sábado, 28 de setembro de 2019

VÍDEO: “Ei, Bolsonaro, VTNC”, grita a plateia em show de Alok no Rock in Rio

 
random image

Gilmar Mendes: Papel da imprensa foi decisivo para desmandos da Lava Jato

 
Gilmar Mendes. Foto: ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
Publicado originalmente na Rede Brasil Atual (RBA)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes fez críticas à Operação Lava Jato no início da noite desta sexta-feira (27), ao comentar declaração do ex-procurador geral da República Rodrigo Janot, de que chegou a entrar armado no STF com a intenção de matar Mendes. “Eu jamais imaginei correr risco de vida. Na verdade, eu acho que o Direito brasileiro correu muito risco com o Janot e sofreu realmente muitos ataques. Mas não imaginávamos que chegaríamos a isso da morte física, ou à tentativa de atentado como se promete aí”, afirmou Mendes em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, no programa O É da Coisa, na Band News FM.
PUBLICIDADE
“Tenho a impressão de que todos nós estamos descobrindo lentamente dessa realidade subjacente a essas operações. Eu já falei em algum momento que havia um tipo de organização para investigar o crime, mas que também cometia crimes. E agora a gente vê que poderiam chegar até ao assassinato”, acrescentou o ministro do STF. “A gente tem de perguntar o que fez de errado nesses anos todos para produzir esse monstrengo institucional. Essa é uma pergunta que temos de fazer. O que fizemos de errado para produzir esse monstrengo chamado Procuradoria-Geral da República, chefiada por gente como Janot. É uma pergunta que temos de responder”, disse.
Ao ser indagado pelo jornalista se teria alguma hipótese para responder essa questão, Mendes afirmou: “Eu tenho a impressão de que em algum momento essa instituição fugiu de todo o controle. O sistema de checks and balances na verdade faleceu aqui em relação a eles. Eles passaram a ser soberanos na ordem jurídica. E aí todos nós temos responsabilidades. Nós do Supremo Tribunal Federal, as pessoas da imprensa – e aqui acho que o papel da imprensa é decisivo. Essa gente em algum momento assumiu o papel de verdadeiros deuses”.
Déspotas obscuros
E continuou: “Eu falei ontem no plenário do Supremo: nada se poderia falar contra a Lava Jato. Não se poderia contrariar o espírito da Lava Jato. A Lava Jato estabeleceu uma nova Constituição e nós estamos vendo que nem sequer déspotas iluminados eram, pelo contrário, eram déspotas obscuros”.
A declaração polêmica de Janot foi dada a alguns veículos de imprensa ontem. Janot pediu a suspeição de Gilmar Mendes em maio de 2017, quando estava à frente da PGR, em casos relacionados com o empresário Eike Batista, que ao se tornar investigado da Lava Jato foi defendido pelo escritório da mulher do ministro, Guiomar Feitosa Mendes.
Segundo a Agência Brasil, a Polícia Federal realizou na tarde de hoje ação de busca e apreensão na casa e no escritório do ex-procurador-geral, em Brasília. As buscas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ele também suspendeu o porte de arma de Janot, além de proibi-lo de se aproximar de integrantes da Corte e de entrar nas dependências do tribunal.

Ao pedir semiaberto para Lula, Lava Jato joga sujo mais uma vez. Por Moisés Mendes

 
Lula
POR MOISÉS MENDES
PUBLICIDADE
Deltan Dallagnol e sua turma criam uma armadilha para Lula quando pedem a progressão para o regime semiaberto. O Ministério Público tem essa prerrogativa.
Lula já anunciou que prefere esperar a decisão do Supremo para que ganhe a liberdade, depois do julgamento da suspeição de Sergio Moro pela segunda turma.
Mas o MP poderá exigir que Lula saia da cadeia. É o que dizem alguns juristas. Teremos mais confusão.
Li há pouco no perfil do jurista e desembargador aposentado Amilton Bueno de Carvalho esse comentário bem humorado:
“Que lindo, um amor: o MP lavajatista e humanista postula progressão do regime de Lula: agem assim com todos os apenados…”

GRANDE PENSADORA...

grande-pensadora

Empresário ganha dinheiro com o fanatismo religioso: vende latas com “ar abençoado” de Fátima

 
Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui.

O jornalismo do DCM precisa de você para continuar marcando ponto

O MP nasceu para ser o médico, mas acabou virando o monstro. Por Fernando Brito

 
Ele
PUBLICADO NO TIJOLAÇO
POR FERNANDO BRITO
PUBLICIDADE
Durante a ditadura, o Ministério Público, sem nenhuma independência, era uma instituição acovardada, oprimida.
A redemocratização a fez florescer: a independência de ação fez, durante anos, muito por este país e pelo convívio social, protegendo direitos coletivos, a dignidade humana, o meio ambiente, combatendo o abuso do poder econômico, a violência policial e tantas pragas que nós, brasileiros, queríamos abolir no rumo de uma sociedade justa e, senão fraterna, ao menos civilizada em suas diferenças.
O Ministério Público de hoje, capturado pela sanha punitivista e pela vaidade descontrolada dos seus membros, tornou-se uma deformidade monstruosa, uma espécie de Mr. Hyde da instituição que os redemocratizadores do Brasil, na Constituição de 1988 pensaram e fizeram para o país.
Que se pode esperar de uma instituição que foi dirigida, por quatro anos, por um homem que se deformou ao ponto de invadir, armado de pistola, a Suprema Corte de seu país disposto a assassinar um de seus ministros?
Não aconteceu nada, além de um tweet do quase assassino, ontem à noite, lamentando o pênalti perdido pelo Atlético Mineiro, numa demonstração de patética frieza.
E o que dizer de um país que nem a isso reage ou, no máximo, tem uma nota de Gilmar Mendes, o que ia morrer a bala, recomendando que ele procure ajuda psiquiátrica?

