sábado, 3 de junho de 2017

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O Dr. Dallagnol vai devolver a visita ao Rocha Loures?

deltarocha
Na véspera da derrubada de Dilma Rousseff, o procurador Deltan Dallagnol, o pregador de Curitiba, recebeu, como registra a Folha de S. Paulo, a visita do futuro (futuro?) homem da mala de Michel Temer.
É indício de uma articulação para que a “Força Tarefa” ajudasse a derrubar a Presidenta e ajudaria o novo Governo, sendo por ele ajudada, também?
Só nos critérios da República de Curitiba poderia ser.
Imagine, então se aparecesse uma foto do encontro: que escândalo!
Bem, há certamente um escândalo nesta história: o emissário de um vice-presidente ir procurar um membro do Ministério Público que não é o chefe da instituição para conversas que só se poderia ter institucionalmente.
Menos ainda porque Loures foi emissário de uma exigência dos procuradores, a de manter o delegado Rosalvo Franco como superintendente da Polícia Federal no Paraná, o que caracteriza uma interferência indevida nas atribuições do diretor geral da PF e no Ministério da Justiça.
A menos que o Dr. Dallagnol negue que tenha sido este o conteúdo da conversa e diga que a visita foi de cortesia, de caráter pessoal.
Neste caso, poderia devolvê-la agora que Loures está em dificuldades.
Ou será que vai esperar que o ex-deputado, se Temer cair e perder o foro privilegiado, seja transferido para Curitiba sem dar ao procurador o trabalho de viajar.
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Justiça manda Gentili tirar vídeo imundo do ar. Vai rasgar também, bobão?

genti
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) determinou a retirada imediata do vídeo veiculado no Twitter, YouTube e Facebook com agressões proferidas por Danilo Gentili à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), onde ele rasga uma citação, a esfrega dentro da calça e simula colocar num “Sedex” para Rosário..
O desembargador Túlio de Oliveira Martins diz “o vídeo veiculado é de natureza misógina, representando agressão despropositada a uma parlamentar e às instituições” e afirma que  a gravação materializa um crime “que, se for o caso, deverá ser apurado em instância própria”.
 “O conteúdo apresentado naquilo que seria um vídeo humorístico em verdade não é notícia, nem informação, nem opinião, nem crítica, nem humor, mas apenas agressão absolutamente grosseira marcada por prepotência e comportamento chulo e inconsequente”.
É pouco, para quem age como um comportamento como o deste senhor, que já tem idade para saber que crítica e gozação não são a mesma coisa que imundície, ofensa e imbecilidade.
Será que o senhor Gentili vai ser valente de rasgar a sentença, esfregar naquelas partes e mandar de volta para o juiz?
Macho que é macho…

A acusações finais contra Lula: “delenda Cartago”

