sábado, 12 de agosto de 2017

A imagem pode conter: texto e atividades ao ar livre

O Geraldo contra-ataca

geraldocontraataca
Depois da edição da Istoé da semana passada, um folder publicitário do prefeito João Doria, Geraldo Alckmin aciona artilharia mais pesada neste fim de semana: a Veja.
Embora mais discreta, a revistados Civita abre fogo contra Dória, mirando o seu discurso de que “não é político, é gestor”.
Elenca o resultado praticamente zero de suas mais fantasiadas e promovidas “realizações”.
“(…) a agenda apertada de viagens nacionais e internacionais (em sete meses de administração ele passou 61 dias fora, ou 29% do período) somada ao pouco tempo que passa, de fato, governando, começa a impactar negativamente a sua gestão.
Geraldo Alckmim, notório pela lentidão de seus movimentos políticos, parece ter começado a se mover para deter o escandaloso processo de traição política de seu ex-afilhado.
Talvez seja tarde demais.
A imagem pode conter: 1 pessoa, texto

A destruição de um país

henf
Os indivíduos em geral e a as coletividades, quase sempre, movem-se em função de desejos e objetivos. Por uma década, reaprendemos a acreditar que o caminho para alcançá-los eram o Brasil em desenvolvimento e o nosso próprio desafio de, neste ambiente, alcançarmos o progresso pessoal: o “fazer um curso” ou graduar-se, “abrir um negócio”, comprar uma casa, um automóvel e assim por diante.
Havia lugar para os pequenos sonhos de cada um no grande sonho de um país.
O governo nacionalista e inclusivo que nos permitia estas aspirações, infelizmente, não foi capaz de interferir no outro patamar, este subjetivo, onde se acomodam desejos e aspirações humanas: a compreensão que, se era essencial o objetivo individual, a realização deste dependia, inapelavelmente, do ambiente econômico-social que passáramos a ter.
Acho curioso – e trágico –  que a discussão hoje na esquerda seja sobre falta de critérios mais “morais” nas alianças que fez para governar por uma década – e apenas isso, porque , depois de 2013, o governo passou apenas a responder às crises e não mais a dirigir o processo político.
O quadro político-parlamentar do Brasil é, há muito tempo, este desastre que assistimos hoje. Um pouco melhor aqui ou ali, talvez, mas em geral assim: miúdo, fisiológico, acanalhado, ávido por recursos eleitorais (que vinham, claro, de empresas que visavam lucros e privilégios), quando não de enriquecimento pessoal. Controlá-lo é o passo essencial para qualquer governo e muito mais difícil é para um governo que pretenda transformar o país: mudar é muito mais difícil que manter o status quo de uma sociedade injusta.
Só os pueris podem acreditar que uma seita de “puros e castos” converterá a sociedade ao tal padrão – que ironia! – “Fifa”. Nem mesmo, estamos a ver, quando esta seita – nem tão casta, nem tão pura – tem, como tem o sistema judicial brasileiro, o poder de denunciar, prender, fuçar, grampear, escavar – e sem consequência alguma – os escaninhos da vida de cada cidadão.
O resultado da “onda” moralista está aí, diante de nós: um país arruinado, onde o ceticismo se tornou a regra, onde a desesperança venceu a vontade, onde a estagnação sufocou o desejo de progresso, onde a drenagem de nossas riquezas para a ser apontada como “salvação” e onde todos nós nos embrutecemos.
Quem, agora, pensa em “fazer um curso”, “abrir um negócio”, “conseguir uma promoção”, comprar uma casinha, exceto uma pequena camada da população?
Como, se o debate nacional é “onde vamos cortar”, “como vamos taxar mais” o “o que vamos vender”  ou “a quem vamos prender e condenar”?
Todo processo de transformação no Brasil sempre foi abortado com o fórceps do moralismo, desde Vargas. Da UDN dos punhos de renda, aos coxinhas da paulista, passando pelas senhoras católicas e lacerdistas, sempre veio da classe média o combustível humano para as fogueiras da Inquisição, que são as chamas da treva.
Há uma pequena chance – e apenas porque aqueles tempos de progresso são recentes e se personalizam em Lula – de retomarem-se um projeto de vida e de país onde o crescimento econômico seja mais importante que os cortes orçamentários, onde investir seja a forma de avançar, onde incluir seja a fórmula para o progresso social, onde o ódio não seja mais a pauta da política.
Os “purismos” – sejam os étnicos, os religiosos, os morais – sempre foram capas hipócritas da crueldade humana e social. A nossa força sempre foi o contrário: o Brasil diverso, mestiço, cheio de pecados que fomos expurgando com o tempo, sempre que tivemos liberdade e mesmo quando tivemos tantas eras autoritárias.
Ainda mais quando vemos que os nossos santos não são nada franciscanos e, de seus berços de farturas, mostram um desprezo supremo pelo sofrimento da população.
A imagem pode conter: texto

