condenado, pouco importando inexistirem provas documentais ou testemunhais de que tenha praticado qualquer ato de ofício em troca de vantagens.
Não importa, há a convicção, generalizada na Justiça e na mídia de que assim deve ser e assim será, porque no Brasil de hoje opor-se aos métodos lavajatianos é  como na Idade Média denunciar a Inquisição.
Enquanto isso, na corte exposta pelos escândalos, segue o baile, ao ponto de um ex-presidente do Senado dizer – e com fatos a ampará-lo – que Cunha abocanha espaços no Governo Michel Temer e que o juiz ferrabrás Sérgio Moro “protege o presidente da República” de suas chantagens.
Francamente, alguém acha que investidores estrangeiros – estes, nos quais os tolos depositam as esperanças de uma economia aquecida – vai colocar dinheiro aqui, exceto para especular no mercado financeiro ou comprar ativos que possam esperar por hora melhor para serem usados, como é o caso do petróleo e das concessões de energia?
Ainda mais com o curto e médio prazos sendo marcados por este “vai subir, mas ainda não subiu” dos juros americanos e com a incógnita – ainda incógnita – Trump .
Só uma coisa pode sanear o clima econômico, político e judicial no Brasil: eleições em 2018 que transcorram sem truques para abolir, por pretextos insólitos, a candidatura Lula e, com isso, legitimem a escolha do novo governante.
Só a eleição e a legitimidade do eleito são capazes de tirar a política dos tribunais e fazer cessar a pressão por um desmonte do Estado que é suicida num país ainda atrasado como o Brasil.
Amanhã, temos um novo “sacode” na vida política do país, com a revelação da primeira parte da “lista do Janot”, seja porque ele o faça, seja porque é inevitável que parte dela vaze para a Veja e/ou Época, boletins extra-oficiais de nosso sistema policial-judicial.
Em poucos dias, novas pesquisas vão registrar que Lula segue crescendo no silêncio e que as migalhas de credibilidade deste governo e do PSDB que o vai engolindo se esfarelam ainda mais.
Em Física, chamamos a essa situação de equilíbrio instável, o do cone sobre o vértice. Própria de regimes que não tem base social, apenas a mídia e o interesse do dinheiro, que o põem a rodar como um pião.

Noblat, Renan, Reinaldo e Moro. Ou como ser devorado pelo que você ajuda a fazer

revenge
Reinaldo Azevedo, em sua coluna na Folha, faz a constatação tardia de  que os ladrões-delatores, “riem, vestidos de branco, livres, leves e soltos, como numa propaganda de absorvente higiênico” e, enquanto esperam o próximo governo, “saboreiam as batatas que Sérgio Moro lhes garantiu”.
Ainda que discorde da forma que Noblat escolheu para criticar Renan, chamando-o, num só artigo, com truques de estilo, de “mentiroso, patife, corrupto, pervertido, depravado, velhaco, pusilânime, covarde”, como regista a sentença da ministra Nancy Andrighi, do STJ, não posso deixar de registar que pagar R$ 142 mil a Renan Calheiros é pena exagerada, ainda mais que sem o obrigar a retirar do ar, como não o fez, a catarata de insultos.
Também discordo de 99,9% do que diz Reinaldo Azevedo, mas não posso deixar de reconhecer que ele está certo ao dizer que  se deu o céu aos delatores e o inferno aos delatados, nas nuvens onde impera o armado arcanjo Sérgio Moro, a personificação punitiva de Deus.
Dito isso, o que merece análise no comportamento de ambos?
Noblat, desde o chamado “mensalão”, prestou-se ao papel de “pena da moralidade”, transformando o seu blog num dos recantos inaugurais do ódio, do xingamento, onde se juntavam as primeiras referências, em nome da honestidade, dos grupos (então protofascistas, agora já sem o “proto”) de direita que viriam a desaguar no bolsonarismo político.  Merece o reconhecimento do “mérito”, ao lado de alguns outros, ter transformado a violência verbal  na única língua do debate político, como 60 anos antes fizera Carlos Lacerda.
Azevedo, autodefinido como pitbull, de igual forma pode ser apontado como um dos criadores do “anjo vingador” ao qual hoje, condena os arbítrios e autoritarismos que se acercam dos políticos de sua temerária predileção. Quando era contra Lula, Dilma e o PT valia tudo, ou quase tudo, porque a partir de certo momento até ele percebeu que Moro “fazia apostas” ao divulgar áudios captados – uso a palavra dele – de forma irregular e ao dizer que a condução coercitiva de Lula tinha sido uma “trapalhada” que “preferiria que MP e Moro tivesse(m) avançado sobre Lula quando tivesse a pedra para esmagar a cabeça”.
Quando, no futuro, escrever-se a história deste tempo de brutalidade que tomou conta do Brasil, certamente Ricardo Noblat e Reinaldo Azevedo terão lugar nas notas de rodapé como exemplos da fúria palavrosa que marca esta era infeliz.
PS. Veja-se aí porque nós, blogueiros que não frequentamos o Piantella, não recebemos visitas presidenciais e não temos as boas amizades  com que ambos posam para fotos e desfilam temos de cuidar das palavras. Só não precisam aqueles que se dedicam a xingar Lula, que não consegue nos tribunais sequer que se reconheça que dois mais dois são quatro. Não haverá, se escorregarmos nas palavras, afirmações do direito de crítica e serão condenações que, com a nossa pobreza atacada de desonesta (mesmo para os que jamais recebemos um tostão em publicidade do governo federal petista), nos serão quase uma sentença de morte.

