sábado, 20 de fevereiro de 2016

HUMOR CRÍTICO

GLIVRO

Justiça não é palco para amadores, por Jandira Feghali

lulajand
Da combativa deputada Jandira Feghali, no Huffpost Brasil:
Os reality shows que prendem a atenção do povo na TV aberta são “quase nada” perto do palco que alguns promotores e juízes tentam montar sob égide da Justiça de nosso país. Parecem estar dentro de um Big Brother diário, tentando seus 15 minutos de fama a qualquer custo. Querem angariar atenção e aplausos num espetáculo de holofotes midiáticos. Como piada, esses agentes públicos são um ‘show de amadores’. Uma verdadeira zorra.
Ao tentar convocar o ex-presidente Lula e sua esposa, Marisa Letícia, para deporem sobre um caso em que não há provas, fatos determinantes ou qualquer consistência, mostra-se o perfil destas pessoas. A perseguição pública à figura do metalúrgico que se tornou presidente tem dado o tom golpista de manifestações e manchetes jornalísticas.
A iniciativa do promotor de São Paulo, Cassio Roberto, junto de tantas outras parcialidades ideológicas, é um arbítrio, uma ficção, uma tentativa de desconstruir a imagem de Lula. Não há justificativa para esse promotor ir primeiro na imprensa e depois tentar um fato, algo que já está provado que não existe. Por isso, a sociedade precisa reagir contra esse arbítrio que viola o Estado de direito. Não podemos aceitar isso!
Abolição do habeas corpus, inversão do princípio da presunção de inocência e delações construídas e vazadas seletivamente na Grande Mídia. Desta forma, há um risco altíssimo de se vertebrar um estado de exceção dentro do Estado de direito. E essa história, nós do Partido Comunista do Brasil já conhecemos bem.
A militância de Esquerda, com milhares de militantes, sindicatos, entidades da sociedade e pessoas não organizadas, devem disputar a opinião pública. Nas ruas e nas redes, o Brasil não pode ficar de joelhos perante a mentira, o boato e o ódio. A intolerância cresce e a democracia que vimos se fortalecer, padece.
Nos últimos dias, pelo menos dois assassinatos de dirigentes comunistas (um deles prefeito) foram registrados nos jornais. Além de arrombamentos de escritórios políticos de deputadas de nossa bancada em seus estados de origem, Alice Portugal (BA) e Jô Moraes (MG).
Coincidências?
O ato em São Paulo, apesar das provocações e agressões vindas de grupos de extrema direita e a própria polícia paulistana, foi um claro episódio de apoio e solidariedade à Lula e sua família num momento tão agudo em nosso país. Assim como eles, a bancada comunista trava o bom combate na política com disputa de ideias e opinião.
Aos promotores, façam o trabalho de vocês. Investiguem o senhor Aécio Neves, acusado por três delatores por recebimento de propina em Furnas e tantos outros, o senhor FHC, que já comemora a seletividade da imprensa sobre seu suspeito apartamento em Paris, às famílias “Marinho”, que possuem tríplex em áreas de preservação ambiental sabe-se lá com que tipo de recurso.
A Justiça não é palco para amadores.

FAZ TEMPO !

twitter

Hipócrita, FHC “espera” empresa para falar de dinheiro. Esqueceu, como do aeroporto?

