sábado, 10 de outubro de 2015

FORA DE CONTEXTO

ENQUANTO-ISSO

SEÇÃO: POLÍTICA

O cofre de Alckmin é a confissão do “Metrolão”. E do cinismo nacional.

cofrelatuff

Transparente como a água suja do fundo do Cantareira.

É o mínimo que se pode dizer da decisão, publicada na Folha de hoje, do Governador Geraldo Alckmin de tornar “ultrassecretos” – com acesso vedado por 25 anos – milhares de documentos relativos às obras do Metrô e às aquisições da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.

A desculpa de que ‘pessoas “mal-intencionadas” poderiam ter acesso’ à documentação é um deboche.

As obras do metrô paulista feitas nos últimos anos já se mostraram uma forma escandalosa de “cavar” dinheiro ilegal e estão sob investigação no Cade e no Ministério Público.

Punições, zero. O crime de homicídio cometido contra as sete pessoas tragadas pela cratera que se abriu em janeiro de 2007, no governo tucano de José Serra prescreveu este ano, sob o silêncio cúmplice de quase toda a imprensa. As empreiteiras envolvidas – será que você as conhece? – são as mesmas da Lava Jato: Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez.

Nenhum de seus dirigentes, por contribuírem para matar gente, foi preso. Deve ser “crime menor”.

As atuais, atrasadas ao extremo, duplicaram o custo e cortaram sua extensão.

Mas é “segredo de Estado”, num país onde e-mails que registram simples encontros entre autoridades e empresas, quando se trata do governo federal, são expostos e apontados como indícios de negócios suspeitos e merecem manchetes.

Os mortos da cratera, nem uma placa in memorian tiveram direito na  fatídica estação Pinheiros, segundo se lê na única (e boa) matéria sobre a prescrição do crime, publicada no Monitor Mercantil.

Não há Moro para eles, não há “eles sabiam” para Serra e Alckmin, não há panelas, nem bonecos infláveis, ninguém os agride em restaurantes em hospitais.

Mas, sobretudo, não há interesse em escavar o monte de sujeiras que há no metrô paulista e o ouro que o monturo dos governos tucanos mal esconde.

O decreto tornando secretos – secretos por uma geração! – documentos de uma obra pública cheia de suspeitas é uma confissão.

Enterram-se os indícios, as provas, as culpas. E enterra-se a moribunda credibilidade de uma imprensa que ajuda a sepultar a si mesma.

O problema é que, quando se trata do PSDB, nem confessando lhes acontece qualquer coisa.

HUMOR:

top-kibe-praga

SEÇÃO: POLÍTICA

09/10/2015 - Copyleft

Quem é Augusto Nardes, ministro que recomendou rejeitar as contas da presidenta Dilma?

De vereador do partido da ditadura a réu no Supremo Tribunal Federal: eis sua extensa ficha corrida. Tire suas próprias conclusões...


Patricia Faermann - Jornal GGN
Lula Marques/ Agência PT
Jornal GGN - Está nas mãos do Ministério Público Federal do Distrito Federal o relatório produzido por investigadores da Operação Zelotes que apontam indícios de que Augusto Nardes, o ministro do Tribunal de Contas da União, recebeu R$ 1,6 milhão de vantagem no escândalo do Carf. O conselho vinculado ao Ministério da Fazenda é encarregado de julgar recursos contra multas aplicadas pela Receita Federal, e a Operação investiga possíveis fraudes para comprar decisões do Carf.


Nardes teria recebido a quantia da firma de consultoria SGR, uma das principais implicadas no esquema de corrupção. Ele é suspeito porque foi sócio, até 2005, da Planalto Soluções e Negócios, registrada em nome de seu sobrinho, Carlos Juliano. Por meio dessa empresa, receberam pagamentos da SGR, que teria corrompido conselheiros do Carf para favorecer empresas que discutiam multas no órgão.


Os pagamentos, no valor total de R$ 2,6 milhões, teriam ocorrido entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012, quando Nardes já era ministro do TCU. Atualmente, a investigação que tramitava na 10ª Vara Federal de Brasília foi remetida ao MPF/DF para possível encaminhamento ao Supremo Tribunal Federal (STF), corte responsável pelo julgamento de quem tem foro privilegiado, como é o caso do ministro.


Não é a primeira passagem de Nardes pela Suprema Corte. Tampouco a primeira vez que é investigado.