cartago
Li, com infinita paciência, as alegações finais (aqui, as 341 páginas, em pdf)  da “Força Tarefa” no processo do “triplex do Guarujá”.
É o powerpoint versão texto.
Primeiro, faz-se uma dissertação sobre as “provas indiciárias”. Isto é, o indício tomado como prova, sem que se consiga evoluir da suspeita para a comprovação fática.
Valem-se de transcrições da Ministra Rosa Weber, no caso do mensalão, talvez escritas por seu então juiz-auxiliar Sérgio Moro, na época ainda na obscuridade.
Nelas, um trecho chama a atenção, embora não grifado pelos promotores: “também aqui a clareza que inspira o senso comum autoriza a conclusão (presunções, indícios e lógica na interpretação dos fatos)”.
Senso comum, o deles: são as famosas “convicções”.
Os exemplos trazidos para justificar são de uma pobreza atroz. As comparações são com tráfico de drogas: se o sujeito é encontrado com quase dois quilos de cocaína e 20 quilos de maconha é um indício de que ele trafica.
Claro, se tivessem encontrado uma conta milionária de Lula, ou as jóias da Adriana Ancelmo, ou apartamentos em seu nome ou de seus parentes, ou dinheiro em qualquer parte, poderia, daí, ser inferido que ele praticou corrupção. Mas não se encontrou e portanto, é preciso dar o passo seguinte.
Partem para a tristemente famosa “teoria do domínio do fato”.
Dizem que Lula nomeou ministros e dirigentes de empresas indicados por outros partidos para obter maioria no Congresso ( alguém consegue lembra de um presidente ou governador que não tenha feito o mesmo?) e que, por isso, sabia que eles iriam lá para roubar:
Os diretores da Petrobras que roubaram, segundo a denúncia, “agiram na execução de um comando central que objetivava, ilicitamente, enriquecer
os envolvidos, alcançar governabilidade criminosa e perpetuar-se no poder, no centro do qual se encontrava o ex-Presidente Lula, tanto enquanto ocupante do maior cargo do Poder Executivo brasileiro, quanto na condição de importante líder partidário com influência no Governo ulterior”.
Powerpoint na veia, nem precisa das setinhas.
Lula “nomeou e manteve em cargos de Direção da Petrobras pessoas que sabia comprometidas com atos de corrupção e que efetivamente se corromperam e se omitiram em seu dever de ofício de impedir o resultado criminoso”.
Ele sabia que diretores com dezenas de anos na empresa eram ladrões. Sabia, como, se não não havia inquérito, processo, sentença, sequer uma anotação funcional que os desabonasse?
Ora, sabia porque tinha de saber, embora ninguém soubesse, além dos próprios corruptos e seus corruptores.
De tal imenso esquema de corrupção, alegam os promotores, teriam sido produzidas vantagens indevidas no “valor de, pelo menos, R$ 87.624.971,26. Destes, sustentam, R$ 2.424.990,83, teriam sido recebidos por Lula “por meio de expedientes de ocultação e dissimulação de propriedade de bens e valores”: o tríplex-pombal do Guarujá e o armazém para guardar os caixotes que foi obrigado a levar quando deixou o governo, com o acervo presidencial.
Não há prova de que o apartamento é ou algum dia foi dele, ou de que, ao avaliar se valeria a pena pagar a diferença do que já tinham de saldo na cooperativa habitacional, alguma vez tenham falado em “ganhar” a diferença. Ou de que tenha pedido para guardar os caixotes senão como um favor, mas para “descontar na propina”.
Mas isso não tem importância alguma na peça onde o Dr. Deltan Dallagnol encabeça a matilha acusatória.
Pedem que Lula seja condenado por lavagem de dinheiro 61 vezes, uma para cada mês de aluguel do espaço do galpão dos caixotes! Que pague os R$ 87 milhões dos quais, dizem eles, foi beneficiado com um quadragésimo deste valor! E que seja condenado por corrupção nos contratos que foram celebrados entre a Petrobras e a OAS, nos quais influiu tanto quanto o presidente de uma empresa influiu no fato de que um gerente ladrão superfaturou uma despesa da filial.
Catão, o Velho, ao observar o renascimento de Cartago após a Segunda Guerra Púnica, fazia questão de encerrar tudo o que dizia, fosse o que fosse, com a frase: “Ceterum censeo, Carthaginem delendam esse“, que virou o “Delenda est Cartago“. Significa, o latim: Entretanto, eu acho que Cartago deve ser destruída.
Os rapazes de Curtiba acham Lula uma Cartago e, a si mesmos, nobres romanos, sob o Imperador Moro, com seu polegar virado para baixo, a dizer: matem-no!

Rocha Loures, como se esperava, é preso pela Federal

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Da Folha, com Monica Bergamo, há pouco, a notícia que todo mundo sabia que ia acontecer:
O advogado do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, Cezar Bitencourt, informou à Folha na manhã deste sábado (3) que o ex-parlamentar foi preso. Ele teria sido avisado nesta manhã sobre a prisão pela mulher de Rocha Loures.
O ex-parlamentar foi preso em sua casa, em Brasília, informa ainda Bitencourt. O advogado está em Porto Alegre, pegando avião para se dirigir à capital federal.
A defesa diz que está “indignada”, por entender que a Justiça sequer analisou os argumentos apresentados nesta sexta-feira (2) contra a detenção de Loures.
Nesta sexta, a defesa do ex-deputado afirmou ao ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “quer a prisão [de Loures] apenas para forçar uma delação, como tem sido usual nos últimos tempos”.
“Desde o momento em que o deputado Osmar Serraglio não aceitou o Ministério da Cultura e optou por reassumir sua cadeira de deputado na Câmara, a grande mídia tem insistido que a qualquer momento o recorrido Rodrigo Rocha pode ser preso. E, invariavelmente, acrescentam que se ele não for preso provavelmente não irá delatar. Ou seja, a própria mídia já encorpou a filosofia adotada na Lava Jato de prender, para humilhar, fragilizar e apavorar os investigados para optarem pela delação”, afirma o advogado Cezar Bitencourt nos documentos que apresentou à corte para rebater o novo pedido de prisão feito por Janot.
Ué, mas não é isso o que se faz há três anos, com gente que nunca apanhou mochila de dinheiro?
Agora não vale mais?