sábado, 7 de setembro de 2019

Fez-se do Sete de setembro uma festa colonial

As datas nacionais, por toda a parte, costumam ser festa de congraçamento, aquela em que se comemora a comunhão de identidades e desejos, uma espécie da “Feliz Ano Novo” de uma coletividade, como no 1° de janeiro, acima de cores, credos, renda, idades e tudo o mais. Uma festa sem natureza religiosa ou de classe, de todos.
O golpe de 1964, que separou militares de civis foi, na história, o que começou a fazer se perder tal natureza democrática. Passou a ser o dia da “Parada Militar”, que aqui não carrega sequer o conteúdo de soberania, seja pelo alinhamento servil aos Estados Unidos, seja pela sua outra face, a tutela – para muitos desejada ou consentida – da sociedade pelo poder militar, em lugar de ser este a projeção da afirmação do país-nação.
Os 30 anos de democracia não foram capazes de fazer nascer, dentro das Forças Armadas, uma visão diferente desta tutelar, velha de quase um século e que perdeu, muito cedo, a rebeldia de sua juventude no tenentismo, trocando a causa da transformação pela obsessão conservadora.
Na esquerda, em vetor invertido, a adesão acrítica aos valores globais, expressa no identitarismo, deixou-se desbotar a bandeira nacionalista que sempre a marcou por um arco-íris de causas necessárias e generosas. Espertamente, o entreguismo apossou-se, como fantasia, de símbolos que sempre foram dela.
Neste processo, a alma nacionalista se foi, porque ser conservador, no Brasil, passou a confundir-se com a manutenção de um status-quo colonial, agora tão explícito que o presidente brasileiro, na primeira mensagem do Sete de Setembro, no Facebook, logo na primeira linha, saúda…os Estados Unidos.
Nama boa reportagem de Cristian Klein e Rafael Rosas, no Valor Econômico, o professor de Filosofia Renato Lessa descreve como nos sentimos a três anos de completarem-se dois séculos de independência:
“O que vejo no futuro imediato é a desconfiguração da ideia de nação. O Brasil deixa de ser um país e passa a ser um lugar, um território, para se fazer negócio, com um mínimo de regulação. Como era na época da colônia, quando o Brasil não era um país. Era um espaço de predação, inclusive no regime de trabalho, em que podia se usar mão de obra sem qualquer restrição”.
Para que possamos ser “plenamente” assim, completa ele, é preciso destruir o que remanescia do projeto nacional pós 1930. E Jair Bolsonaro é o portador deste “desprojeto”.
É curioso, em relação a uma matéria em que se procurava ouvir a resposta sobre “qual é o projeto para o nosso país?”, dois líderes militares do Governo, Augusto Heleno e Eduardo Villas Bôas e o Ministro da Economia, Paulo Guedes, não tenham respondido aos pedidos de entrevista.
Não é fácil dizer que se quer apenas ser uma boa, eficiente e bem-comportada colônia.
Nenhuma descrição de foto disponível.

Em tempos de estupidez, preconceito dá voto

Depois de Jair Bolsonaro, João Doria e, agora, Marcello Crivela apelam para seus “kits gay” de ocasião.
O governador paulista manda recolher 350 mil apostilas de 144 páginas porque, em meio a elas, três faziam a ousadia de dizer que a realidade e que o mundo não é feito apenas de homens-homens e mulheres-mulheres e que ninguém deve ser maltratado por isso.
O prefeito carioca, um descalabro administrativo como poucas vezes se viu, manda meganhas municipais recolherem uma revista de porque, num dos quadrinhos, dois homens se beijavam.
Claro que, por mais estúpidos que sejam, sabem que, com a internet, qualquer adolescente ou mesmo pré-adolescente tem acesso representações de sexo, escritas, desenhadas ou filmadas astronomicamente mais explícitas que as que mandaram apreender.
Até a minha geração, hoje nos 60, tinha, porque não havia uma sala de aula onde, mais cedo ou mais tarde, não circulassem as famosas revistinhas do Carlos Zéfiro, aliás Alcides Caminha, um pacato e anônimo (até que Juca Kfouri o fez revelar-se, já nos anos 90) funcionário público.
Ambas as publicações teriam passado despercebidas e, ainda que nada tenham de ofensivas, muito menos ainda ofenderiam os suscetíveis na obscuridade.
Aliás, a revista que escandalizou Crivella foi lançada em 2010 e nunca despertou revolta alguma, depois de vender centenas de milhares – ou até milhões – de exemplares no mundo inteiro.
E, se neles não havia nada de sórdido, nos dois governantes que armaram o factóide há, e muito.
São dois exploradores do sexo, na forma do preconceito. Seguem, sem nenhum pudor, a trilha imunda aberta pelo atual presidente, dono, aliás, de uma fixação sexual que todo dia se revela, quando se refere à política como namoro, noivado, casamento e até em “levar para o motel”, além do famoso “comer gente” de seu apartamento funcional.
A estupidez dá voto, nestes tempos de estupidez.