sábado, 11 de janeiro de 2020

A imagem pode conter: 2 pessoas, barba e texto

BC fecha contas de 2019: maior saída de dólares da história

No G1, a confirmação da cantilena que este blog mantém desde setembro: a “enxurrada de dólares” existe, só que para fora do Brasil. A maior da história, basta dizer isso:
Em um ano marcado por sucessivos recordes na cotação do dólar, a retirada de dólares da economia brasileira superou o ingresso de divisas em US$ 44,768 bilhões. Os números de 2019 foram divulgados nesta quarta-feira (8) pelo Banco Central.
Essa é a maior fuga de divisas do país desde o início da série histórica da instituição, em 1982, ou seja, em 38 anos. Até então, a maior saída havia sido registrada em 1999, quando US$ 16,18 bilhões deixaram a economia brasileira.
Naquele ano, o governo Fernando Henrique Cardoso abandonou a política de bandas cambiais, instituindo a livre flutuação cambial (com intervenções para corrigir “distorções” de mercado), acompanhada por objetivos para contas públicas e pelo regime de metas para inflação – o chamado “tripé macroeconômico”, que vigora até os dias atuais.
Nosso saldo comercial, que sempre serviu para tampar o “buracos” momentâneos (ou nem tanto) no nosso fluxo cambial vem se deteriorando desde julho/agosto.
2020 é o ano em que comeremos um bom naco de nossas reservas cambiais, das quais já sacamos perto de US$ 30 bi este ano.
A imagem pode conter: 2 pessoas, texto que diz "AIM, MASE Em três anos, planos de saúde sobem triplo da inflação e mensalidades escolares, dobro BRASIL BOLSONARO"

“Filia que eu subsidio”

Do Estadão, na edição de hoje, a proposta inacreditável de Jair Bolsonaro de criar os “SubsiDeus” na conta de luz, para obter ajuda na coleta de assinaturas para seu “partido”:
O presidente Jair Bolsonaro quer conceder subsídio na conta de luz para templos religiosos de grande porte. A pedido dele, uma minuta de decreto foi elaborada pelo Ministério de Minas e Energia e enviada para a pasta da Economia, mas a articulação provocou forte atrito no governo. A equipe econômica rejeita a medida, que vai na contramão da agenda do ministro Paulo Guedes, conhecido por defender a redução de benefícios desse tipo. O Ministério de Minas e Energia confirmou que o assunto está sendo avaliado.
Embora o movimento seja para beneficiar templos religiosos de forma ampla, os evangélicos são o alvo da medida. A bancada desse segmento é hoje a principal base de sustentação do governo e Bolsonaro tem atendido suas reivindicações desde que assumiu a Presidência. A influência de líderes evangélicos sobre o Palácio do Planalto é cada vez maior e o próprio presidente já disse que quer tê-los por perto na administração.
Com essa perspectiva, muitos templos já anunciaram a disposição de ajudar Bolsonaro a coletar as quase 500 mil assinaturas necessárias para criar seu novo partido, o Aliança pelo Brasil. Bolsonaro também já avisou que pretende indicar um ministro “terrivelmente evangélico” para o Supremo Tribunal Federal. Os evangélicos representam 29% dos brasileiros e podem ser o fiel da balança na campanha de Bolsonaro à reeleição, em 2022.
Isso não é sobre luz, é sobre trevas medievalistas nas quais estam0s mergulhando.

Quanto a Embraer vai pagar pelo escândalo da Boeing?

A expressão, a gosto dos “moderninhos” que fala em “agregar valor” por imagem deveria, no caso da compra da Embraer pela Boeing ser reescrita para “deteriorar valor”.
Embora a carteira de encomendas da empresa ainda seja forte, porque no setor as encomendas são de longo prazo, é impossível que os modelos da ex-brasileira de aviação não sejam fortemente impactados pelo crescente – e irreversível – escândalo envolvendo o 737 Max da norte-americana.
Ontem, o The New York Times divulgou mensagens trocadas internamente na empresa, enviadas aos investigadores federais que atuam no caso e os diálogos não podiam ser piores:
“Você colocaria sua família em uma aeronave treinada no simulador [737] Max? Eu não faria ”, disse um funcionário a um colega em outra troca [de mensagens] a partir de 2018, antes do primeiro acidente. “Não”, respondeu o colega. Em outro conjunto de mensagens, os funcionários questionaram o design do Max e até denegriram seus próprios colegas. “Este avião é projetado por palhaços, que por sua vez são supervisionados por macacos”, escreveu um funcionário em uma troca de 2017.”
Desde o início do ano passado, em números redondos, as ações da Embraer caíram 15%, contra uma valorização de 26% do índice Dow Jones.
Com a paralisação (que tende a ser definitiva) das linhas de montagem do 737 Max, é forte a tendência de que a produção da linha E2 da Embraer seja transferida para lá, ao menos na montagem final das partes.
Papel

Saída de dólares continua intensa

A tendência de saída de capitais estrangeiros da Bolsa de Valores brasileira continua forte. E mais forte que antes.
Dias 7 e 8 de janeiro deixaram a Bovespa nada menos que R$ 3,3 bilhões, o que faz o saldo anual de saídas, em apenas uma semana, ter alcançado R$ 3 bilhões.
Ano passado, em 12 meses, acumulou saídas de R$ 44,5 bilhões e, portanto, o movimento dos primeiros dias de janeiro significa uma forte aceleração do êxodo de dólares.
A euforia do “agora a coisa vai” não parece ter sido traduzida para o inglês.
O dólar, que havia caído para R$ 4, voltou ao patamar de R$ 4,10.
Serão tolinhos, os gringos, que não sabem ler os sinais da economia?
BEBER-CAIR

