quarta-feira, 4 de abril de 2012

ASSISTA O VÍDEO SOBRE A POLÍTICA

"Popularidade de Dilma nas alturas"

Pesquisa do Ibope divulgada nesta quarta (4) informa: em meio à crise econômica e às turbulências no Congresso, a popularidade de Dilma Rousseff atingiu o patamar mais alto desde a posse: 77% de aprovação. Há três meses, o índice era de 72%.

Dilma supera os índices colecionados pelos antecessores na mesma época de seus respectivos mandatos. Fernando Henrique Cardoso obtivera aprovação de 57%. Lula somara 60%.

Festejados no Planalto, os dados foram recebidos com apreensão no Congresso. Aliados da presidente consideram-se usados por ela. Em privado, queixam-se de que Dilma joga para a plateia fabricando crises com os partidos que a apoiam.

Feita por encomenda da Confederação Nacional da Indústria, a sondagem escora-se em dados recolhidos em 142 municípios entre os dias 16 e 19 de março. Depois, portanto da turbulência que resultou na troca dos líderes do governo no Congresso.

Uma semana depois amargar sua maior derrota no Senado, Dilma foi às lanças. Trocou o líder Romero Jucá (PMDB-RR) por Eduardo Braga (PMDB-AM). Na Câmara, substituiu Cândido Vaccarezza (PT-SP) por Arlindo Chinaglia (PT-SP).

As mudanças eletrificaram o condomínio governista. Dilma deu de ombors. A julgar pelo Ibope, a aparente dureza de Dilma agradou ao meio-fio. A aprovação da presidente descolou-se da imagem do governo dela.

A taxa de aprovação do governo manteve-se em 56%, o mesmo índice registrado na pesquisa anterior, feita em dezembro –21 pontos percentuais abaixo do índice positivo atribuído a Dilma.

Um indício de que as sucessivas trocas de ministros e a aspereza de Dilma no trato com os aliados potencializa a admiração que a grossa maioria da sociedade lhe devota. Paradoxalmente, os aliados lamentam.

Um detalhe aguça a preocupação dos apoiadores de Dilma. Além de se considerarem “usados”, os sócios políticos do governo avaliam que a presidente administra sua popularidade com avareza.

Sob a condição do anonimato, uma liderança do PMDB resumiu assim a cena: “Ela não divide o prestígio pessoal com ninguém. Age como se a aprovação fosse só dela, como se ninguém tivesse ajudado, como se os partidos não tivessem aprovado todos os projetos que o governo considerou estratégicos.”

Um líder do PT ecoa o sentimento: “Na eleição municipal de 2008, todo político queria grudar na imagem de Lula. Ele compartilhava a popularidade de que desfrutava. A Dilma é refratária. Não tira nem foto. Avisa que não vai aos palanques. Esse comportamento estimula disputas entre aliados. Em 2012, é cada um para si.”

O miolo da pesquisa contém dados que ajudam a explicar o porquê de a avaliação de Dilma ser mais vistosa do que a aprovação do governo dela. Enquanto a presidente é festejada pelo estilo, a administração é reprovada pelo método.

A maioria dos entrevistados desaprovou a voracidade com que o governo coleta impostos (65%) e torceu o nariz para a taxa de juros (55%). O desempenho do governo na área da saúde também foi reprovado pela maioria (63%).

Na outra ponta, atribuíram-se menções positivas à política do governo de combate à fome e à pobreza (aprovação de 59%) e à atuação no setor de meio ambiente e no combate ao desemprego (53% de aprovação cada um).

A despeito do nariz torcido dos aliados, que enxergam diferenças de estilo entre Dilma e Lula, a maioria dos brasileiros enxerga na dupla apenas semelhanças. Nada menos que 60% dos entrevistados acham que o governo da pupila é “igual” ao do patrono.

Significa dizer que Dilma, em alguma medida, continua se servindo da popularidade do antecessor. Os aliados podem se queixar. Mas esse cenário não muda enquanto perdurar a sensação de que a crise financeira internacional não provocou no Brasil reflexos capazes de modificar os humores da plateia.


Humor:

"10 IDÉIAS PARA NOVOS REALITY SHOWS"