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Só há uma coisa digna na nota emitida hoje pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a respeito do escãndalo provocado pela entrevista de sua ex-namorada Mirian Dutra. A frase final: “Questões de natureza íntima, minhas ou de quem sejam, devem se manter no âmbito privado a que pertencem.”
Mais uma vez, não se tratará aqui delas, muito menos se emitirá conceitos morais sobre o comportamento do “ex-príncipe”.
Mas dizer que vai esperar a Brasif, do empresário Jonas Barcellos explique o que fez, a seu pedido, para só então dizer o que fez, francamente, é de uma imensa covardia.
Dizer que enviou 100 mil dólares para serem pagos à razão de US$ 3 mil por mês é o fim da picada.
Embora ele pudesse ter este valor (na sua última declaração de bens pública, como candidato em 1998, ele tem apenas  US$ 23,2 mil ) é bom lembrar que US$ 100 mil, no final de 2002 , chegavam R$ 400 mil em moeda nacional, pois o dólar estava, na datado contrato exibido pela beneficiária (16/12), a R$ 3,632.
R$ 363 mil, naquela data, pela inflação, equivaliam a R$ 746 mil, hoje,corrigidos pelo IPCA.
Um dinheiro para não esquecer, não é?
Se foi no exterior que recebeu, do que foi? Ou ele, presidente, mandava todo mês uma remessinha de dólares para fora?
Pior ainda é a Globo soltar uma nota dizendo que “não sabia de nada”, porque é público que ela colaborou o exílio da moça.
Mais um capítulo na vergonha de uma mídia que abafou, todo tempo, situações escandalosas de Fernando Henrique e, hoje, faz escândalo com uma canoa e um “puxado” de Lula.
Quer um exemplo?
Vocês viram os jornais e tevês apurando a história do aeroporto da empresa Camargo Correa construído em 95 na fazenda ao lado da Córrego da Ponte, propriedade de FHC em Buritis, embora a Istoé tenha tornado o fato público em 1999?
anacConversa? Olhe aí do lado a renovação da licença do aeroporto, em 2001,que já não consta mais na base de dados da Anac, agora que FHC vendeu a fazenda e a empreiteira fechou a microempresa que era “dona” da pista, capaz de rebeber jatinhos de bom porte…
Os jornais, que se esmeram em ouvir caseiros, donos de loja de materiais de construção, marceneiros, vendedor de bote de lata e tudo o que podem revirar no lixo para incriminar Lula se dignaram a mandar um repórter lá?
Ou pelo menos de mandar um repórter colocar no Google Maps as coordenadas do aeroporto e as da Fazenda Córrego da Ponte, que podem ser conhecidas porque o comprador – FHC a vendeu em 2003 – registrou um pedido de construção de açudes, produção de carvão e desmatamento de 55 hectares. Estão registradas aqui, no documento: latitude 15°14’19.4’’ Sul e longitude de 46°42’49.6’’ Oeste.
Gasta só uns minutinhos, como eu gastei, verificar que é praticamente ao lado da propriedade do príncipe, embora para usar a estrada e não atravessar a lavoura que tem lá sejam 6,3 km pelas estradas vicinais, porque o Google não faz percurso por vias internas das propriedades, o que reduz a menos da metade a distância.
O mapa está lá em cima, na ilustração e aqui, neste link, para quem quiser abri-lo, de forma interativa, no seu próprio computador.
É preciso um escândalo de natureza sexual e familiar para que o príncipe vire sapo?

HUMOR CRÍTICO

olha-o-rapa

SEÇÃO: ECONOMIA E POLÍTICA INTERNACIONAL

Macri: tarifaço de 700% na luz e, agora, “apagão programado”

factura
Daqui a pouco, às 13 horas, 400 mil argentinos vão ficar sem energia elétrica.
E iso vai se repetir, na mesma hora e com a mesma quantidade de consumidores, todos os dias, sem data para acabar.
Começou o calendário de “apagões programados” do Governo Macri para enfrentar a crise de energia no país, depois que anunciou, há um mês, aumentos de até 700% nas tarifas de eletricidade.
Parece que a praga de urubu da Míriam Leitão errou de endereço e data para vingar.
Aqui, desde o início de janeiro, felizmente, o nível dos reservatórios não para de subir.
No Sudeste/Centro-Oeste, que responde por dois terços da geração, o volume acumulado passou de 29,9 para 48,6%; o Nordeste, segundo polo gerador, subiu de dramáticos 5,1% para 29,2%; o Norte, de 15,4% para 41%. No Sul, onde o nível já estava perto do máximo, 98,1%, permaneceu praticamente igual: 96,3%.
É possível que, na próxima semana, a capacidade total acumulada nos reservatórios, em escala nacional, atinja 50%, a metade, o que não ocorre há mais de três anos.

HUMOR TRÁGICO !