Histórico


João Augusto Ribeiro Nardes, gaúcho e produtor rural de Santo Ângelo, iniciou sua carreira política aos 21 anos, quando se tornou vereador pelo partido do governo militar, a partir do golpe de 64, o ARENA. Desde então, passou a deputado estadual pelo PDS, sigla sucessora do ARENA, em 1986, e já em democracia vigente no Brasil, 1990, foi reeleito pelo PPR, um dos braços do ARENA que tinha como liderança Paulo Maluf.


O partido se tornou PPB e, depois, o que até hoje é denominado como PP (Partido Progressista). Por essas siglas, Nardes foi deputado federal de 1994 a 2005, quando renunciou para assumir a cadeira no Tribunal de Contas da União (TCU).


Em sua primeira passagem como réu no Supremo Tribunal Federal (STF), Nardes foi processado em agosto de 2004 por crime eleitoral, peculato e concussão, por omissão de declaração em prestação de contas, quando concorreu à deputado federal, na Ação Penal 363 (http://bit.ly/1PjRYfA). Na época, o ministro relator Marco Aurélio acatou a sugestão do então procurador-geral da República, Claudio Fonteles, propondo um acordo com Augusto Nardes, por não possuir antecedentes criminais (http://bit.ly/1PjRS7M).

 

 
No acordo, o STF propôs a visita trimestral, durante dois anos, em escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal, proferindo palestras sobre o sistema democrático e o processo eleitoral, e a doação para o programa do governo federal Fome Zero, no valor de R$ 1.000,00. (http://bit.ly/1OnM2TG) Nardes aceitou, sem, contudo, cumprir o acerto. Tentou fazer manobra, dizendo que concedeu as oito palestras em dois dias. O procurador denunciou ao STF a tentativa, exigindo que a pena fosse cumprida ao longo de dois anos, e não de dois dias. (http://bit.ly/1MhdDUW)

O envolvimento do ministro do TCU com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), mais especificamente com o esquema de controle e direcionamento de dinheiro público para as obras do Ministério dos Transportes, tem base no posto assumido por seu irmão, Cajar Nardes, em 2008, na gerência de projetos do Dnit.
 
O ex-diretor-geral afastado do órgão, Luiz Antônio Pagot, foi quem convidou Cajar para o cargo. Eles trabalharam juntos, quando o irmão de Augusto Nardes foi secretário de Estado no Mato Grosso, até 2005, no mandato do então governador Blairo Maggi, que depois migrou para o Senado pelo PR.
 
Ainda que revelada a intenção de tráfico de influência dos processos do Dnit no TCU, a chegada de Cajar ao órgão obrigou o TCU a repassar os processos de seu irmão para outro ministro, Raimundo Carreiro. À época, em resposta, Cajar negou o tráfico de influência. Já Augusto Nardes, que era presidente do TCU, disse que a nomeação do irmão não lhe trouxe constrangimento ou dano à sua imagem. (http://bit.ly/1jetcl7)
 
Quatro anos depois, a relação de Nardes com o DNIT é revelada nas suspeitas de que o ministro do TCU seria alvo de investigação específica da Operação Castelo de Areia, sobretudo por sua relação com o ex-diretor do órgão Luiz Antonio Pagot.
 
Uma ampla documentação de executivos da Camargo Correia foi apreendida pela Polícia Federal, levantando o nome de Augusto Nardes relacionado a propinas em obras públicas. No relatório final da operação, o delegado Otavio Margonari Russo anexou pelo menos dois documentos incidindo sobre Nardes, além de uma reportagem relatando negociatas com Pagot. (http://bit.ly/1L2vKfM)
 
O delegado anexou nos autos um dos casos relatando que as empresas envolvidas nas obras da Eclusa do Tucuruí teriam fechado um "compromisso" de R$ 500 mil com Pagot e com o PP, partido à época de Nardes, e acrescentou uma reportagem da Folha de S. Paulo de 2009. Nela, Nardes votava pela liberação de um aditivo de R$ 155 milhões para a Camargo Corrêa nessa construção. Nardes, entretanto, não poderia analisar e votar o aditivo do Dnit, por estar impedido. (http://bit.ly/1FZI1BY)
 
"Não é só à Obra da Eclusa de Tucuruí que o nome de Nardes aparece atrelado. Nardes é também o relator do acórdão n. 2185/2007, do Plenário do TCU, em que decide que o repasse da verba federal destinada ao Rodoanel deveria ser liberada para o Dnit e a Dersa e, consequentemente, à Camargo Corrêa, apesar das irregularidades apontadas pela equipe técnica do TCU", apontou, ainda, o relatório da PF.
 
No período, Nardes também negou as irregularidades e a anulação da Operação Castelo de Areia enterrou o episódio.