Cunha indica aliado a cargo chave para a Lava Jato, diz Jardim

gustavovr
Na coluna de Lauro Jardim, agora cedo, há  a informação de que o poderoso (tanto quanto misterioso)  Gustavo do Vale Rocha, ex-advogado de Eduardo Cunha e atual representante de Marcela Temer no caso da censura à Folha e a O Globo, estaria prestes a emplacar um aliado na Divisão de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica do Ministério da Justiça, “por onde passam todas as informações da colaboração internacional da Lava-Jato”.
Coerente, já que Osmar Serraglio, o ministro, é outro adepto de Eduardo Cunha.
Gustavo é quem “vai sentar na cadeira”, segundo Renan Calheiros, se Temer não chamar logo de volta, apesar do “ai, como dói” , Eliseu Padilha, com ou sem pacote da Odebrecht.
Padilha, na melhor das hipóteses para Temer, é, segundo o amigão do presidente, o que recebia encomendas de Lúcio Funaro, “homem-mala” de Cunha.
Vão se tornando de evidente veracidade as palavras de Renan de que Cunha vai aumentando seus espaços no Governo.
O espírito do cunhismo caminha pelo Planalto.
Conseguirá reencarnar o cadáver, que jaz em Curitiba?
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COITADO DO ANDRÉ...

A destruição não-revolucionária deixa ruínas e só faz brotar bestas

bestaapoc
A partir deste final de semana, quando as revistas promocionais do Ministério Público forem às bancas, as chamas que crepitam em Brasília vão começar a tomar as dimensões de um incêndio de Roma.
A tochas dos nossos black blocs bem trajados do Ministério Público vão encontrar farto material inflamável na decisão do Supremo de que são criminalizáveis as doações registradas dos partidos, o que financiou – primeiro, informalmente e, depois, legalmente –  todo o sistema político eleitoral do brasil nos últimos 30 anos.
Como registra a insuspeita Eliane Cantanhêde, no Estadão, “as investigações podem começar pelas declarações oficiais de campanha, percorrer o caminho inverso e desembocar num esquema em que o dinheiro saía de propinas e de contratos fraudados de órgãos públicos e empresas estatais”.
Faltou à colunista da massa cheirosa dizer de quem se irá sentir o cheiro de enxofre e fuçar as contas. Porque, ela própria reconhece, “não há santos nessa história e é preciso investigar, punir e mudar os métodos (e a cultura), mas os diabos não são iguais”.
Ainda assim, isso vai significar uma legião aterradora e passos adiante na destruição deste país onde, para combater a corrupção de centenas de milhões de reais e algumas dezenas de indivíduos não se hesita em provocar a queima de trilhões de reais e milhões de seres humanos.
Não importa que nossos Neros, em algum momento, se assustem e parem de tanger suas harpas.
O fogo toma o freio nos dentes, não há poder capaz de debelá-lo, e a bestas emergem das chamas.
A quebra da institucionalidade feita por um impeachment de razões flagrantemente arranjadas em situações de natureza puramente contábil tanto quanto com evidente motivação golpista foi a quebra do lacre que libertou este processo, volto à Cantanhêde, demoníaco.
Não estamos diante de qualquer revolução, com seu potencial renovador, com a enxurrada que, ainda que violenta,  fertiliza a civilização e a faz brotar humanidade e justiça.
Estamos diante de um pogrom, desta vez não contra judeus, eslavos, protestantes, mas contra a raça de políticos e, com ela, de toda a organização da sociedade, que se torna pasto franqueado ao dinheiro, à dominação, ao saque ainda pior.
E, pior do que tudo, estufa da  tirania, que perde a vergonha que a mantinha nas sombras e surge, horrenda mas aplaudida, para reinar sobre a ruína.
Os que viram 1964 sabem do que falo.