A justiça “paternalista”: 29 anos na empresa: um câncer, então, rua.

trib
O Tribunal Superior do Trabalho – aquele que, segundo o Ministro Luís Roberto Barroso é “paternalista” com o trabalhador – cassou a indenização por dano moral de um empregado que, depois de 29 anos trabalhando por um empresa demitiu-o por estar com câncer.
A reportagem é do Consultor Jurídico , com informações do próprio TST:
Por entender que o câncer não é uma doença estigmatizante, a 8ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho absolveu uma empresa da condenação ao pagamento de indenização por dano moral aos herdeiros de um analista de sistemas que alegou ter sido dispensado de forma discriminatória por ser portador de câncer.
O analista trabalhou na empresa por 29 anos até ser demitido imotivadamente, após ter gozado de auxílio-doença entre setembro de 2011 a setembro de 2012. Na reclamação trabalhista, pediu indenização por dano moral alegando que sua dispensa foi arbitrária e discriminatória em razão de sua doença. Ele faleceu mais tarde, e seus herdeiros assumiram o processo.
O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ), entendendo caracterizada a dispensa discriminatória, condenou a empresa ao pagamento de indenização de R$ 10 mil. Para o TRT-1, a situação acarretou aflição e indignação ao trabalhador, e evidencia o dano moral passível de indenização.
No recurso ao TST, a empresa sustentou a inexistência de qualquer condição que suscite estigma ou preconceito na demissão do empregado e conseguiu a reforma da decisão. Segundo a relatora do recurso, ministra Dora Maria da Costa, a 8ª Turma já se manifestou sobre o tema no sentido de que o câncer, por si só, não possui natureza contagiosa nem manifestação externa que necessariamente gere aversão. Assim, não se trata de doença estigmatizante, ou seja, que marca de forma negativa e indelevelmente, o que afasta a presunção de dispensa discriminatória.
Suas Excelências, com todos os seus artigos e alíneas na ponta da língua, perderam aquilo que é essencial num julgador: a sua humanidade.
Depois de 29 anos, atirar na rua um “colaborador” – como eles gostam de se referir aos empregados –  doente, quase sem horizonte de vida pela frente, sem condições – é óbvio – de conseguir novo emprego e numa situação de drama pessoal, mostra bem como é compreendido o trabalhador.
Nem dez mil reais  – o que um juiz ganha em 10 dias! – acham que vale a dor de alguém que deu uma vida á empresa e, à morte, leva um chute.
A imagem pode conter: 1 pessoa, texto

Doria, não vá à Europa. Os ovos lá estão envenenados

ovostoxicos
Recomenda-se ao prefeito João Doria que deixe seu jatinho no hangar e não vá à Europa.
Para o seu próprio bem.
É que quase não sai na imprensa aqui, mas está acontecendo por lá o escândalo dos “ovos tóxicos”.
Milhões de ovos e de produtos contendo ovos em sua formulação foram retirados do mercado, por suspeita de contaminação por fipronil, um inseticida usado para combater pulgas, piolhos e carrapatos de aves.
Dezesseis países da União Européia foram atingidos, granjas foram fechadas na Bélgica, Holanda, Alemanha e França e ovos contaminados foram detectados na Suécia, Reino Unido, Áustria, Irlanda, Itália Luxemburgo, Polônia, Romênia, Eslováquia, Eslovênia e Dinamarca.
Todo cuidado é pouco.
Se o fipronil é usado em aves, pode ser que queiram usar em tucanos, para livrá-los de parasitas oportunistas.
Já pensou se um alquimista joga uma destas “cápsulas venenosas” no senhor?
Ou um “mítico”, querendo que não haja concorrentes no terreno da ultradireita?
Ainda mais agora, que o senhor anda agarradinho com Michel Temer…
Vai que tem um “aberratio ictus”…
Não sabe o que é? Pergunte a ele – tem vaga na agenda depois das dez da noite, no Jaburu – que é um latinista dos maiores.
Eu só posso dar a tradução livre: “quando se atinge alguém, pensando ser outro”.
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé e texto