Petrobras vai ser demolida para pagar R$ 10 bi a estrangeiros em dividendos até 2024


10/01/2020 - 21h59

Com esta composição acionária e os planos da Petrobras, os estrangeiros vão levar R$ 10 bi  dos R$ 28 bi em dividendos que a empresa pretende distribuir
Petrobrás pretende distribuir R$ 28 bilhões por ano em dividendo nos próximos cinco anos
 Direção quer vender ativos para pagar dividendos a acionistas
A Petrobras, cujo presidente Castello Branco, diz que está em recuperação financeira, pretende distribuir cerca de R$ 28 bilhões (US$ 6,8 bilhões) por ano em dividendos entre 2020 e 2024. 
Em 28 de novembro de 2019, a empresa divulgou em seu site o novo Plano de Negócios e Gestão – PNG para o período 2020/2024.
Muito suscinto, o documento apresentado tinha apenas quatro páginas.
Em 04 de dezembro de 2019, em apresentação em Nova Iorque, o quadro de Usos e Fontes foi apresentado conforme abaixo:
Petro
Notem que existe a previsão de distribuição de US$ 34 bilhões no período (2020/2024) em dividendos, uma media de US$ 6,8 bilhões por ano.

Mas notem também que para pagar estes US$ 34 bilhões em dividendos (Usos) vão ser vendidos US$ 30 bilhões de ativos da empresa.

Qual o motivo do esconde-esconde ?

Por que tanta falta de transparência ?

Vejam também que a Geração de Caixa apresentada é após pagamento de impostos e depósitos judiciais.

Portanto, provavelmente, temos ali ocultos gastos com a RMNR e compensações para a Petros.

Em julho de 2018 o ministro do STF Dias Toffoli suspendeu a tramitação do processo da RMNR no TST alegando:
“ São notórios os efeitos econômicos que a decisão do TST poderá acarretar aos cofres da Petrobras
Agora podemos demonstrar ao ministro que a Companhia dispõe dos recursos necessários.
O ministro pode questionar quais os valores e os processos estão incluídos na Geração de Caixa (depósitos judiciais).

Caso haja exigência de algum recurso “extra”, basta reduzir um pouco o pagamento de dividendos.

O processo continua parado aguardando decisão colegiada do STF.
Vamos continuar acompanhando (se possível).
*Cláudio da Costa Oliveira é economista da Petrobras aposentado
enqtouber

Revista científica alerta para os riscos da Amazônia virar deserto com avanço do etanol

 
Amazônia perdeu 50 mil km² de matas nos últimos 7 anos
PUBLICADO NA REDE BRASIL ATUAL
POR CIDA DE OLIVEIRA
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O portal da prestigiada revista científica Nature publicou nesta terça-feira (7) carta dos pesquisadores Lucas Ferrante e Philip M. Fearnside, ambos do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), à comunidade científica, aos formuladores de políticas do Brasil e ao público em geral. Eles pedem medidas coordenadas contra o avanço da indústria de biocombustíveis de milho e de cana na região, que aumenta “a pressão já enorme pressão da pecuária, sojicultura, mineração e das barragens de hidrelétricas sobre a floresta tropical”.
Em 5 novembro, o presidente Jair Bolsonaro liberou o cultivo de cana-de-açúcar na Amazônia por meio do Decreto 10.084, que revogou o Decreto 6.961, de setembro de 2009. Assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o instrumento instituiu o zoneamento para o plantio da cana e as operações de financiamento ao setor sucroalcooleiro, que excluía a Amazônia Legal e o Pantanal.
Em novembro, Ferrante protocolou representação no Ministério Público Federal, pedindo investigação sobre crime de lesa-pátria praticado por Bolsonaro e os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Agricultura, Tereza Cristina.

Milharal na floresta

Além de canaviais, a região está vulnerável também ao aumento do cultivo de palma, que já é cultivada no oeste do Amazonas. No ano passado, foi inaugurada uma fábrica para o processamento do óleo de palma em Roraima.
O milho é outra ameaça.  No início de dezembro, a multinacional Millenium Bioenergia deu início a obras da usina de Bonfim, em Roraima,  a 550 quilômetros do Porto de Georgetown, na Guiana Inglesa, considerado estratégico para escoar a produção para o Atlântico. A companhia anunciou investimento de mais mais de R$ 1 bilhão na construção do complexo industrial de Bonfim, que terá mais de 270 quilômetros quadrados.
Está prevista ainda a construção de três usinas no Amazonas. As obras deverão começar nos próximos meses. A previsão é que comecem a operar no final de 2021, produzindo cerca de 600 mil litros de etanol por dia – assim como em Bonfim.
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Além de etanol, serão produzidos ainda farelo de milho, gás dióxido de carbono alimentício engarrafado, bio-óleo comestível e o excedente empregado na geração de energia. Segundo o governo de Rondônia, as quatros usinas comandarão a maior cadeia produtiva de biocombustíveis da região Norte.
Como todas essas usinas usarão milho produzido na região, a expectativa é que os milharais e os canaviais tomem conta da paisagem amazônica. E impulsionem ciclos devastadores de desmatamento, como alertam Ferrante e Fearnside.