PIADA INFANTIL...

O doutor “posso tudo”

naopode
O Doutor Sérgio Moro disse hoje, no Valor, que não está estressado, depois de tirar, disse ele, “longas férias”.
Portanto, não se pode colocar na conta de estresse as repetidas intervenções brutais que faz no depoimento das testemunhas de defesa do ex-presidente Lula..
Testemunha de defesa, quando o acusado nega a prática do crime, serve para formar convicção no juiz de que o histórico de seu comportamento é indicador de que, de fato, não o cometeu. Até porque testemunha alguma pode estar a seu lado 100% do tempo e, portanto, só pode dizer daquilo que presenciou.
Mas Moro se porta como promotor nos interrogatórios. Faz o que o time de segunda linha da Força Tarefa escalado para as oitivas de testemunhas não faz. Interrompe a defesa. Diz desaforos aos advogados de Lula, como fez com o ex-presidente da OAB/SP, José Roberto Batocchio. E hoje, interrompe uma pergunta que se respondida negativamente – e é sempre um risco perguntar isso a alguém que não tem lá muita afinidade política com você, hoje, mas participou, como presidente do  Banco Central, das maiores  decisões de política econômica, que trazem ganhos ou perdas para gente poderosa.
A prova de que a pergunta é relevante pode ser obtida com este simples raciocínio. Se Meirelles diz, por exemplo, que recomendou tal ação e ouvir de Lula: não, Meirelles, vamos segurar um pouco mais, que o pessoal dos bancos tem de me ajudar na eleição, este simples comentário seria relevante para o julgamento de suas atitudes, não é? Assim como é  relevante o “não, ele nunca fez isso, sempre tratou apenas do interesse do país”.
Mas Moro – e com o suporte de uma magistratura que deixou de lado o silêncio e o recato como qualidades ínsitas de um juiz – prima pela grosseria, pelo comportamento de acusador implacável, porque sabe que não há ninguém no país em condições de dizer-lhe: o senhor se comporte com urbanidade, Doutor Moro.
Porque ele não faz isso gratuitamente: faz de caso pensado. Sabe que seu embates verbais com a defesa tomarão, no noticiário, o lugar do fato objetivo: o que de sete dezenas de testemunhas ouvidas não houve nenhuma para dizer que o tal tríplex pertencia a Lula (exceto um oportunista que disse que “ouviu dizer”) e todos os que conviveram com ele nas decisões econômicas de governo – como foi também hoje o caso do ex-ministro Luís Fernando Furlan – jamais presenciaram qualquer atitude que podesse, minimamente, visar obter vantagens.
O Dr. Moro, portanto, não ouve testemunha para formar convicções. As suas estão formadas, e formadas desde muito antes, até, que se iniciasse qualquer processo.
Era – é – preciso “pegar o Lula”, seja de que jeito for.

Na BBC, Gilmar diz que “caixa 2 ” é opção da empresa e diferente, se é para a oposição

