sábado, 9 de janeiro de 2016

HUMOR

RESOLUÇÕES-DOS-ARTISTAS-03

SEÇÃO: POLÍTICA

Marina quer “assaltar a geladeira”, com seu apetite incontrolável de poder

marinafrances
Magrinha daquele jeito, Marina Silva é dona de um apetite incontrolável, daqueles que se manifestam fora de hora.
Parecia – só parecia – que Marina tinha adotado uma posição discreta, opondo-se ao golpe do impeachment – mesmo com a ressalva de que impeachment não é golpe, pois está previsto na Constituição.
Que impeachment por crime de responsabilidade não é golpe até as pedras sabem, o que é golpe é inventar crime de responsabilidade para fazer o impeachment. É contra este abuso que se está lutando e, até agora, é assim que os deputados de sua Rede têm agido.
Hoje, porém, descobre-se que não é assim a posição de Marina.
Ela quer a deposição de Dilma por outro tipo de golpe, capitaneado não por Eduardo Cunha, mas por Gilmar Mendes.
“O  melhor caminho para o Brasil é o processo que está no TSE, porque no TSE você teria a cassação da chapa, se forem comprovadas as graves denúncias de que o dinheiro da corrupção foi utilizado para a campanha do vice-presidente e da presidente da República”, disse hoje  Marina ao G1.
Marina bem deve confiar na Justiça Eleitoral, pois até agora nada se apurou sobre o misterioso jato sem dono que matou Eduardo Campos e que a ela servia também porque, como diz ela própria dos outros, candidato a presidente e o vice ” são faces da mesma moeda”.
Está claro que o que a faz considerar o TSE “melhor” que o impeachment é o mesmo que faz Aécio preferi-lo também: sentir que o impeachment naufragou politicamente e  que a “esperança” de eleições antecipadas estão no Tribunal.
Virou siamesa de Aécio: só pensam em “assaltar a geladeira” durante a noite.
Infelizmente Marina decaiu a um nível que só as pessoas dadas a delírios – ou oportunistas que se penduram em certa imagem “limpinha e cheirosa” que a mídia ainda dela projeta – a levam sério.
Ela só sobrevive porque uma parte do PT tem certo banzo do udenismo e porque a direita, sempre esperta, sabe que ela, já há duas eleições, presta-se com prazer ao papel de “bucha”  para tirar votos do campo popular.

HUMOR TRÁGICO

BEBER-CAIR

SEÇÃO: POLÍTICA

A obra de Levy para acabar com a inflação: a maior inflação desde 2002

mf
O número final  do IPCA de 2015 – 10,67% – é o retrato final da “era Levy” na administração da economia brasileira.
Pior do que o simples fato de ter sido alto – alto pelos padrões atuais de inflação, é claro – é o fato de ter se dado em um contexto  de grave retração na atividade econômica.
É primeira contradição com o que dizem os “economistas  de manual”, que adoram classificar a inflação  como resultado de uma expansão da demanda, provocada por “demônios” como o pleno emprego e a elevação  da renda (leia-se salários) da população, como transparece da aula – registrada aqui – do “professor de desemprego”.
O segundo item que fica evidente é que  a “política de choque” nas tarifas elétricas teve um impacto desastroso neste índice, que vai além do 1,5%  que agrega sozinha ao índice inflacionário. Se considerar-se o curso reflexo desse aumento nos serviços e produtos – especialmente aqueles cujos fabricantes não podem se defender com contratações diretas  de energia, que encareceram menos – não é nenhum absurdo dizer que, apenas alinhada à  remarcações dos demais produtos, o índice global cairia algo ligeiramente acima de 2%.
Muito embora a previsão para 2016 seja de um cenário hídrico muito melhor que os três anos de seca que o antecederam, não tenha a menor esperança em que caia na mesma proporção o preço da energia. Preço que se põe mão se tira mais. Ao menos não sem crise, como ficou evidente na dureza que foi anular parte das desonerações tributárias concedidas no governo anterior. E no inverso também, porque duvido que alguém se  lembre de queda nos preços  quando do fim da CPMF.
Esta discussão poderia ir longe, mas é preciso tratar da questão mais importante para o aumento da inflação: o cenário de pessimismo econômico – que é real, mundial – ter sido amplificado aqui com a tolice de “turbinar o bode” da sala para que, quando retirado, o alívio fosse maior.
Se o “bode” do pessimismo econômico fosse um animal mansinho, dócil, e obedecesse aos planos, nenhum problema.
Só que o bode econômico é bravo, tem chifres e distribui patadas. E demonstrou que sequer tem apreço a quem lhe folgou as cordas.
No Brasil não pode existir outra política econômica senão a de crescimento. Política recessiva, como se viu na felizmente curta “Era Levy” não serve sequer parra arrumar as finanças públicas, porque o efeito colateral que provoca na arrecadação é muito pior do que qualquer corte (falo dos razoáveis, não de massacres) que se possa fazer nas despesas.
Como disse outro dia o Professor Luiz Gonzaga Belluzzo, da Unicamp, tudo foi feito de maneira simplória.
Brizola contava que, ainda jovem, visitou Osvaldo Aranha, no Ministrio da Fazenda, então  instalado no enorme prédio de estilo neoclássico na Esplanada do Castelo, no Rio. Aranha o levou a ver um salão imenso, onde uma multidão de “guarda-livros” operava suas notações e contas furiosamente. E disse: veja, Brizola, estas são as mulas do Ministério: trabalham muito, muito mesmo. Mas são inférteis”