ENQUANTO-FACE

Vida privada de FHC não interessa. Seus negócios como presidente, sim

cayman
O contrato de subvenção mostrado hoje na Folha pela jornalista Miriam Dutra, afirmando que a prestação de serviços que fazia à Eurotrade Ltd., empresa das Ilhas Cayman, não interessa enquanto “pensão alimentícia” ao rapaz que se supunha então filho de Fernando Henrique Cardoso.
Interessa, sim, quanto ao uso da posição de Presidente da República, cargo que ele exercia na ocasião em que foi firmado o contrato.
A Eurotrade, registrada nas Cayman é de propriedade do empresário Jonas Barcelos Correa Filho – que foi apontado, dias atrás, por este blog como parceiro dos Marinho na operação do helicóptero da família, em consórcio com a Veine, dona da mansão global de Paraty –  que tinha pesados negócios envolvendo a administração federal e sua empresa, a Brasif, monopolista das free-shops dos aeroportos vendida em 2006 a americana Advent International e ao grupo suíço Dufry por US$ 250 milhões.
Basta a leitura da própria Folha, no dia 24 de outubro de 2004:
Há quase 30 anos, o grupo Brasif, dono de um faturamento anual de US$ 280 milhões, domina praticamente sozinho e explora no Brasil os duty-frees -lojas francas instaladas nos aeroportos para vender produtos importados isentos de impostos- com a concessão da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), ligada ao Ministério da Defesa, e da Receita Federal, ligada ao Ministério da Fazenda.
Esse monopólio -só em Salvador há outra empresa que explora o serviço- é marcado por informações divergentes sobre concorrência, cifras que o negócio movimenta, valores dos repasses para o governo e por rumores de favorecimento político. O senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) já foi apontado como um dos sócios da empresa. Ele nega. Em São Paulo, Brasif e Infraero informam que a empresa tem permissão para manter os free shops até 2014. Já a Receita afirma que o prazo acaba em maio de 2006.
O mineiro Jonas Barcellos Corrêa Filho, dono da Brasif S.A. Exportação e Importação, abriu sua primeira loja em 1978, no Rio de Janeiro, em parceria com a empresa inglesa Allders, que dominava os free shops na Inglaterra. Na década de 80, a Brasif acabou comprando os 40% do capital que pertenciam à empresa inglesa.
Por meio de licitações e prorrogações de contratos, o empresário conseguiu expandir o negócio para oito Estados brasileiros, onde possui hoje 23 lojas francas.
Concorre praticamente sozinho nas licitações abertas para os aeroportos, já que detém o know-how. E, nos locais onde já está, consegue prorrogar contratos na Justiça apoiado em portarias que regulam o negócio no Brasil.
É o caso do seu contrato com a Infraero e a Receita Federal para manter seus free shops no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Em 1984, a empresa transferiu sua loja franca do aeroporto de Congonhas, onde estava desde 1979, para Cumbica, que passou a operar os vôos internacionais.
Com a transferência, ganhou um prazo da Infraero, responsável pela cessão de área nos aeroportos, para permanecer por mais 15 anos -até 1999. Outra prorrogação do contrato lhe deu o direito de manter as lojas por mais 15 anos -até 2014, segundo informam a empresa e a Infraero.
Apesar de a Receita e a Infraero comandarem juntas os processos de licitação, a Receita em São Paulo informa que o prazo “alfandegado” termina em 2006. Nessa data, será feita nova licitação. A Receita informa que a portaria 204, de 1996, dá condições para uma empresa operar o negócio.
Brasif e Infraero afirmam que a extensão dos prazos é uma forma de compensar a empresa pelos investimentos feitos nas reformas das lojas nos aeroportos, na abertura de novos pontos-de-venda, além de amortizar prejuízos com a queda do número de passageiros nos últimos anos, com base na portaria 774, de 1997.
Se a canoa de D. Mariza, que só um mês da subvenção a Miriam Dutra daria para comprar três delas, é “interesse público, nos critérios da mídia, muito mais isto deveria ser.
Aliás, história é esquisítissima, a esta altura do campeonato e não vai me supreender se houver bicadas nela.

HUMOR CRÍTICO

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SEÇÃO: OPINIÃO

Lula e Esopo, por Rogério Cerqueira Leite

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Do blog do físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite:
Para o Rio foram Lula e o Lobo fascista, simultaneamente compelidos pela sede. Acima estava o Lobo coxinha, muito abaixo o Lula cordeiro.
“Por que me sujas a água que bebo”, diz o alucinado Aécio. “Ora, como é possível se o Sr. está acima e a água corre rio abaixo” diz o tímido ex-Presidente. “Se não foi você foi sua mulher que comprou um barco por 4.000 reais e está remando rio acima” diz o famigerado PSDB. “Isto não pode ser verdade, pois o Barco ainda não chegou”, retruca a vítima. Pois bem, se não foi o Barco da Dona Letícia então foram os tomates que ela plantou, como afirma a Folha. E com isso pulou sobre o Lula e seus filhos devorando-os a todos, sem sal e sem pimenta.
Fedro e outros que compilaram as fábulas oralmente transmitidas de Esopo não fizeram comentários moralistas. Somente o pedante La Fontaine o fez. Para esta narrativa inspirada em Fedro e não em La Fontaine sugiro um comentário moralista. Nunca confie em coxinha. Basta ver a radical mudança de rumo do PSDB, que muda intempestivamente sua política, abandona seu aliado Eduardo Cunha que caiu na desgraça, e reverte sua posição no Congresso, só porque a onda do “impeachment” fracassou. Agora se concentram em destruir Lula antes de 2018.

VÍDEO DE MINO CARTA SOBRE FHC

ECONOMIA DE ESPAÇO !

tetris

SEÇÃO: INVESTIGAÇÃO

Exclusivo: empresa “dona” da casa dos Marinho foi criada pela Mossack, que é investigada no Guarujá

mossack
Desde que surgiu o caso da mansão dos Marinho, os solitários blogueiros que se dedicam a investigar o que , de fato, ocorre ali, tem esbarrado nas dificuldades, muito além de nossas próprias penúrias, em conseguir dados nos paraísos fiscais onde esta turma vai maquiar seus negócios.
Agora, porém, tenho os documentos e as provas de que o “triplex” da família Marinho em Parati está indissoluvelmente ligado à empresa Mossack Fonseca, que a Lava Jato, ao que parece, desistiu de investigar pela eventual lavagem de uns apartamentos mixurucas no Guarujá.
Primeiro, vamos atualizar a situação da Agropecuária Veine Patrimonial, sob a qual se abriga, formalmente a mansão de Parati.
Controlada antes pela panamenha Blainville International, criada – tal como as empresas offshore de Paulo Roberto Costa, sediada nas salas dos panamenhos Icaza, Gonzalez – Ruiz & Aleman, agora a Veine pertence quase que totalmente a Vaincre LLC, empresa do estado de Nevada, um dos paraísos fiscais dentro dos EUA.
Aqui está o registro da Veine na Junta Comercial do Rio de Janeiro:
veinejunta
Mas o que tem a ver a Vaincre com a Mossack Fonseca, que não aparece em seus registros cadastrais em Nevada (que reproduzo abaixo)?
vaincrenevada
Bem, havia duas coisas sugestivas, o fato de terem tido a Camile Services, do Panamá, como agente – empresa com ligações com a Mossack Fonseca e o fato de ter sido criada por uma empresa de nome – MF Corporate Services Ltda. – poderia ser as iniciais de Mossack Fonseca.
Como neste blog, ao contrário do que ocorre na vara do Dr. Sérgio Moro, sugestivo não é o suficiente para acusar ninguém, não se acusou a empresa dona da casa dos Marinho de ter sido criada pela empresa de quem a Lava Jato acusava (parece que desistiram) de lavar dinheiro com negócios imobiliários.
Mas agora, sim, afirma que é ligada, até às tripas, à Mossack Fonseca que a Lava Jato chama de lavanderia de dinheiro.
E com base para fazer isso, justamente numa sentença judicial (aqui, na íntegra) de um colega americano do Dr. Moro, o juiz Federal Cam  Ferembach, que diz que a “M. F. Corporate Services cria, ” na prateleira”, corporações que estão prontos para operar  em menos de 24 horas . Quando um dos clientes de Mossack Fonseca & Co. adquire uma corporação ” na prateleira ” , M. F. Corporate Services  começa o processo de montagem de documentos e enviá-lo à Secretário de Estado de Nevada (…) o  próprio site da Mossack Fonseca & Co.  anuncia os serviços de M. F. Corporate Services como seus”.
“Isto demonstra que M. F. Corporate Services não existe sem a Mossack Fonseca & Co. e que M. F. Corporate Services (…)é na verdade uma mera instrumentalidade “de Mossack Fonseca & Co. (…) considerar identidades separadas das empresas resultaria na fraude ou a injustiça. (…) Por conseguinte, o tribunal conclui que M. F. Corporate Services não existe sem  Mossack Fonseca & Co. e obriga ao juiz  a tratar M. F. Corporate Services como o que é na realidade : Mossack Fonseca & Co.”
Portanto, pelas conclusões do juiz Cam Federbach, é obrigatório afirmar que a empresa que criou a offshore que detém a propriedade da mansão de altíssimo luxo dos Marinho foi crada pela mesma empresa que Moro manda investigar pelo mesmo tipo de negócio no condomínio “meia boca” do Guarujá.
E porque é dos Marinho não será mais investigada? Ainda mais porque – só aqui – a empresa laranja está com seu funcionamento cancelado nos EUA desde o final de 2014, mas  opera no Brasil, onde nem endereço tem…
Aliás, só mesmo no Brasil “republicano” uma empresa laranja, em situação de ilegalidade, invade praias protegidas, ergue mansões e “não vem ao caso”.