A Érika e o coronel de Temer . Marcelo Auler já contou tudo.


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Uma das perguntas feitas pelo “repórter investigativo” Eduardo Cunha, atualmente preso no Paraná ao senhor Michel temer era essa, literalmente:
-Tem conhecimento de oferecimento de alguma vantagem indevida, seja a Érica ou a Moreira Franco, seja posteriormente, para liberação de financiamento do FI/FGTS?
Na ocasião, eu disse que Érica, na vida de Michel Temer, só haveria uma: a jornalista Érica Ferraz, com quem ele tem um filho, hoje com 18 anos.
Errei.
Há outra Érika, mas com “k”.
Que tem uma conexão com o Coronel João Baptista Lima Filho, o que está na capa da Veja e na casa do qual a Polícia Federal encontrou documentos que o ligam à vida familiar de Michel Temer.
Érika, no final dos anos 90, era, segundo descreve Marcelo Auler, aquele blogueiro que alguns delegados da Polícia Federal querem censurar,  “uma estudante de psicologia [que] ingressou com uma Ação de Reconhecimento e Dissolução Estável, Cumulada com Partilha e Pedido de Alimentos (Ação 00632820-2), ajuizada na 3ª Vara de Família, Órfãos e Sucessão, de São Paulo, contra o então presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP), Marcelo de Azeredo, apadrinhado do hoje presidente acusado de corrupção.”
Na ação, a ex-companheira de Azeredo, Erika Santos, denunciou todo um esquema de corrupção na CODESP a beneficiar três pessoas: Temer, então presidente da Câmara dos Deputados, Azeredo, e o velho amigo do hoje presidente suspeito, coronel aposentado da Polícia Militar, João Baptista Lima Filho.
Érika, depois, retirou as acusações e sumiu.
Dá pra fazer uma edição inteira da Veja, mas como a Veja já foi, um dia, uma referência de jornalismo, não de xingação.
A empresa a que Érika, com k, se refere  como intermediária das propinas é, curiosamente, a mesma apontada agora nos grampos de Rodrigo Rocha Loures, a tal Rodrimar.
É só querer, Veja, está tudo lá.
A não ser que a Érica do Cunha seja com “c” e não com “k”. O que pode ser outra história….