HUMOR TRÁGICO

ALGEMAS

SEÇÃO: OPINIÃO E ECONOMIA

O petróleo continua a ser um negócio das Arábias

aramco
A imprensa brasileira, em geral, está “comendo mosca”.
Muito preocupada em dizer que a crise da Petrobras é fruto das roídas dos ratos que por lá andaram, minimizando os efeitos da estúpida crise mundial do petróleo, pouco ou nada falou do que a revista The Economist publicou, indagando se será “A venda do Século”.
A Aramco, companhia estatal que controla a produção de petróleo na Arábia Saudita  cogita vender uma parte não especificada de seu capital, hoje totalmente sob controle do Governo.
A empresa (que nasceu com o nome de California-Arabian Standard Oil, vejam só…)  pode fazer de volta o caminho que percorreu desde que, nos anos 70, começou a ser progressivamente assumida pelo estado saudita, na década seguinte.
Tem 261 bilhões de barris em reservas e extrai, por dia, mais que toda a América Latina, incluídos aí Venezuela e Equador, dois megaprodutores e exportadores de óleo: 11 milhões de barris.
Há pouca informação, mas parece evidente que o rebaixamento do preço do petróleo a níveis absurdamente artificiais apertou os sauditas a um ponto em que já não podem suportar, quando a política do país foi recusar a posição de outros integrantes da Opep para reduzir a produção e impedir parte da queda.
“Tudo está sobre a mesa. Estamos dispostos a considerar opções que não estavam dispostos a chegar em nossas cabeças em torno no passado “, diz um funcionário da Aramco à The Economist.
Os nossos amigos “economistas-contadores”, que só enxergam contas e planilhas bem que poderiam explicar porque é que, segundo a  consultoria Rystad Energy, citada pela revista, os EUA conseguem  sustentar a viabilidade de sua indústria de petróleo – especialmente a do “shale oil” extraindo a um custo duas vezes superior ao preço de venda até por de joelhos os sauditas, que ainda retiram o barril por metade do valor oferecido pelo mercado.
(Aliás, num parêntesis, a um custo bem semelhante ao do pré-sal brasileiro).
A resposta que eles não podem dar é a de que petróleo é política.
Não é uma simples gosma viscosa e fedorenta, é  parte inseparável de qualquer projeto de soberania nacional.
Até lá na Arábia Saudita, onde transformou alguns chefes tribais seminômades, em menos de meio século, no mais poderoso país da região.
E ninguém ache que, como o petróleo tendo virado, como dizem, “uma porcaria”, cujo litro vale menos que uma copinho de água mineral (R$ 0,80, à cotação de hoje), não vão correr para comprar, a preço de banana, a Saudi Aramco.
E fazer a sigla que deu nome à empresa  voltar a ter o sentido original, não necessariamente na mesma ordem: Arab American Oil Company.