HUMOR:

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SEÇÃO: POLÍTICA

GGN: As artimanhas de Gilmar para desferir o golpe no TSE

Livraria saraiva - Shopping Pátio Brasil - 13/03/2013 - crédito|Paulo Guimarães
Segundo apurado pelo jornal GGN, governo tem 4 votos seguros a seu favor, maioria numa corte de sete. Gilmar está isolado, por enquanto. Esperança de Gilmar e golpistas é que o carnaval de sempre da mídia, associado ao jogo bruto de chantagens e pressões, possa mudar o placar.
***
O poder de Gilmar Mendes no TSE
SEX, 19/02/2016 - 17:00
ATUALIZADO EM 19/02/2016 - 18:27
Por Patricia Faermann, no Jornal GGN.
Jornal GGN - Quando as contas de campanha da presidente Dilma Rousseff foram aprovadas, no final de 2014, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), automaticamente, provocou-se um conflito de decisões caso o tema fosse retomado em Ação de Impugnação de Mandato Eletivo, a chamada AIME. Com a vitória petista, o PSDB não perdeu o prazo e entrou com a ação 761. Uma vez aprovadas as contas com ressalvas e sem mais possibilidades de recurso, o então relator, ministro Gilmar Mendes, não poderia dar continuidade aos pedidos de cassação do PSDB contra a chapa Dilma e Temer.
Foi quando a equipe de advogados da presidente Dilma Rousseff impetrou um mandado de segurança contra Gilmar. O caso já estava sob a tutela da ministra Maria Thereza de Assis Moura, que foi a sorteada para a relatoria do processo. Vista como uma das mais imparciais da atual composição do TSE, e que inclusive votou pelo arquivamento da ação inicialmente, a ministra mostrou irritação com o pedido de mandado.
Oficialmente, o mandado não foi admitido sob a justificativa de que "não era cabível, porque o conteúdo decisório dos despachos era de mero expediente". Em outras palavras, e de acordo com o que foi defendido pelo próprio Gilmar, a aprovação da prestação de contas não significa que não possam aparecer fatos novos para serem investigados. O que, por si só, não se sustenta: dentro da prestação de contas também foram analisadas as doações das empreiteiras.
Um fato destacado como inédito por Gilmar, durante o período em que analisou as contas da presidente Dilma, foi convocar para a equipe técnicos externos, incluindo membros do Tribunal de Contas da União (TCU), auditores da Receita e do Conselho de Contabilidade. Foram as suas análises que obrigaram o ministro Gilmar Mendes a aprovar as contas de Dilma com ressalvas. Entre os pontos do parecer, estava a de que a doação por empreiteiras não configuraria ilegalidade.
Nos bastidores, a influência de Gilmar Mendes sobre os outros ministros do TSE é indiscutível. Um atuante nos julgamentos lembrou que, desde que a AIME 761 teve início na Corte, Gilmar tinha o apoio fiel de Dias Toffoli e, a partir de certo momento, do corregedor João Otávio de Noronha.
Noronha foi o segundo a assumir a relatoria da AIME, porque já comandava o andamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral. Durante os vazamentos das delações premiadas da Operação Lava Jato, a cúpula do PSDB – autora das ações – pediu que a Corte Eleitoral chamasse os delatores como testemunhas.
Em um primeiro momento, no dia 16 de abril de 2015, Noronha negou. Depois de 21 dias, o corregedor surpreendeu ao publicar um despacho acolhendo "a sugestão de datas e locais para oitivas das testemunhas" [Leia abaixo]. Além de acatar os pedidos do PSDB, Noronha convocou os delatores e testemunhas de forma célere, mais rápida do que a tramitação natural desse processo. A intenção era de acelerar para levantar os materiais de provas antes que seu mandato da Corregedoria no Tribunal Superior Eleitoral acabasse.
"Qual era a tentativa dele? De acelerar, ao máximo a instrução da AIME, enquanto ele era Corregedor", disse a fonte. Nas estratégias de garantir agilidade, quando a defesa apresentou um agravo regimental – recurso para impedir as oitivas –, o ministro sequer colocou em pauta e desconsiderou o pedido dos advogados e iniciou, rapidamente, as sessões para ouvir as testemunhas. Pautava-se pela tese de Gilmar Mendes, repetidamente defendida na sessão de julgamento da prestação de contas da Presidência, em 2014, de contaminar as doações das empresas da Lava Jato na campanha.
Com a repentina modificação de postura, Noronha disse, em uma sessão, apenas que se deveria garantir o amplo direito de defesa aos autores da ação, o que justificaria trazer provas ao processo. Nesse momento, assessores perceberam uma tomada de autoritarismo de João Otávio de Noronha, mostrando "ser dono do processo", incentivado por Gilmar Mendes. Até o dia 1° de outubro, quando deixou o TSE.
Ao contrário do que vem defendendo o noticiário, a saída de Toffoli no início de junho – e a de Noronha no último ano – não significará alívio de tendências contra o governo na composição da Corte Eleitoral.
Apesar do isolamento de Gilmar Mendes, a ministra que assume, Rosa Weber, não é figura de enfrentamento, assim como Maria Thereza, a advogada Luciana Lóssio e o ministro do STF, Luiz Fux. Herman Benjamin, do STJ, é uma figura técnica e segue o entendimento de Maria Thereza, mas também sem fôlego para bater de frente com Gilmar. Já o advogado Henrique Neves, apesar de carregar histórico de imparcialidade, vem apresentando sinais de influência de Gilmar.
A partir da nova composição, Gilmar ficaria, em tese, isolado. "Mas ele é um leão, quem não tem uma capacidade de enfrentamento é subjugado por ele. Isso que ainda não é presidente da Corte, quando terá a autoridade do rompante dele mais a autoridade de presidente", informou o atuante nos bastidores, completando, ainda, a somatória do "efeito mídia".
"Com um voto regular, a chapa Dilma e Temer contaria com os votos de Luciana Lóssio, Maria Thereza, Rosa Weber, Herman Benjamin. De sete, teriam quatro. Mas, dependendo de como vier a imprensa, do efeito mídia, tudo pode mudar – o que deve ser a maior preocupação do governo", disse.
***
Em outra das táticas de Gilmar Mendes na cassação contra Dilma e Temer no TSE, o processo natural demanda que, se aceita a cassação, o segundo colocado assumiria: o tucano Aécio Neves. Entretanto, a tese levantada contra a chapa petista e peemedebista é de doação por empreiteiras investigadas na Lava Jato, o que também ocorreu com o diretório do PSDB nas eleições para Presidência. Nesse caso, automaticamente, Aécio também teria suas contas barradas.
Quando se deu conta do episódio natural, Gilmar adiantou o que aconteceria: se a AIME fosse julgada no primeiro semestre, no segundo já poderia ter eleição. "Como no mundo político não há coincidências", a partir da declaração do ministro, a imprensa voltou as miras ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Para ver que as coisas estão bem orquestradas", disse a fonte.

