sábado, 23 de julho de 2016

CIUMENTO

PEQUENO

Moro mostra que Lula é sua presa e dela não abre mão

confronto
Chega a ser patética a manifestação feita nesta sexta-feira pelo juiz Sérgio Moro dizendo que tinha condições de prender Lula e preferiu não fazê-lo, tal como publica O Globo:
“Rigorosamente, a interceptação revelou uma série de diálogos do ex-presidente nos quais há indicação, em cognição sumária, de sua intenção de obstruir as investigações, como no exemplo citado, o que por si só poderia justificar, por ocasião da busca e apreensão, a prisão temporária dele, tendo sido optado, porém, pela medida menos gravosa da condução coercitiva”.
Prisão de alguém, ou em flagrante ou em presença de evidente dano à investigação criminal é imperiosa, não uma opção. Em que se confunde condução coercitiva com prisão temporária?
A peça apresentada por Moro ao STF já é, por si, uma demonstração de que estabeleceu-se o impensável: uma disputa entre o juiz e o acusado, o que por si só tira a serenidade do processo. Não são acusador (o MP) e a defesa em disputa, mas o confronto entre o acusado e o julgador.
Julgador que quer a sua presa, que não abre mão do troféu “Prendi o Lula”, o que joga por terra qualquer imparcialidade.
O que, em manifestação feita à noite pelos advogados de Lula, foi reafirmando, em nota que transcrevo:

Advogados reiteram parcialidade de Moro

Na data de hoje (22/07/2016), o juiz Sergio Moro recusou-se a reconhecer que perdeu a imparcialidade para julgar o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e apresentou sua defesa para futuro julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 4ª. Região.
A defesa apresentada por Moro, todavia, apenas deixou ainda mais evidente a sua parcialidade em relação a Lula, pois a peça: (a) acusa; (b) nega, de forma inconsistente, as arbitrariedades praticadas; (c) faz indevidos juízos de valor; e, ainda, (d) distorce e ignora fatos relevantes.
Juiz acusador.
Em documento remetido ao STF no dia 29/03/2016, o juiz Moro fez 12 acusações contra Lula imputando-lhe práticas criminosas e antecipou, indevidamente, juízo de valor sobre a propriedade do sítio de Atibaia (SP), sobre o qual arvorou jurisdição. A figura do juiz acusador é incompatível com a do juiz imparcial.
Na manifestação de hoje, Moro tenta amenizar sua indevida atuação acusatória contra o ex-Presidente sob o fundamento de que teria feito uso frequente das expressões ‘cognição sumária’, ‘em princípio’ ou ‘aparentemente’. Essa situação, todavia, não retrata a realidade, tanto é que Moro transcreveu em sua defesa apenas 3 das 12 acusações lançadas no documento dirigido ao STF, escondendo a maioria de conteúdo flagrantemente acusatório. O escopo da manifestação de Moro é inequivocamente de um acusador, quaisquer que sejam as expressões que ele tenha utilizado para edulcorar aquele documento.
Arbitrariedades.
Ao contrário do que foi sustentado, o juiz Moro praticou diversas arbitrariedades contra o ex-Presidente Lula, principalmente após ser deflagrada a 24ª. Fase da Operação Lava Jato. Lula foi indevidamente privado da sua liberdade em situação não prevista em lei, pois foi conduzido coercitivamente sem que tenha deixado de cumprir qualquer intimação previamente. Já o levantamento do sigilo das conversas interceptadas nos ramais telefônicos utilizados pelo ex-Presidente, seus familiares, colaboradores e advogados é expressamente vedado em lei e pode configurar crime. Quanto a este ponto, as próprias decisões proferidas pelo STF indicam que não houve um mero erro do julgador, até porque a lei não comporta qualquer interpretação que não seja a preservação do sigilo. Houve inequívoca intenção do juiz de produzir efeitos estranhos ao processo, para criar empecilhos jurídicos e políticos a Lula.
Essas arbitrariedades foram encaminhadas ao Procurador Geral da República em 16/06/2016 para análise sobre o eventual cometimento de abuso de autoridade pelo Juiz Moro, estando pendentes de análise.
Juízos indevidos de valor.
O excesso de medidas cautelares injustificadas já autorizadas pelo juiz Sergio Moro contra Lula é outro fator que não deixa dúvida de que ele aderiu precocemente a uma tese acusatória e, com isso, tornou-se parcial no caso. No documento emitido hoje, Moro volta a fazer indevidos juízos de valor na tentativa – inalcançável – de justificar tais medidas.
Distorções.
Na defesa hoje apresentada, Moro ignora o fato de ter participado e prestigiado o lançamento do livro do jornalista Vladimir Neto sobre a Operação Lava Jato – que coloca Lula, indevidamente, em papel central. Os  direitos da obra já foram vendidos para a produção de uma série pela empresa norte-americana Netflix. O juiz ainda tergiversa em relação à sua participação em eventos envolvendo políticos que fazem oposição a Lula, chegando até mesmo a negar a ligação de João Dória Júnior, pré-candidato à prefeitura de São Paulo e autor de diversos atos difamatórios contra Lula, nos eventos organizados pela empresa Lide da qual é notório proprietário. Falta sinceridade na manifestação de Sergio Moro quando alega que não pode influir na linha editorial contraria a Lula dos veículos de comunicação, como se desconhecesse esse fato ao aceitar convites para atos que envolvem atores políticos e de propaganda opressiva.
Ao deixar de reconhecer que perdeu a imparcialidade para julgar Lula, diante de tão relevantes fatos, o juiz Moro comete inequívoco atentado contra a Constituição Federal e, ainda, contra os Tratados Internacionais que o Brasil se obrigou a cumprir, que asseguram a figura de um juiz imparcial e de um julgamento justo.
Os advogados de Lula tomarão todas as providências necessárias para que seu cliente não seja submetido a novas arbitrariedades.
Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira
  •  
  •  