HUMOR REALISTA

DICA

SEÇÃO: POLITICA

Vale tudo na delação?Dinheiro para Wagner em 2006 por obra iniciada quase em 2012?

valetudo
Não tenho procuração nem de Jaques Wagner nem de José Sérgio Gabrielli para defendê-los.
Aliás, sequer conheço qualquer um dos dois.
Mas há algo estranhíssimo neste documento de delação de Nestor Cerveró – vazado ilegalmente – apreendido de posse – ilegal – de Delcídio Amaral e, de novo, vazado para o Estadão.
Segundo o texto, Gabrielli teria  decidido transferir para Salvador – uma das importantes sedes da Petrobras, desde sua fundação – uma parte do setor financeiro da empresa. ““Para tanto, foi construído um grande prédio em Salvador, onde atualmente é o setor financeiro da Petrobrás.”, diz o documento. Aí, teria escrito Cerveró, foi construído um prédio e, desta obra, parte dos recursos teria ido irrigar a campanha de Jaques Wagner ao governo baiano em 2006, mas que “não se lembra” por intermédio de que empreiteira teria construído o edifício.
Bem, não sei se Wagner recebeu dinheiro de tal ou qual empreiteira e não tenho como afirmar que tenha sido legal ou ilegal qualquer doação.
Mas, ao que parece, dou capaz de ir procurar informações para saber se isso coincide ou não com os fatos.
Aí encontro na página oficial da Petrobras a cobertura do lançamento da pedra fundamental de seu edifício na capital baiana, é fato. O mesmo em outras publicações baianas.
Só que em 19 de dezembro de 2011. Quer dizer: a obra começou  mais de cinco anos depois da eleição de Wagner ao governo pela primeira vez ao Governo da Bahia e mais de um após sua reeleição.
Por mais que eu tente, não consigo atinar como foram feitos pagamentos – que seriam desviados para a campanha – com mais de cinco anos de antecedência!
Em qualquer lugar do mundo, obra é paga à medida de sua realização e atestada a execução. Pode haver fraude no preço ou na medição (que é como se chama o “confere” que se faz para pagar uma fatura de “X” reais). Nem sequer digo que não haja, porque não conheço propina paga antes de receber-se e com cinco anos de antecedência.
Em sua defesa, Gabrielli mostra – comprovando com reportagem de jornal – que  a  mudança do setor financeiro se deu em 2008, para prédio já ocupado pela empresa, que recebeu reforma a partir de 2007. Cerveró se refere especificamente à construção de “um grande prédio”, o que não é o caso de uma mera reforma em um já existente. E cita como testemunhas duas pessoas que já morreram, convenientemente.
Agora, é de doer que seja aceito como “delação”  para fins de reduzir a pena de um ladrão a história do “não me lembro qual foi a empreiteira, mas todo mundo sabia”.
Ouviu na “Rádio Corredor”?
Passamos ao vale-tudo para atingir a honra das pessoas, faz tempo.
A história não tem densidade para render uma matéria, que dirá para render um processo, como o que há ali.
Muito menos para valer perdão ou redução de penas para quem desviou milhões e menos ainda para atingir outras pessoas na base do “ouvi falar” e  do “todo mundo sabia”.
É preciso que haja um mínimo  de verificação antes de se acusar alguém tão gravemente.

É A CRISE!