mendespatax
O superministro e “amigão” de Michel Temer cria, hoje, em entrevista,  uma inédita divisão  conceitual sobre o “Caixa 2” a políticos.
Diferente daquela que Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves tinham criado, legitimando o dinheiro que vinha para a campanha política e não para o enriquecimento pessoal.
Agora é o “caixa 2 da situação” e o “caixa 2 da oposição”.
Aquele, claro, abominável, enquanto este é compreensível.
Mendes fez distinção entre as acusações de que ambas as principais chapas concorrentes na eleição de 2014 (a de Dilma Rousseff e a de Aécio Neves) tenham recebido caixa 2. Segundo Mendes, a candidata governista tinha necessariamente mais condições de atrair recursos.
“Por que um candidato de oposição vai pedir recurso no caixa 2? Isso talvez tenha mais lógica para a estratégia de quem doa. ‘Ah, eu quero doar no caixa 2 para não ser conhecido, para não ser pressionado'”, afirmou, minimizando eventuais irregularidades da chapa tucana.
E adiante:
(…)em princípio, o pedido [de dinheiro, feito por Temer]. “Ah, mas pediu caixa 2, não pediu caixa 2”. Em princípio, pela nossa experiência até aqui, a rigor não tem ônus nenhum para os candidatos receber de forma regular. A opção do caixa 2 ou caixa 1 é talvez um problema das empresas, para que outros não saibam. Porque no momento em que se faz a doação pelo caixa 1, ela aparece nas nossas contas aqui [no TSE] e começa todo esse jogo de pressão, eventuais achaques. Claro, se doou para um, não doou para outro. Então as empresas fazem essa opção.
Vamos ver se entendo corretamente os argumentos jurídicos de Sua Excelência: a lei é para uns, não para outros, é isso? Ou, no caso das empresas, “opcional”.
O direito no Brasil tornou-se uma pataquada, feito sob medida do freguês.

MUITA CRIATIVIDADE!

Cimento: o Brasil que não constrói só produz 50% do que poderia

cimento
A excelente Maria Cristina Frias hoje, na Folha, dá uma ideia mais ampla daquilo que se registrou aqui com o fechamento da fábrica de cimento na cidade de Fronteiras, no Piauí, e a demissão de todos os seus trabalhadores.
Ela conta que as empresas de cimento devem terminar o ano com 50% de capacidade ociosa e mostra que as vendas anuais de cimento, de março de 2016 para cá, caíram seis milhões de toneladas.
Fui procurar comparações, para dar ideia ao leitor sobre o que isso representa em termos do que se deixou de construir no país.
Equivale, aproximadamente, a 50 pontes Rio-Niterói, que quase todo mundo conhece, com seus 14 quilômetros de monumental extensão.
Também num cálculo aproximado, o suficiente para construir 1,3 milhão de casas populares.
Agora some aos empregos, os outros materiais e acabamentos hidráulicos, elétricos e tudo o mais e você vai entender melhor o que é uma recessão num país carente como o Brasil, onde as coisas já não eram boas, ficaram ruins e não param de piorar.
Eu sinto muito quanto aos economistas, mas não me convencerei jamais que afundar ainda mais  um país e um  povo na pobreza seja o caminho de construir riqueza.

sábado, 4 de março de 2017

DEUONDA

Algo acontece na direita. É hora de se livrar dos trastes?

vejaecio
A imagem aí de cima não é de um site ou blog de esquerda.
São as manchetes do site da Veja esta manhã.
Aécio jamais foi tratado assim pela revista, muito ao contrário.
Claro que há fatos, mas fatos sempre houve.
Desde que a revista colocou Temer na capa com um dos macaquinhos das estatuetas que não olham, não falam e não vêem, há uma reversão de tratamento flagrante do grande “display” da direita brasileira.
Sim, display, porque sabe-se bem que a maior parte da influência da Veja vem do que ela escolhe como capa.
Some-se a isso as dúvidas surgidas sobre o comportamento da Globo e já há sinais mais do que evidentes de que algo se passa no campo do conservadorismo.
Quanto a Aécio, com sua rejeição que supera a de Lula e se igual a de Michel Temer, o mais provável é “limpar a área” para uma alternativa tucana em 2018.
Já em relação a Temer, os motivos abundam: o desprestígio, o alto risco de um estalo no precário arranjo de euforia financeira com depressão da economia real, perda da capacidade de entregar a “encomenda” da Reforma da Previdência, tudo isso regado ao fato azeite quente da Lava Jato e do que, comenta-se nos círculos políticos, o iminente strike nos pinos que ainda param de pé em seu Ministério.
É provável que ainda este mês uma nova rodada de pesquisas do Datafolha confirme o que todas as pesquisas não podem ocultar: a consolidação de Lula  como o único que parece ter o segundo turno assegurado no processo eleitoral.
É hora – ou já passou dela – de encontrar a nova cara da direita.