Com um ano de atraso, ‘Veja’ descobre o coronel de Temer

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O “Coronel Lima”, personagem que este blog ( e não só ele) já registrou em julho do ano passado como ““pessoa de total confiança de Michel Temer” é, quase um ano depois, personagem da capa da veja desta semana, agora que Michel Temer não tem mais serventia.
Fica, querendo a turma do “jornalismo investigativo quando vem ao caso” a modesta contribuição deste blog para apurar quais são as ligações do cidadão, que agora vem ao caso.
Leiam a chamada da Veja sobre o “homem bomba”:
O coronel João Baptista Lima Filho é amigo de longa data do presidente da República. Ele assessorou Michel Temer quando o peemedebista assumiu pela primeira vez a Secretaria da Segurança Pública do governo paulista, ainda nos anos 1980. Desde então, a relação entre os dois estreitou-se. “Coronel Lima” ou “doutor Lima”, como é conhecido, virou homem de confiança do presidente: por muitos anos atuou em campanhas, muitas vezes no papel de coordenador dos comitês eleitorais de Temer, e ajudou a resolver problemas da família. O militar, de 74 anos, sempre prezou pela discrição. Fotografias dele são raríssimas. Mais raras ainda são imagens em que aparece ao lado de Temer. Ele é, no dizer que pessoas que o conhecem, um homem que prefere a sombra aos holofotes. Há três semanas, sua rotina quase monástica sofreu um revés. Ele virou alvo da Lava-Jato. Agora, ao lado do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e de outros auxiliares de Temer também sob investigação, o coronel é peça-chave do tabuleiro que pode definir o destino do presidente.
O coronel aposentado entrou no radar da Lava-Jato com a delação da cúpula da JBS. Ricardo Saud, o caixa-forte do grupo, contou aos procuradores que, na reta final da campanha de 2014, mandou entregar 1 milhão de reais em espécie na sede de uma das empresas do militar. O dinheiro, segundo o delator, era parte de um acerto de 15 milhões de reais feito com o presidente e foi entregue ao coronel em espécie “conforme indicação direta e específica de Temer”, nas palavras de Saud. Os investigadores foram atrás do amigo do presidente. Em seu escritório, encontraram ao menos três pacotes de documentos que fizeram surgir a suspeita de que o coronel, além da acusação de receber propina, seria encarregado de resolver pendências financeiras ao clã presidencial.
Entre os pacotes, havia comprovantes de pagamento e recibos de despesas de familiares e também do próprio presidente da República. Em uma caixa plástica azul guardada no subsolo do prédio onde funciona a empresa de João Baptista Lima Filho, também havia recibos de pagamentos de serviços executados durante a reforma da casa da psicóloga Maristela de Toledo Temer Lulia, uma das três filhas do presidente. Entre os papéis, havia ainda comprovantes de pagamentos antigos ligados ao presidente (um deles, de 1998), planilhas com “movimentações bancárias”, programação de pagamentos do escritório político do então deputado Michel Temer e uma coleção de reportagens “sobre corrupção e casos de propina”, como anotou o responsável pela busca.
Todo o material foi encaminhado para a sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília. Temer nega ter qualquer relação financeira, pessoal ou familiar, com o amigo coronel Lima.
Só isso, Veja? Que tal uma passadinha pelos arquivos dos “blogs sujos”, para quem Lima entrou no radar muito antes do que vocês dizem ter entrado para a “Lava Jato”. No próximo post, vou repetir uma dica que o Marcelo Auler trouxe, muito boa e sólida, para começar a esclarecer as perguntas de Eduardo Cunha que Sérgio Moro vetou…

Janot denuncia Aécio por corrupção e obstrução da Justiça

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Do Estadão:
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu nesta sexta-feira, 2, denúncia contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) no Supremo Tribunal Federal (STF) com base na delação dos empresários do Grupo J&F. O tucano é acusado de corrupção passiva pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da JBS e por obstrução de Justiça por tentar impedir os avanços da Operação Lava Jato. Janot também pediu a abertura de um novo inquérito para investigar o crime de lavagem de dinheiro.
 É provável que Luiz Edson Fachin submeta ainda na semana que vem ao plenário o acolhimento da denúncia, que tornaria  o senador réu e, talvez, também o pedido de prisão feito por Janot, que teria de ser aprovado pelo Senado.
Como é acusados presos, a apreciação tem de se dar em regime de urgência.
Não se sabe se é a última novidade desta sexta-feira.
NQVMM

Temer, Alckmin e o casal Charles e Emma Bovary

bovary
Seis meses atrás, em dezembro passado, Aécio Neves impunha uma derrota esmagadora a Geraldo Alckmin, por 29 votos a dois, na reunião da  executiva nacional dos tucanos que o reconduziu à presidência do Partido.
Hoje, Michel Temer vai a São Paulo suplicar para que Alckmin – que impera no PSDB depois do esmagamento de Aécio Neves –  desarme a bomba engatilhada da reunião da sessão paulista do partido,  que tem reunião marcada para segunda-feira a fim de discutir “o posicionamento frente ao Governo Federal” – leia-se o desembarque de Temer.
Alckmin sairá pela tangente e dificilmente o ocupante do Palácio do  Planalto conseguirá mais do que um adiamento da reunião paulista. Mesmo que a Alckmin não interesse ser o “comandante da retirada”, vai cuidar de deixar a porta aberta e sob seu controle.
O governador tem tudo para construir um quadro favorável para si, agora que João Doria parece ter colhido os frutos de ter feito uma  corrida de 100 metros daquilo que é uma maratona, uma candidatura presidencial.
Vai conduzir de acordo com sua conveniência, apesar dos arroubos do tosco Aloysio Nunes Ferreira jurar fidelidade ao Temer, dizendo que o partido não é “Madame Bovary”.
Se o chanceler tiver esquecido do livro, lembro-o que o traído Charles Bovary era um chato de galochas, uma espécie de macarrão sem sal e sem molho, enquanto Emma, frustrada com ele, na palavras de Gustave Flaubert, “tinha necessidade de tirar de tudo uma espécie de benefício pessoal e rejeitava como inútil o que quer que não contribuísse para a satisfação imediata de um desejo do seu coração”.
Então, em homenagem à cultura literária de Nunes Ferreira, ilustro o post com a imagem e a legenda da linda Isabelle Huppert, no filme que do livro se fez, fazendo a pergunta que bem caberia  aos tucanos por terem embarcado tão profundamente num governicho que ameaça levá-los todos ao ralo.
“Meu Deus, por que eu me casei?”
DEBOISMO

Janot e a Corte: d’aprés moi, le deluge

kanio
E assim vai a Justiça brasileira, ao sabor da mídia, tocando sua harpa no incêndio que consome o a democracia brasileira e que, na falta dela, sabemos bem o que irá deixar.
Depois de terem conduzido ao poder, com o impeachment, alguém que, em condições normais, jamais chegaria lá, agora partem não só para sua destruição como para de todas as estruturas políticas brasileiras.
A turma da extrema direita regojiza-se diante das informações publicadas na revista Piauí de que, antes de deixar a Procuradoria geral da República, em três meses, Rodrigo Janot estaria disposto a um sprint final detonando inquéritos em todas as direções.
O saldo de tudo isso são empresários, com multas ou  penas mais ou menos brandas, mas todos – ou quase todos – ricos e soltos, uma economia em ruínas, zero de moralização dos negócios públicos – ou não rodariam malas a granel – e uma situação político-institucional de republiqueta do Caribe nos anos 30.
E, quando Janot deixar a Procuradoria, em lugar da continuidade de um procurador independente, vamos ter alguém escolhido  – se Temer não sair antes – a dedo podre, que não será indicado e menos ainda aprovado pelo Senado se não for com a missão de secar a inundação de seu antecessor, uma espécie de madame de Pompadour, com o seu d’aprés nous, le déluge.
PASSO

Temer, acuado, faz de cada dia uma agonia

fantasmaalvoradaaroeira
Michel Temer está ou não está no comando do país?
Formalmente, sim. Administrativamente, apenas em parte. Politicamente, não.
Há pouquíssimas possibilidade, ao que se pode dizer hoje, de que ele seja, pelo impeachment, forçado a deixar a presidência. Mesmo que não se confirme a sua absolvição no TSE, mesmo que não se consume a debandada do PSDB, mesmo que, como é possível, surjam novas denúncias no caso Friboigate.
Sua base fisiológica, a ambiciosa pusilanimidade de Rodrigo Maia (que passou a existir politicamente graças a ele) e a parcela não-Alckmin do PSDB garantem-lhe blindagem, embora já não lhe assegure condições de manejar o rolo compressor parlamentar com a facilidade que manejava até algum tempo atrás.
Na administração, o quadro é de completa dissolução: os titulares dos ministérios, que eram pouco, agora nada são, com a desmoralização do governo. As resistências corporativas se avolumam e a paralisia administrativa se amplia. Tudo o que há de pior no serviço público está aflorando: prepotência, dedurismo, favoritismo passaram a campear por quase toda parte, embora bem menos nos setores que têm estruturas internas mais sólidas. Fora daí, os “indicados” dos deputados catam oportunidades, favores e, na sua natureza mesquinha, perseguem quem não lhes é da curriola.
Mas politicamente, o seu derretimento se tornou uma evidência e isso contamina tudo o que fizer e – mais importante – quem permanece junto a ele. Este último dado é, neste momento, o mais importante.
A confirmarem-se as informações de que será absolvido na ação do TSE, dia 6 – independente de considerações jurídicas razoáveis sobre a inacreditável “adaptação a fatos novos” que o processo tomou nos quase 3 anos em que tramita – vai arrastar para descrédito ainda maior não apenas o Tribunal Eleitoral como o Supremo, ao menos na parte ali presente.
Enquanto Michel Temer permanece neste limbo, o Brasil se equilibra  à beira de três precipícios: o da crise econômica, o da crise política e o da crise institucional, com os apetites arreganhados que já nem se escondem no Ministério Público e no Judiciário.