Quer ver como é o parlamentarismo? Olhe Temer e o Centrão

distribui
Quem quiser ter uma ideia do que seria o parlamentarismo no Brasil, leia a reportagem da Agência Estado  com dirigentes do PP e PSD produzida pelo Estadão.
Dizem que vão parar as votações econômicas na Câmara se Michel Temer não redistribuir os doces do Governo segundo o “bom comportamento” dos meninos parlamentares. Dizem “na lata”, sem medo de serem fisiológicos:
“É isso que precisa ficar claro. É cargo que faz ter essa calmaria política, se for, resolva o problema dos cargos. Não, são as emendas impositivas. Resolva as emendas impositivas”, disse Marcos Montes, do PSD.
A chantagem é clara, explícita, obscena:
 Se chegar (uma segunda denúncia) num cenário desses, é o fim da linha para o presidente”, afirmou ao Estadão/Broadcast o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), ruralista como o colega e habitante da Operação Taturana, que apurou a ação de uma quadrilha se apropriava de recursos da Assembleia de Alagoas, através de sua folha de pagamentos, com a inclusão de funcionários fantasmas e laranjas.
Mas isso não vai ficar assim. Com o “distritão”, vai mandar a “nobreza de província” e aí a coisa fica mais clara.
A imagem pode conter: 4 pessoas, pessoas sorrindo, texto

Depois não digam que Constituinte é ditadura…

estadosgerais
egotrip que tomou conta dos poderes da República é absolutamente evidente.
O Executivo tornou-se um valhacouto de denunciados, a começar do presidente da República.
Sua capacidade de gerir a economia foi-se, a de gerar progresso deu adeus antes disso e a de prover serviços públicos já nos acena com um adeus.
O Judiciário navega como nau soberba e luxuosa no oceano de lama nacional: a existente e a que ele próprio criou com sua ação irresponsável e uma imprudente sanha acusatória. Hoje mesmo tem-se o exemplo da irresponsabilidade com a declarações do promotor que diz, depois de terem virado manchetes nacionais, que as contas na Suíça em favor de lula e Dilma nada têm que possa dar-lhes um mínimo sinal de veracidade. Ai menos essa, por enquanto, ainda não virou triplex do Guarujá.
A hierarquia e o respeito entre as instâncias, fundamento essencial do sistema, foi para o brejo: milhares de juízes não se acanham em se dizerem “perseguidos” por não terem satisfeitos seus pantagruélicos apetites salariais.
E o Legislativo, onde estamos acostumados a ver de tudo e mais um pouco, agora atenta contra a própria ideia de representatividade que sustenta a sua existência e advoga um “distritão” que significa, simplesmente, jogar fora a metade – e só não será a maioria porque candidatos modestos e sem dinheiro ou deixarão de fazer campanha ou a farão apenas para dar destino (para si e para outros) das cotas do fundo eleitoral.
Quem quiser creia nas balelas de que “é apenas uma transição” para o voto distrital misto – já duvidoso. Quando é que suas excelências, autoconvertidos em nobreza parlamentar que a ninguém, nem aos partidos, deve obrigações e coerência vão anular seus privilégios?
Um parlamento de nobreza e clero, essencialmente, os “Estados Gerais”,  na França falida de 1796 – já então com a desastrosa cantilena do ‘imposto-não”, que a arruinou frente à Inglaterra – não foi capaz de dar ao país saídas e tudo desembocaria na Revolução de 1789 e na derrubada do Rei.
Aqui, pode-se pensar na eleição de um rei-presidente que vá ser mero refém de um parlamento onde desapareceu a representação proporcional, há condes-deputados e juízes políticos vitalícios e incontestáveis?
Como pode um presidente eleito legitimamente eleito comportar-se dentro de um quadro assim senão indo buscar no povo, fonte de legitimidade do poder,  a reforma destas estruturas apodrecidas?
Dirão que será “Venezuela”, “bolivarianismo”?
Que voto popular é subversivo e a vontade da Nação é antidemocrática?
Trocaram a institucionalidade pela aventura, como podem reclamar da necessária “freada de arrumação” que acabará por vir?
Quem quer levar o Brasil para 1920 não se espante com 1930.
A imagem pode conter: 4 pessoas, pessoas sorrindo, texto