WHATS-CAIU-3-VEZ

O “Jênio” Michel Temer provoca o Estado Islâmico a poucos dias antes das olimpíadas. Vai ter ataque de volta?

inesaletemer
Por Tadeu Porto (@tadeuporto), colunista do Cafezinho
O ministro da justiça interino anunciou, ontem, uma operação da polícia federal - nomeadahashtag - que desmontou um grupo de terroristas que poderia atuar no Brasil como um braço do grupo extremista Estado Islâmico.
Apesar de aparecer triunfante numa coletiva, a interpretação do ministério da justiça foi questionada pelo juiz federal Marcos Josegrei, responsável pelas prisões, que destacou o fato de que os suspeitos não podem ser considerados, ainda, terroristas. Caso estranho, bem comentado a pouco pelo colunista Bajonas Teixeira, aqui mesmo no Cafezinho.
O Brasil tem pouquíssima tradição com ataques terroristas e, mesmo assim, o governo Temer prende um grupo de  “amadores porraloucas” - segundo palavras do ministro da defesa Raul Jungmann - arrastando a discussão sobre o terrorismo mundial para dentro do território nacional. Oras, não me parece muito inteligente, há pouco menos de três semanas das olimpíadas, provocar um grupo fundamentalista dessa maneira.
Vale ressaltar que, na tragedia de Orlando, por uma ínfima ligação do assassino com o Islã o Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque. Portanto, é natural supor que o EI não só deseja utilizar a violência extrema como vingança como também busca, cada vez mais, audiência e marketing para os seus feitos.
Comentei, há pouco mais de um mês, que aquele post “caça terrorista” da ABIN era a canalhice do governo usurpador disfarçada de ignorância, uma vez que fica clara as intenções dos interinos de utilizar a lei antiterrorismo para perseguir brasileiros e brasileiras.
E a escalada da pilantragem disfarçada de estupidez de Temer continua, agora querendo demonstrar ao país que o ministro da justiça, ex-advogado do PCC, está a pleno vapor na caça ao terror nacional.
Todavia, essa nova bizarrice que Temer aprontou não gera apenas uma piadinha de internet que rende memes e noticias do sensacionalista, mas dá ênfase a uma facção terrorista vingativa, violenta e que adora marketing num momento que o Brasil ganha destaque mundial pelas olimpíadas no Rio de Janeiro, uma das cidades mais famosas do mundo.
Fica, portanto, o questionamento: se o EI quiser se aproveitar da audiência que ganhou da operação midiática (pra variar) da polícia federal, com destaque nos principais países da Terra, para fazer valer verdadeiros ataques profissionais? Ou seja, se efetivamente o terror do EI bater na porta do Brasil, aproveitando a publicidade inicial que o governo golpista o proporcionou, qual parcela de culpa essa bagunça encabeçada pelo ex-secretário de segurança de São Paulo terá?
Pra mim a resposta é tão clara quanto a música “a velha a fiar”, do curta-metragem dirigido por Humberto Mauro, que aprendi a amar e cantar na seriado infantil Rá-Ti-Bum: estava o Estado Islâmico em seu lugar, veio o Temer lhe fazer mal.
Sendo assim, se amanhã ou depois, no Maracanã ou na Barra, na final da Ginástica Rítmica ou do Vôlei Feminino, se o Brasil sofrer um atentado terrorista a lambança que esse governo conservador proporcionou nessa operação policial infantil e infame terá um peso significativo como causa desse ataque. Isto é, Temer, por pura vontade de fazer uma caça as bruxas da resistência ao golpe, brinca com fogo sem ter experiência alguma com pirotecnia.
Queira o destino, então, que a máxima da Inês Brasil não seja um lei universal, afinal, “se me atacá, vou atacá” valer como um todo, podemos esperar uma retaliação de uma agrupamento violento e extremista que pode ser considerado um dos mais perigosos da história recente da humanidade.

Tadeu Porto é diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (SindipetroNF)
escalada

Helena Chagas: estratégia é tornar Lula inelegível

voltar
A jornalista Helena Chagas publica hoje, no site Os Divergentes, artigo onde diz que “A estratégia dos acusadores de Lula agora é outra. Querem julgá-lo, condená-lo e torná-lo inelegível antes das eleições de 2018”.
Ela avalia que, em razão da reação à “condução coercitiva” de Lula pela Polícia Federal e pelo fato de o ex-presidente se considerar à frente das pesquisas eleitorais, ” são mínimas, a esta altura, as chances de o ex-presidente Lula ser levado à prisão preventiva ou temporária pelos investigadores da Lava Jato”.
A ideia seria, então, arranjar um julgamento rápido e uma condenação que tornasse o líder petista inelegível. “Se vão conseguir,  aí são outros quinhentos”, diz ela.
A denúncia mais avançada que existe hoje contra Lula é a do Ministério Público do DF, por tentativa de comprar o silêncio de Nestor Cerveró e atrapalhar as investigações da Lava Jato. Mas ela ainda não foi aceita pela Justiça e seu julgamento poderá levar algum tempo, sobretudo até chegar à segunda instância, tornar o ex-presidente inelegível e condená-lo, quem sabe, a cumprir pena preso.
Chagas afirma que “a turma de Curitiba, liderada por Sérgio Moro”, até agora, não tem elementos suficientes para uma condenação do ex-presidente porque  casos como o do sítio de Atibaia, o apartamento do Guarujá e a guarda do acervo presidencial só poderiam “servir para outras acusações menores”.
Mas ela crê que “em algum momento, Lula será condenado e, possivelmente, terá contra ele um pedido de prisão , ainda que de poucos anos e atenuado por medidas alternativas de cumprimento da pena.”, apesar de ter dúvidas de que isso possa ser confirmado após recursos e, com isso, torná-lo inelegível.
Apenas uma coisa é certa: nunca antes neste país um sujeito desarmado provocou tanto medo.
Como se vê, a Justiça tornou-se um aparelho político. E, com “sorte”, também eleitoral.
ABIN-ALERTA-MACUMBA

O físico nuclear e o criador de galinhas. Se a paranóia impera, o terror vence

tosta
Em questões de segurança pública, as referências mundiais sempre foram para as estruturas discretas e eficientes.
Ou este “e” esteja errado: eficientes porque discretas.
Scotland Yard, FBI, Sureté, as polícias nacionais do Reino Unido, EUA e França, são absolutamente discretas nas investigações.
Até os “heróis” da literatura policial eram assim: Holmes, Simenon, Poirot.
Parece que agora resolvemos entrar em outra era: a do espetáculo.
Certo que o mar não está para peixe e o risco de atentados terroristas – mais “lá” do que cá – é grande.
Óbvio que não se poderia apenas ignorar um grupo que, por menos fatos reais que houvesse, fazia apologia de ações violentas.
Mesmo que – usando as palavras de nossas autoridades – fossem apenas amadores, ou “porraloucas”, poderiam ter contato com alguém que não fosse amador ou “porralouca” e oferecesse, da fato, perigo.
Mas não será isso mesmo que se deixará descobrir prendendo os sujeitos irrelevantes?
O “terrorista criador de galinhas “do lugarejo de Açoita Cavalo, interior de Morro Redondo, por sua vez no interior do Rio Grande do Sul, ia, de lá, mandar uma “galinha-bomba” para algum lugar?
Não era mais fácil e produtivo vigiar o cidadão?
E o professor de física nuclear da UFRJ, já mais que exposto e sob óbvia vigilância, desde que a revista Época o quis mostrar como terrorista, meses atrás, deportado à revelia de qualquer lei e mandado para a França, apesar do seu passaporte argelino para ser colocado lá sob leis de exceção? Será que oferecia perigo alguém tão “manjado” assim, depois de ter saído nas páginas da imprensa nacional e, certamente, estar grampeado até a medula óssea?
Sobre isto, aliás, leia a ótima reportagem de Florencia Costa, no site Colabora. Lá na França, aliás, ele não está preso, apesar do clima de medo em que vivem: tem apenas de apresentar-se à delegacia, dando conta de seus movimentos.
Aqui, mandam-se os caras para um presídio de segurança máxima. Pior, reunindo todos num só lugar.
Nem sequer estou discutindo sob o aspecto da lei e dos direitos. Apenas o “prático”, a 15 dias dos Jogos.
Tem milhares de fuzis e outros armamentos pesados com dezenas de grupos criminosos no Rio – é o próprio ministro que admite que a violência é perigo maior que o terrorismo – não se viu nada semelhante.
Viu-se, é verdade, muito teatro para as câmaras de TV, como o “desembarque anfíbio” na Praia do Flamengo, uma espécie de Normandia carioca, absolutamente publicitária.
Como parece, cada vez mais, ser publicitária esta operação de prisão, vazada antes para os jornais pela própria polícia – ou por quem nela manda – o Ministro da Polícia Federal Alexandre de Moraes.
Mas, no fim das contas, a publicidade serve mais a quem quer criar um clima de terror do que àqueles que deveriam criar um clima de segurança.
Por isso, neste episódio, fico com a análise do jornalista Wilson Tosta, hoje, no Estadão, que reproduzo lá no alto do post, escaneada.
O espalhafato irresponsável – ouso dizer, politiqueiro, marqueteiro – faz o jogo do terrorismo que, diz o nome, é espalhar o terror.
As nossas autoridades estão arranjado é meio de, em vez de dar proteção eficiente (porque discreta), verificando se os “porraloucas” têm ligações com alguém que de fato ofereça perigo, estimular o medo.
Ou, como dizem os cariocas, “estão batendo palmas pra maluco dançar”.
NAS-ULTIMAS

