sábado, 23 de janeiro de 2016

ASSISTA O VÍDEO DO JORNALISTA PAULO HENRIQUE AMORIM:

HUMOR CRÍTICO:

SEÇÃO: POLÍTICA

Por que Sampaio não pede a extinção do PSDB?

Congresso Repercussão da Decisão do Ministro do STF,Edson Fachin,entrevista do Deputado Federal Carlos Sampaio.
por Paulo Teixeira
É impressionante. Tanta coisa importante para ser feita e o tucanato continua fazendo de tudo para atrapalhar o Brasil. Quando a gente acha que a oposição de direita recobrou o juízo, depois de passar mais de um ano batendo na tecla do golpe, pumba: vem o Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara dos Deputados, e inventa mais uma novidade para aparecer na mídia e tentar interditar o governo. Agora seu desespero ganhou a forma de uma representação protocolada por ele na Procuradoria-Geral Eleitoral, em Brasília, pedindo o cancelamento do registro partidário do PT, com base no depoimento de Cerveró (o mesmo que isentou Dilma e Lula de envolvimento nos episódios investigados).
Inconformado com a derrota nas urnas em 2014 (e olha que já estamos em 2016...), o deputado tucano investiu seu tempo pedindo a recontagem dos votos e, em seguida, a impugnação da eleição (como se a escolha de 54 milhões de eleitores pudesse ser desrespeitada a seu bel-prazer), tentou emplacar mais de uma denúncia de improbidade contra a presidenta Dilma (todas vazias), buscou o STF para que voltasse atrás em sua decisão sobre o rito do impeachment, e agora ressurge com essa pérola.
A desorientação do ilustre deputado é notória, assim como sua afeição por gerar e alimentar factóides. “Carlos Sampaio faz o que faz porque sabe que suas chantagens darão notícia, por mais estapafúrdias”, escreveu o jornalista Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, ainda em dezembro de 2014.
Vale a pena aproveitar o início do ano para tentar melhorar o senso de localização de Carlos Sampaio. Um bom começo, na minha opinião, é lembrá-lo que o mesmo Cerveró em cuja delação ele se fia para pedir a cassação do registro do PT citou propina de US$ 100 milhões ao governo FHC.
Dólares, note bem, e não reais: o equivalente, hoje, sem contar a inflação, a pelo menos R$ 400 milhões. Também seria oportuno lembrá-lo das acusações feitas a seu amigo Eduardo Cunha, uma por uma. Curioso que Carlos Sampaio não tenha ido à Procuradoria-Geral Eleitoral para pedir a cassação do registro do PSDB, nem do mandato de Cunha. Vai entender...
Paulo Teixeira é Deputado Federal (PT-SP) e vice-líder do governo na Câmara dos Deputados

HUMOR SIMPLES:

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SEÇÃO: OPINIÃO

Janio: decisão de Moro tem base só em sua própria vontade

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por Fernando Brito, no Tijolaço
Janio de Freitas, em sua coluna de hoje na Folha, é rara exceção no coro de conformismo com o “direito” do Dr. Sérgio Moro conduza os casos da Lava Jato de forma atrabiliária e atropelando a higidez das provas, diante de uma evidente e inexplicável omissão em depoimento de delato, no caso Paulo Roberto Costa, contra réu, Marcelo Odebrecht.
Não há, no Brasil, jornalista com mais tradição e história no combate a abusos ou corrupção de empreiteiros. Foi dele, nos anos 80, a aplicação do “truque” de publicar, em anúncios classificados de jornal, resultados de concorrências “acertadas”, como forma de provar a sua desonestidade.
Quando chegamos ao ponto de um jornalista ter de dar aulas de prudência, ponderação e cuidado a um juiz, está evidente que há uma completa distorção do papel da Justiça, que passa a um ringue de “vale-tudo”, onde a regra única é satisfazer a sede de sangue da doentia plateia deste tipo de espetáculo.