HUMOR:

TV

SEÇÃO: POLÍTICA

Como Cunha pretende se salvar? Como Nero….

nero

Eduardo Cunha, além de tudo o que já se sabe dele,  parece ser um um homem de personalidade doentia.

É só o que se pode pensar depois de ler a narrativa de Chico de Gois, em O Globo, sobre como pretende se salvar do escândalo das contas na Suíça.

Nada mais, nada menos do que lançando o país ao incêndio, com a cumplicidade de uma oposição que não hesita em deixar que um homem cujos crimes já não se pode esconder o faça em nome de sua própria impunidade.

Nada do que eu passa escrever é mais assustador do que diz a reportagem.

Exceto, talvez, nossas instituições estarem assistindo inermes este cidadão levar adiante seus planos.

Leia só:

Plano de Cunha é usar
impeachment como cortina de fumaça

Chico de Gois, em O Globo

Procurado pelo GLOBO para falar sobre a menção a seus dados pessoais e endereço residencial no relatório da Suíça, Eduardo Cunha não retornou. A assessoria informou que seus advogados poderiam falar, mas esses não atenderam às ligações. Em duas entrevistas, durante o dia, Cunha se negou a falar do assunto.

O presidente da Câmara tentará usar pedido de impeachment da presidente Dilma, apresentado pelo ex-­petista Hélio Bicudo, como cortina de fumaça, segundo admitem aliados dele. Temendo uma tormenta ainda maior contra si — o que, acredita, deve ocorrer também na semana que vem —, Cunha vai dar início à onda do impeachment como forma de se proteger da divulgação do documento na qual constaria sua assinatura como beneficiário dos recursos que estão congelados na Suíça.

Cunha tem conversado com aliados para reiterar que não tem contas no exterior, mesmo depois que o Ministério Público Federal recebeu os documentos oficiais da Suíça. Está convencido de que, uma vez que o assunto impeachment entre no horizonte, a população brasileira vai voltar toda sua atenção para a situação da presidente. E, para espanto de alguns interlocutores, Cunha acredita plenamente que receberá apoio popular para manter­se no cargo.

No entanto, alguns aliados têm dito a ele que a população vai torcer para ver todos políticos caírem. Para esses aliados, Cunha tem tido uma visão equivocada da situação por tomar como base apenas os apoios que tem recebido de evangélicos e em eventos da Força Sindical.

O script para a próxima semana já está definido. A interlocutores, Cunha afirmou que vai despachar os sete pedidos de impeachment apresentados à Câmara até terça­feira. A tendência é que ele determine o arquivamento de todos esses pedidos. Deputados da oposição preparam recurso ao plenário para que, ainda assim, o documento apresentado por Bicudo e Miguel Reale Júnior seja levado adiante. Precisam de maioria simples para desarquivá­-lo.

SIMPATIA PARA TRAZER A SUA AMADA DE VOLTA: também como esse carro !!!

simpatia

SEÇÃO: POLÍTICA INTERNACIONAL

Putin deu outro “banho” nos EUA, que desistem de treinar “rebeldes” sírios

isis

Outro dia escrevi aqui que os resultados alcançados pelos ataques russos contra os terroristas do “Estado Islâmico” (passo a usar aspas, porque não são um Estado e é ofensivo ao Islã chama-los assim) tinham, em poucos dias, superado de longe todos os resultados obtidos pelas ações dos EUA e seus aliados da OTAN no combate ao terrorismo na Síria.

Hoje, isso virou confissão.

“O governo Obama  abandonou, nesta sexta-feira, seu esforço para organizar  uma força rebelde dentro da Síria para combater o Estado Islâmico, reconhecendo o fracasso de sua campanha de US$ 500 milhões para treinar milhares de combatentes e  para fornecer ajuda letal (leia-se armas)  para grupos já engajados na batalha” diz o The New York Times.
A razão do fracasso é simplesmente o fato de que boa parte dos aliados americanos na Síria são, de fato, aliados de fato do Isis. “Muitos dos grupos rebeldes eram mais focados em uma campanha contra a presidente sírio, Bashar al-Assad”, diz uma alta fonte da Casa Branca ao jornal.
Quatro senadores –  Christopher S. Murphy, democrata de Connecticut; Joe Manchin III, democrata de West Virginia; Tom Udall, democrata do Novo México; e Mike Lee, republicano de Utah – enviaram carta a Barack Obama dizendo que a ação dos EUA na Síria era pior que “jogar fora” o dinheiro do contribuinte, porque estava armando as forças que dizia  combater.
No mesmo dia, a Rússia anunciou uma estimativa de ter destruído cerca de 40% da estrutura do “Estado Islâmico” em uma semana de operações, em cinco dias de operação.  Tanto que já há notícias de que dois governos alinhados com os americanos, o do Iraque e o do Afeganistão, já esticam os olhos para uma eventual ajuda russa no desmonte  do terrorismo do Isis.
Ano após ano, os norte-americanos acumulam erros em sua política para o Oriente e, desde que financiaram grupos irregulares no Afeganistão – há mais de 30 anos, para derrubar o então presidente Babrak Karmal -um deles liderado  por um então rapaz de longas barbas chamado Osama Bin Laden.

HUMOR:

EXTRATERRESTRES-NÃO-VIRÃO-A-TERRA

SEÇÃO: OPINIÃO

 

09/10/2015 - Copyleft

Operação Zelotes vai pegar a RBS/Globo?

Além da Globo/RBS, está entre os suspeitos o ministro do TCU, Augusto Nardes. Daí se explica a pífia cobertura midiática sobre o caso.


Altamiro Borges, em seu Blog.
Neto Sampaio
Os barões da mídia devem estar preocupados. O Portal Imprensa destacou nesta quinta-feira (8) que a "Polícia Federal deflagra nova etapa da Operação Zelotes; RBS é alvo da investigação". Até agora, a imprensa privada fez de tudo para abafar o escândalo das fraudes fiscais, que envolve empresários de peso - como os sócios do Grupo Gerdau e os donos da RBS, afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas a operação segue em andamento e começa a dar os primeiros frutos.
 
Segundo a reportagem, sete mandados de busca e apreensão foram determinados pela PF nesta nova fase das apurações. Iniciada em 26 de março passado, com o cumprimento de 41 mandatos de busca, a Operação Zelotes investiga os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo perícias da Receita Federal, o assalto aos cofres públicos soma de R$ 5,7 bilhões. Mas há suspeita de que o rombo seja três vezes maior - bem mais do que o apurado na midiática Operação Lava-Jato. Apesar dos estragos, a mídia evita destacar o assunto - que envolve empresas de comunicação e poderosos anunciantes, além de figuras carimbadas da politica.
 
Entre os suspeitos estão o ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes - que teve seus 19 minutos de fama com a rejeição das contas do presidenta Dilma no TCU -, os bancos Bradesco, Safra, Pactual e Bank Boston, a montadora Ford, a BR Foods, a Petrobras, a Camargo Corrêa, a Light "e o grupo RBS, afiliado da Rede Globo nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul" - registra o Portal Imprensa, que dá mais detalhes da Operação Zelotes:
 
"O caso começou a ser investigado após denúncia anônima do conselheiro Paulo Roberto Cortez à Receita e à PF. Ele alegou que conselheiros recebiam propina para atrasar processos de grandes empresas que discutiam dívidas do 'tribunal administrativo da Receita'. O objetivo era reduzir ou até mesmo anular multas. A RBS seria uma das empresas com indícios mais fortes de participação no esquema de corrupção efetuado para não pagar impostos. O presidente-executivo do grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, chegou a ser convocado para depor na CPI do Carf".
 
Já em nota oficial, o Ministério da Fazenda confirmou que, em sua terceira fase, a Operação Zelotes cumpriu nesta quinta-feira (8) sete mandados de busca e apreensão e que a ação tem como objetivo coletar novos documentos sobre o escândalo. "As investigações têm apontado para a existência de irregularidades que consistiram na manipulação de decisões, mediante a atuação coordenada de agentes públicos e privados, com a finalidade de reduzir ou extinguir débitos tributários com o consequente prejuízo para a Administração Pública", afirma o texto.
 
Será que agora a RBS, afiliada da TV Globo, vai pagar por seus crimes? A conferir!

HUMOR:

safadeza-no-whatsapp

SEÇÃO: POLÍTICA

O fim de Eduardo Cunha

cartao

Eduardo Cunha foi-se.

Não há mais cumplicidade do PSDB, não há mais pedido de impeachment, não há nada mais que possa salvar Eduardo Cunha.

Ele sempre foi uma abjeção, mas agora é só um molambo.

Vai ter sua vida familiar, com seus gastos pagos com cartões suíços, esquadrinhada e execrada nas manchetes.

Os detalhes sórdidos se sucederão, um pior que o outro.

Infelizmente, os dele, só os dele.

Porque Eduardo Cunha não chegou onde chegou sozinho.

Comprou apoios e os revendeu a muita e variada gente.

É o escroque profissional, do tipo que pulula em Brasília.

Do tipo que todo mundo sabe que é mas não tem jeito de se livrar numa política movida a dinheiro, que ele insiste em eternizar, enfiando até na Constituição o financiamento empresarial.