Contas de Lula e Dilma eram mentira de Joesley, admite MP

contasmentira
Procure o distinto leitor pelos grandes jornais a notícia – de ontem – publicada pelo UOL e confirmada pelo Estadão.
É a entrevista do procurador da República Ivan Cláudio Marx, dizendo que, convocado a oferecer provas, Joesley Batista não apresentou coisa alguma que pudesse ligar Lula ou Dilma Rosseff às contas que ele disse – aí com direito a manchetes nos jornais – operar em favor de ambos no exterior, movimentando somas de até US$ 150 milhões.
“A história dele é incomprovável. Pedimos documentos para comprovar, e não veio nada”, afirmou ao UOL.
“É uma história meio absurda desde o início”, disse ao Estadão. “Ele não tem nada. Essa história não tem pé nem cabeça. Não tem como provar.”
Procure, leitor, e não achará senão pequenos registros. Porque, afinal, é outra destas coisas que não vem ao caso, do remoto tempo em que acusação devia ser provada.
De acordo com Marx, faltam também evidências de que tanto Lula quanto Dilma sabiam da existência do dinheiro, pois essa suspeita está calcada apenas nas declarações do delator. Não há, por exemplo, nenhuma mensagem, gravação ou outro tipo de prova a respeito. “Ele só tem a palavra dele. Não tenho como ‘condenar’ ninguém com a palavra dele”, afirmou o procurador.
E, claro, não há sinal, como nos casos de Michel Temer e de Aécio Neves, malas de dinheiro entregues a prepostos.
Ele só tem a palavra dele”,diz o procurador : “não tenho como ‘condenar’ ninguém com a palavra dele”.
Claro que a “delação” sem provas  sobre Lula e Dilma eram o “pedágio” para a delação “com prova” sobre outros.
E o Dr. Ivan, presta sua irônica “homenagem” a esperteza de Joesley:  “O cara é muito ‘bom’. Tem uma conta lá, que não consegue explicar, e conseguiu transformar isso numa delação”.
O senhor devia estender esse conceito à imprensa brasileira que conseguiu transformar em manchete e capa de revista uma delação sem nenhuma prova.
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e texto

O mundo azul da traição

azul
Tal como fizera, há um mês, na exibição de Deltan Dallagnol aos high-society da cirurgia plástica, a repórter Anna Virgínia Ballousier, hoje, na Folha, nos leva a passear no “mundo azul” do tucanato “social”.
“”Tenho certeza que a São Paulo do mundo azul já tem alguém” em mente para liderar o país, disse [Ivo] Wohnrath”, dono do escritório de “arquitetura de interiores” que patrocinava a noitada em São Paulo.
“Doria entrou no palco ao som do “Tema da Vitória”, trilha de sua campanha a prefeito”.
Ali, conta-nos Anna,  “ovacionado no “mundo azul” de empresários que bebericavam taças de Veuve Clicquot na Casa Fasano, Doria relembrou a ovada que levou de opositores em Salvador e atacou militantes de “esquerda e extrema-esquerda” que ocuparam a Câmara Municipal de São Paulo para protestar contra seu programa de privatizações”.
Então, o gauleiter paulistano fartou-se com os aperitivos de um “debate”  entre Carlos Alberto Sardenberg e Arnaldo Jabor, regado a ódio a Lula, antes de saciar-se com “escalope de filé mignon ao molho de cogumelos e risoto de ervas (com zuppa gelada de frutas amarelas com sorvete de iogurte para arrematar)”.
Barriguinha cheia, contou que está sendo cortejado  – e convidado – pelo DEM e pelo PMDB para ser candidato a presidente, mas disse que “ainda não é hora” de falar disso e disse – o que talvez fosse adequado ao grau de hipocrisia do salão – que sua amizade com Geraldo Alckmin é “indivisível”.
Fernando Henrique fazia-lhe o papel de “dama de companhia”, fazendo um discurso de “esquerda chique”, elogiando o Lula do passado e descendo a lenha no do presente e do futuro: “O “Lula lá de trás”, disse, era “inovador” e reconhecia que “a CLT amarrava o trabalhador”; já o Lula de agora “está radicalizando” e “vai para o gueto”.
Dória e Fernando Henrique se adequavam, ali, perfeitamente, ao que o escritório dos anfitriões define como “retrofit”: pegar estruturas antigas e ultrapassadas e emprestar-lhe um novo estilo e visual – “colocar o antigo em boa forma”, dizem em seu site.
Ali, cercado de “gente bem”, espalhada no “salão com 58 mesas iluminadas por velas” – e não destes fedorentos deselegantes das ruas comuns”, ouviam em deleite Arnaldo Jabor se dizer receoso com “a desgraçada possibilidade de Lula voltar”.
O que fez, talvez com um travo amargo de quem sabe que virou o contrário do que era, fez brotar a blague de FHC:
-Se depender desse público, ele não volta.
Os brioches, rápido.
Nenhum texto alternativo automático disponível.

Suspensão de deputados mostra que Temer desistiu de reformas

susp
A decisão do PMDB de suspender – e, na prática, forçar a saída – de seis deputados do partido que votaram pela abertura do processo contra Temer só tem um significado: Michel Temer deixou de lado a ilusão de fazer qualquer reforma constitucional.
Não apenas pelos seis votos – 10% da bancada do partido – peemedebistas (ou, agora, ex), mas pelos demais votos dissidentes da base, inclusive as duas dezenas de tucanos que votaram contra Temer e os tantos quantos de outros partidos que fizeram o mesmo.
Rodrigo Maia ficou falando sozinho na sua história de chamar de volta os desgarrados.
A exuberante base governista de 340 votos dá-se hoje por satisfeita em ter 257 votos.

OPORTUNIDADE DE EMPREGO: