sábado, 26 de novembro de 2016

Coleguinhas, por que não um novo “Roda Viva” com Temer? Ele não era “até bonito”?

rodalaerte
Não tem duas semanas o espetáculo de sabujice que foi o “Roda Viva” da TV (vão aspas aí também) Cultura.
As estrelas globais, os  capas-preta respeitáveis da Folha e do Estadão e uma deslumbrada nulidade fizeram escada para o brilho fátuo de um presidente que “erra pouco” e disserta, com palavras vazias e gestos de desdém, sobre suas próprias virtudes.
O fato de o país estar ardendo numa crise era, claro, apenas uma  questão de tempo, até que sua genialidade e seus cortes fizessem efeito.
Em tudo, era um lorde, que até de romance entendia como ninguém. Só não lhe puseram uma daquelas perucas brancas cacheadas e um casaco de libré porque poderia – o fantasma de ACM tem poder! – parecer um mordomo.
E o serviçal, sabe-se, vale tanto mais quanto menos se parece ao que é.
Aliás, o cinismo é, tantas vezes, a expressão da vacuidade de alguém a quem a vida deu mais oportunidades do que capacidade de estar ali.
O episódio em que um Presidente da República rebaixou-se – e com reincidência – ao papel de “lobista do lobista”, ao pressionar pela liberação da obra embargada de Geddel Vieira Lima é escandalosamente revelador da natureza de Michel Temer.
É o homem da gazua, do arranjo, do tráfico de influência, do galho quebrado, da miudeza,dos arranjos que valem vantagens para si e  para seus amigos.
Ao menos, reconheça-se, por tudo isso é que está em tanta harmonia com a canalha parlamentar que se rege pelos mesmos, digamos, princípios.
A sugestão da cartunista Laerte, três ou quatro dias atrás, é espetacular: convoquem outro “Roda Viva”.
Nem tanto pelos “prediozinho”, “favorzinho”, pelo “coisa de somenos” e outras reduções que Temer fará do episódio, sempre espanando com a mão, num gesto de pouco caso, como se o balançar displicente dos dedos fosse vassoura para limpar as porcarias onde andou metido.
Mas pela cara de contrariedade, de decepcionado desperdício de suas próprias dignidades restante,s dos que se prestaram ao papel de imolar suas carreiras no altar do santinho do pau oco.
Assistindo, incrédulos, o que foram capazes de produzir, a quem foram capazes de colocar na cadeira presidencial deste país.

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