Cunha era o ponta-de-lança do impeachment e só por isso ganhava o “benefício da dúvida” do tucanato.

Agora, nem este mais.


Eduardo Cunha não tem condições de fazer acordo com quer que seja.

Tornou-se um zumbi. Só o que pode fazer é contaminar.

Brasília inteiro sabe disso e não foi outra a razão que levou a maioria do PMDB a desembarcar de sua canoa.

Antes do PSDB, que comprou as “ações do Cunha” na alta e vai ter de vende-las na baixa.

Faro pior, só mesmo o de Veja, que dá capa para a “queda” da Presidenta.

Deveria, por jornalístico, ter dado para a queda, sem aspas, do presidente da Câmara.

Que não chega vivo politicamente ao final da semana.

O Governo volta a ter maioria na Câmara, se não fizer besteira.

Deixe Cunha afundar sozinho e jogue bóias para os náufragos do seu barco.

Quem vai ganhar o abraço do afogado de Cunha é o PSDB, que o mimava.

HUMOR:

O QUE OS ASTROS REVELAM

SEÇÃO: POLÍTICA

André Singer e a ilusão de que a mídia pode ser equilibrada

gangorra

André Singer escreve hoje na Folha um artigo em que, didaticamente, explica o que são as tais “pedaladas fiscais”, afinal um absoluto nada, apenas uma conta de serviços (para fazer determinados pagamentos, como o do Bolsa-Família) em que tem saldo negativo ou positivo e cada um – o banco (a Caixa) e o cliente (Governo Federal) recebem pelos saldos a seu favor ou pagam pelo déficit em seu desfavor, produzindo-se daí um valor a pagar.
“Vazado em linguagem cifrada, o voto do relator busca fixar a ideia de que em 2014 a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) teria sido burlada de maneira criminosa por meio das pedaladas. Como prova, menciona-se a páginas tantas que as contas relativas à Bolsa Família, ao Seguro Desemprego e ao Abono Salarial, gerenciadas pela Caixa Econômica Federal (CEF), teriam ficado negativas em 59% dos dias daquele ano.
O TCU considera que, ao deixar no vermelho o saldo dos referidos pagamentos, a União estaria usando dinheiro emprestado da CEF, o que seria proibido pela LRF. Com efeito, produzida, entre outras coisas, para conter o uso dos bancos públicos, ela proíbe que o Estado receba crédito de casa bancária por ele controlada.
Ocorre que a resposta do Advogado-Geral da União, neste particular, foi precisa. Na defesa oral apresentada perante os ministros, Luís Inácio Adams lembrou que, ao final de 2014, o Tesouro tinha a receber da CEF 141 milhões de reais. Onde já se viu tomador de empréstimo receber em lugar de pagar dívida contraída?
A charada se resolve se pensarmos que não houve empréstimo algum. Os ministérios têm um contrato de serviço com a CEF, que administra as sobrecitadas contas. Nos dias em que ela fica negativa, produz-se um haver em favor do banco, quando positiva, em favor do Tesouro, procedendo-se a um ajuste entre uns e outros. No caso de 2014, quem devia era a Caixa e não a presidente. Onde o crime, então?
A partir daí, porém, Singer cai no erro a que o levam seus sentimentos cavalheirescos em relação à mídia real (e não a que gostaríamos de imaginar que fosse), ao dizer que “se quiser [a imprensa] prestar um serviço à democracia, tem a obrigação de destrinchar o que está contido nas milhares de páginas oficiais escritas sobre o caso. Diferentemente dos episódios de corrupção, tudo está à mostra e pode-se chegar a conclusões claras.”

Ora,  o interesse da imprensa em prestar serviços à democracia  é tanto que há meses isso se discute e você – aliás com muita clareza – tem de explicar o que seriam as tais “pedaladas fiscais”, porque nem 10% das pessoas têm sequer uma pálida ideia do que elas sejam. E das que têm, ou acham que têm, imaginam um “rombo”, quando na verdade o que se tem é um saldo.

Mas há algo em que o otimismo de Singer é insuperável: “Ao governo cabe promover ampla campanha de esclarecimento. Se não o fizer, deixará o principal argumento pró-impeachment tomar conta do público por mera repetição”.

Campanha de esclarecimento? Onde, como, por intermédio de quem? A esta altura, mesmo que o deseje, o governo não tem condições de fazê-lo, como sequer tem condições que seus argumentos sejam minimamente debatidos. como ocorreu no TSE. O governo que deixa de lado a polêmica, que não tem interlocutores que o representem, que não tem líderes partidários que sustentem a discussão vai esclarecer a quem e do quê?