Temer joga R$ 38 bi na fogueira, mas não apagará o fogo do deficit

fire
Ontem  procurei explicar que a necessidade de contingenciamento do Orçamento da União vinha do fato de a arrecadação estar caindo, junto com a atividade econômica, muito mais do que o esperado. Até então, falava-se em fazer reservas de R$ 20 bilhões nas despesas previstas para fazer frente a isso.
O quadro, infelizmente é pior, quase o dobro pior.
No Estadão, o braço direito de Michel Temer, Eliseu Padilha, diz que serão torradas reservas de R$ 38 bi, o que, aliás, não se sabia o que faziam sem destinação num Orçamento que tinha um “rombo” inflado para R$ 270,5 bilhões:
O governo federal vai usar uma reserva de R$ 38 bilhões prevista no Orçamento de 2016 sem destinação específica para evitar corte nos gastos, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
 “Havia ficado uma reserva de R$ 38 bilhões no Orçamento, sem destinação, para cobrir emergências. Como a receita não correspondeu, temos que cobrir esse buraco”, afirmou o ministro em entrevista a agências internacionais.
No início do mês passado, o Ministério do Planejamento havia informado que o governo contava com R$ 18,1 bilhões para absorção de riscos fiscais, já contemplada na meta de déficit primário de R$ 170,5 bilhões para o governo central em 2016.
O pior, porém, não é o lançamento de R$ 38 bilhões na fogueira de despesas que, em parte, poderiam ser evitadas.
O pior é que se sabe que haverá uma retração de receitas desta ou de maior magnitude e cada vez mais se atira a ideia de recuperação econômica em um pacotão conservador e antissocial.
Se não for isso, só um milagre.
CHAPA-QUENTE

Jornal Nacional cria o ministro-Porcina. Beltrão: o que foi, sem nunca ter sido

porcinaporcina
O deputado  Marx Beltrão (PMDB-AL) protagoniza uma situação estranha.
Está, segundo O Globo, na iminência de deixar, antes mesmo de ser nomeado,  de ser Ministro do Turismo de Michel Temer, depois de ter sido anunciado há dois dias.
Quando a nomeação foi acertada, decidiu-se engolir o fato de Beltrão ser réu por falsidade ideológica no Supremo Tribunal Federal, por supostamente apresentar comprovantes de pagamentos falsos á Previdência quando era prefeito de Coruripe, em seu estado.
O que faz Temer mudar de ideia?
A ética? A moralidade?  A ficha-limpa?
Não, a Globo.
Diz o jornal que:
Interlocutores de Temer apontam que o presidente interino é “muito sensível ao noticiário”. O episódio que teria enterrado Beltrão foi uma longa matéria veiculada pelo Jornal Nacional na noite de terça-feira relatando as acusações contra Beltrão, quando Temer jantava com Renan e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Agora, pediu outro nome a Renan, que já perdeu um ministro, o da “Transparência, Fabiano Silveira, que ficou exatos 18 dias no cargo, até aparecer nas gravações de Sérgio Machado.
Pena o Dr. Roberto não estar mais por aqui, para ver que voltaram os bons tempos em que a Globo faxia e desfazia ministros com uma edição do Jornal Nacional.