Umas palavras (e outras)

por Jânio de Freitas, na Folha
Ainda com a carta pública dos 104 advogados fervilhando entre apoiadores e discordantes, a também discutida retenção de Marcelo Odebrecht na prisão dá margem a mais um incidente processual do gênero criticado na Lava Jato. Em princípio, trata-se de estranha omissão ao ser transcrita, da gravação para o processo, da parte da delação premiada de Paulo Roberto Costa que inocenta Marcelo de participação nos subornos ali delatados. Mas o problema extrapolou a omissão.
Já como transcrição na Lava Jato do que disse e gravou o delator muito premiado, consta o seguinte: “Paulo Roberto Costa, quando de seu depoimento perante as autoridades policiais em 14.7.15, consignou que, a despeito de não ter tratado diretamente o pagamento de vantagens indevidas com Marcelo Odebrecht” –e segue no que respeitaria a outros.
As palavras de Paulo Roberto que os procuradores assim transcreveram foram, na verdade, as seguintes: “Então, assim, eu conheço ele, mas nunca tratei de nenhum assunto desses com ele, nem põe o nome dele aí porque ele, não, ele não participava disso”.
É chocante a diferença entre a transcrição e o original, entre “não ter tratado diretamente com Marcelo Odebrecht” e “nem põe o nome dele aí por que ele, não, ele não participava disso”. A reformulação da frase e do seu vigor afirmativo só pode ter sido deliberada. E é muito difícil imaginar que não o fosse com dose forte de má-fé. Do contrário, por que alterá-la?
Não é o caso de esperar por esclarecimento da adulteração, seu autor e seu propósito. Seria muita concessão aos direitos dos cidadãos de serem informados pelos que falam em transparência. No plano do possível, a defesa de Marcelo Odebrecht, constatada a adulteração, requereu a volta à instrução processual, do seu início e com a inclusão de todos os vídeos da delação, na íntegra e não só em alegadas transcrições.
O juiz Sergio Moro decidiu contra o requerido. Considerou os pedidos “intempestivos, já que a instrução há muito se encerrou, além das provas pretendidas serem manifestamente desnecessárias ou irrelevantes, tendo caráter meramente protelatório”. E, definitivo: “O processo é uma marcha para frente. Não se retornam às fases já superadas”.
Não é a resposta própria de um magistrado com as qualificações do juiz Sergio Moro. É só uma decisão. Baseada em vontade. Resposta, mesmo reconhecendo-se a situação delicada do juiz Sergio Moro, seriam as razões propriamente jurídicas (se existem) para negar o pedido.
“Intempestivos” os pedidos não são. Se apenas agora foi constatada a transcrição inverdadeira, não havia como pedir antes qualquer medida a partir dela. Logo, tempestivo este pedido é. Uma instrução está “encerrada” quando não há mais o que precise ou possa ser apurado, como complemento ou aperfeiçoamento. Se há uma transcrição infiel, ou qualquer outro elemento incorreto, as provas que o corrijam são “necessárias e relevantes” porque o erro prejudica a acusação ou a defesa, ou seja, compromete o próprio julgamento de valor entre culpa e inocência. Se está demonstrada a necessidade objetiva de correção, não há “caráter protelatório”, há o indispensável caráter corretivo.
“Processo” é, por definição, um movimento que implica todas as variações, de ritmo, de sentido, de direção, de avanço ou recuo, e mesmo de intervalos de paralisação. Processo não é só “marcha para a frente”. E, no caso dos processos judiciais, se o fossem, não haveria –talvez para alegria da Lava Jato– segunda e terceira instâncias de julgamento, que são diferentes retornos às entranhas dos processos.
Como se tem visto, o decidido, decidido está. Mas o provável é que não sobreviva à instância superior, se lá chegar e seja qual for a posição de Marcelo Odebrecht entre a inocência e a culpa.

QUAL A DIFERENÇA ?

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SEÇÃO: OPINIÃO

A Polícia Federal que não virou politiqueira, por Marcelo Auler

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Marcelo Auler, em seu blog, comenta e reproduz artigo do delegado federal (aposentado) Armando Rodrigues Coelho Neto, encontrado por ele na revista Associação Artigo 5º – Delegados e Delegadas da PF para a República e a Democracia.  Já  na capa, a chamada instigante:
“Se a corrupção “passou dos limites”, qual o limite anterior? O dos governos passados? O dos escândalos não apurados ou arquivados? Quem figura nas  centenas de inquéritos que tramitam em sigilo na PF distante da grande mídia?”
O artigo é interessante e honesto, reconhecendo o que fizeram os governos Lula e Dilma para a profissionalização da PF, mas – além de recomendar a leitura – atenho-me aos comentários de Auler sobre a instituição, na era tucana e aqui no Rio de Janeiro, e o rosário de crimes e desvios que ali dentro eram praticados.