PROPAGANDA APELATIVA !

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SEÇÃO: OPINIÃO POLÍTICA

A imundície do príncipe FHC, o frio

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Sigo na posição de não discutir o festival de baixarias e rancores – justos ou não – da ex-companheira de Fernando Henrique Cardoso, reavivados agora na entrevista a Natuza Nery, na Folha .
Francamente, estou me lixando se uma empresa deu dois, cinco ou dez mil dólares para bancar a criação do seu então suposto filho.
Isso é imensamente menos prejudicial ao país que o caráter de seu governante.
Mas é impressionante – se 10% do que Míriam Dutra for verdadeiro – o que esta história está revelando sobre o caráter do “príncipe”.
E mais ainda pelo que ele diz, ao ser confrontado com as declarações da ex-companheira.
Frio, sem um pouco sequer de compaixão ou, se está sendo injustiçado, sem meia dúzia de argumentos que invalidem o rancor alheio,
Amores e rancores são sentimentos humanos.
A frieza é que é desumana.
Benditos os que brigam, choram e até os que gritam e dizem desaforos, embora seja melhor que não o façam.
Os que gelam, sobretudo numa idade em que nada mais se tem a perder, senão a vergonha, é que me preocupam.
Lembram-me a frase do velho Ullysses, sobre ser velho não é o mesmo que ser velhaco.