POBRETARIO

SEÇÃO: POLÍTICA

Sem política, começa tudo outra vez

blackbloc
Acho que a inteligência dos leitores me desobriga de comentar os incidentes de ontem no Rio e em São Paulo.
Os blackblocs, hibernados há dois anos, quase, ressurgem miraculosamente. Estavam em outra dimensão, materializaram-se por mágica.
Não se tinha notícias dele nem mesmo no protesto de jovens em São Paulo contra o fechamento de escolas pelo governo tucano.
A ultraesquerda, aquela que dá a volta ao mundo e se junta, prazeirosamente, à ultradireita.
A mídia faz sua parte, investindo com base em “até agora, nada” sobre o único elemento do governo Dilma que demonstra eficiência política. E que, de quebra, tem o respeito das Forças Armadas, por sua passagem no Ministério da Defesa.
Servem-se do clima criado pela República do Paraná e mais alguns Procuradores, segundo o qual já não é sequer necessário ser acusado, mas apenas ter seu nome mencionado ou ter falado ao telefone com algum suspeito para, imediatamente, ser exposto como “corrupto”.
É o infeliz 2016  da direita que começou.
E a Presidente Dilma discutindo – ninguém nega que seja tema a discutir, mas não o essencial, agora – a reforma da Previdência.
E o José Eduardo Cardozo dizendo que o problema da quase insurreição da Polícia Federal é “sindical”, salarial, o de “querer aumento”. Ora, Ministro, aumento de salário todo mundo quer e ninguém faz sabotagem por isso.
Não haverá sucesso político sem enfrentamento político, embora o único enfrentamento que se veja – e brutal, como sempre –  é o da Polícia Militar, aquela em com que os ativistas de direita tiram orgulhosos selfies.
Não eram, em 2013, já se deveria ter visto, “apenas vinte centavos”.
Nem “apenas 30 centavos”, hoje.
É muito mais, é com nossa liberdade e com a democracia que desejam que o povo brasileiro pague.

HUMOR TRÁGICO

ENQUANTO-4

SEÇÃO: POLÍTICA

A Prece e Cunha: dez anos de cumplicidade da mídia e do Ministério Público

cunhavamp
Folha, hoje, dá manchete para o relatório da Comissão de Valores Mobiliários  – vinculada ao Poder Executivo –  onde se afirma que os ganhos de Eduardo Cunha no mercado financeiro, à custa de prejuízos para o fundo de pensão dos funcionários da companhia de água e esgotos (que metáfora!) do Rio de Janeiro superam cosmicamente qualquer obra do acaso.
O esquema era simples: Cunha e a Prece aplicavam recursos em fundo de uma corretora, que aplicava o “bolo”. Onde ganhava, 98% era de Cunha; onde perdia, dos da entidade de previdência:
“Para se ter uma ideia, a probabilidade de se obter uma taxa de sucesso de 98% ocorre em uma vez para cada 257 septilhões. Sabendo-se que a chance de ganhar a Mega Sena quando se faz a aposta mínima é de 1 em 50 milhões, verifica-se que a chance de uma taxa de sucesso de 98% é praticamente nula e decorre claramente de uma fraude”.
Muito bem, parabéns pela descoberta das falcatruas de Cunha…
Espere aí, descoberta?
Deviam assinar a matéria com o nome do repórter Leonardo Souza, que registou, na mesma Folha e há mais de DEZ ANOS, a maracutaia de Cunha, descrita em seu texto.
Que, aliás, foi pega por outro órgão do Executivo, a Secretaria de Previdência Complementar do Ministério da Previdência, que aplicou as multas que eram de sua competência aplicar.
Não dá pra crer que a Procuradoria Geral da República não lesse os jornais, em 2005. Mesmo porque já havia a informação da chantagem de Cunha para abafar o caso.
Ou, quem sabe, a do coleguinha, gente boa, Sérgio Torres, na mesma Folha, dois anos depois, registrando  que o Tribunal de Contas do Rio (até o Tribunal de Contas do Rio!) havia encontrado prejuízos milionários na Prece e via o dedo de Eduardo Cunha por lá.
Onde é que estiveram o MP e a Folha  nesta “década perdida”?
Como é que Eduardo Cunha construiu seu império de poder e dinheiro e chegou à Presidência da Câmara?
Por uma simples razão: servia para chantagear e, depois, derrubar o Governo que  odeiam.
Com todo o respeito ao trabalho dos profissionais que “requentaram”  o assunto, com detalhes mais picantes, não houve descoberta alguma.
Há, sim, a revelação de um longo período de leniência e cumplicidade da mídia e do Ministério Público diante de Eduardo Cunha, que permitiu ao monstro tomar o gigantismo que tem hoje.
E que, ainda assim, pretendem-lhe aproveitar, dando legitimidade, algo de sua obra: o processo de impeachment.
No direito, há uma teoria de  que a árvore que tem veneno em suas raízes o terá em seus frutos, sejam quais forem eles.
Com tudo o que sabem dele, e há tantos e tantos anos, pretender descer seu fruto goela abaixo da nação não pode ter outro sentido que não o de envenená-la.

HUMOR

CURTA-2