E, na maioria, impunes até hoje.
Não se quer, nunca, desqualificar a função policial, mas também não se pode, pelo poder e pelo discricionarismo que possui a função policial, aceitar que  elas se torne instrumento e muito menos reitora do processo político, como faz hoje a mídia em seu noticiário e  a ação cheia de espetáculos que o  Dr. Sérgio Moro tem a ela propiciado.
Porque a polícia vira, aí, uma polícia política.
E polícia política é coisa de ditadura.

HUMOR CRÍTICO:

SEÇÃO: OPINIÃO E POLÍTICA

OAB lança charge-resposta à charge fascista do Globo

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A OAB divulgou charge resposta à charge puxa-saco de patrão e fascista de Chico Caruso, publicada no jornal O Globo.
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A Globo, representante maior do golpismo no Brasil, lidera a campanha para criminalizar a política.
Nessa campanha, tudo que se relaciona com a política é igualmente criminalizado: os empresários que tem negócios com governos, blogueiros, movimentos sociais, sindicatos, simples militantes, e até mesmo, cúmulo do banditismo midiático, os advogados que defendem os empresários.
Os advogados, neste momento, estão sendo um estorvo para a mídia, porque eles, armados com seus conhecimentos constitucionais, estão se interpondo no caminho do golpe.
Não foi à tôa que um maiores constrangimentos do golpismo nojento que vimos em 2015 foram manifestos de juristas contra uma tentativa de impeachment sem base legal.
O golpe, para ser consumado, precisa levar políticos e empresários à execração pública, destruir um monte de empresas para produzir crise e desemprego, manter réus presos por tempo indeterminado (até forçá-los a entrar no jogo sujo das delações combinadas), ignorar quaisquer vícios ou erros nos processos.
Os advogados já entenderam que se trata de um processo puramente político, uma nefanda conspiração judicial, cujos julgamentos são feitos antecipadamente na mídia.
Sergio Moro ignora solenemente, com chancela da mídia, qualquer mínima defesa por parte dos réus. Os tribunais superiores, por sua vez, acoelham-se diante da virulência dos meios de comunicação, que não hesitam em apelar para todo o tipo de ameaça.
Com este entendimento, os advogados se viram forçados, pelas circunstâncias, a fazer a batalha da comunicação. É a única maneira de defenderem seus clientes, já que a justiça está submetida de maneira quase absoluta a uma lógica midiática, ao invés de submetida às leis.
Então a mídia passou a atacar também os advogados, com todas as suas armas: editoriais, charges, manipulação da informação.
A OAB - mais esperta que o governo, por exemplo, que nunca responde - entendeu que, se quiser defender os advogados, precisa responder com as mesmas armas da mídia.
A charge-resposta da OAB:

SEÇÃO: HUMOR

SEÇÃO: OPINIÃO

Merval e a “ameaça à democracia” de Lula

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No comentário de hoje, na CBN, Merval Pereira, com a arrogância que lhe é peculiar, disse que é “absurdo” Lula se considerar “intocável”, por ter dito – segundo ele para os “blogueiros chapa-branca” – que “duvido que tenha um promotor, delegado, empresário que tenha a coragem de afirmar que eu me envolvi em algo ilícito.”
Merval, eu posso dizer o mesmo; o leitor deste blog pode dizer o mesmo e acredito que milhões de brasileiros possam dizer o mesmo.
Até porque – ao menos para as pessoas criteriosas – acusar alguém de se envolver “em algo ilícito” depende, senão de provas, ao menos de indícios muito robustos.
Do contrário, é caluniar. O que, isto sim, é crime.
E, de fato, uma ameaça à democracia.
Se isso é uma “ameaça”, como diz você em seu comentário, então eu e milhões de pessoas neste país somos “ameaças”, porque nunca nos envolvemos em algo ilícito.
O que ameaça a democracia, Merval, é a sua tese de que “depois que for investigado, se não tiver nada, aí sim, vai poder dizer que foi investigado, que foi perseguido e que não encontraram nada. Aí tudo bem”.
Não, Merval, só se age assim nas ditaduras, onde você vasculha a vida do adversário que passa a ter de provar que é inocente.
Na democracia, existe a presunção da inocência e é inadmissível a investigação de alguém sem acusação formal o a existência de indício material da existência de crime.
A “suspeita” subjetiva jamais é razão suficiente para isso. Não existe investigação porque se “acha”  que alguém “deve”  estar “envolvido em algo ilícito”.
E convenhamos, Merval, será que o Dr. Moro e os guapos procuradores do Paraná não teriam feito isso a Lula, se tivessem algo assim?
O seu Direito, Merval, é o Direito do lobo diante do carneiro.
Já que você é “ministro” do STF, vai mesmo em latim a lição de  Fedro, o fabulista romano, dedicada por ele ” a todos aqueles que oprimem a apenas se escondendo atrás de falsos pretextos”.
Ad rivum eundem Lupus et Agnus venerant siti compulsi: superior stabat Lupus, longeque inferior Agnus: tunc fauce improba latro incitatus jurgii causam intulit. Cur, inquit, turbulentam fecisti mihi istam bibenti?
Qualquer dificuldade, peça ao Michel Temer, ele traduz.
PS. Para nós, mortais, a fábula:
Ao mesmo rio lobo e cordeiro vieram
Levados pela sede. Acima estava o lobo.
E longe, abaixo, o cordeiro. Então com goela cruel
O ávido ladrão causa de disputa suscita:
“Por que” diz “tornaste-me turva
A água de beber?” O lanígero defronte temendo:
“Como posso”, questiona, “fazer o que lastimas, ó lobo?”
“De ti decorre aos meus tragos o líquido”
Repelido, ele, pela força da verdade:
“Antes destes seis meses”, afirmou, “mal me disseste”
Respondeu o cordeiro “Ora, nascido eu não era”
“Por Hércules, então teu pai”, responde ele, “disse-me mal”
E assim agarrado despedaça-o em injusta morte

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DÁ PARA ACREDITAR ?

ESPIRITUOSA

SEÇÃO: ECONOMIA

A mediocridade do debate econômico nacional

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por Rennan Martins, no Desenvolvimentistas
Enquanto o Mercado enfrenta fortíssimas turbulências decorrentes do arrefecimento chinês e manipulações geopolíticas do preço do petróleo, vemos o mundo adentrar 2016 com sérios desafios – sendo os mais importantes a (i) retomada da atividade econômica e (ii) da geração de emprego – temos no Brasil uma cegueira ideológica sem tamanho.
 O Banco Central passou o último mês ignorando os sinais de aumento do desemprego e queda meteórica da arrecadação – o que compromete a própria sustentabilidade fiscal tanto almejada – dizendo que subiriam ainda mais a maior taxa básica de juros do mundo, que chegaria a 14.75%. Precisou o FMI (!) intervir na posição de Tombini, chamando-o à realidade de que qualquer aumento de juros na atual circunstância significa estrangular a atividade econômica real, detendo o COPOM, que acabou por manter a Selic em 14,25%.
Pois bem, diante de todo este quadro complexo e conjuntura internacional desfavorável, como responde nossa imprensa e seus asseclas? Dizendo que a manutenção dos juros foi não um reconhecimento de que a economia está embicando forte, mas que o presidente do BC, Alexandre Tombini, é lacaio da Dilma!
É de uma canalhice sem tamanho. No momento em que a China intervém no mercado três vezes na mesma semana com bilionárias injeções de liquidez, que o mundo afunda em austeridade e desintegração social, como respondem nossos “intelectuais” hegemônicos? Resumindo a política monetária a um capricho da presidente!
Não há conta que feche com estes juros astronômicos. O mercado financeiro já abocanha praticamente metade do orçamento público anual, mesmo assim esperneiam por mais juros. Alguém avisa aos sanguessugas que matarão o doente nessa sanha sem limites pelas tetas do Estado, que por sinal só presta na hora de pagar os títulos da dívida, né? Nesse caso o Mercado adora o Estado. Só nesse.
Não existe país que consiga se organizar e desenvolver com um debate público tão enviesado. Ou democratiza a comunicação ou estamos fadados a condição de semi-colônia.

O RECADO ESTÁ DADO:

VOZES

SEÇÃO: POLÍTICA

O caso PF-Estadão: o retrato da formação de quadrilha entre polícia e mídia

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A manchete do Estadão de hoje, não foi desmentida apenas pela nota divulgada ontem à noite pelo Instituto Lula, que reproduzo ao final.
Foi desmentida pelo próprio documento que deu origem à sua publicação: as declarações de Lula ao delegado da Polícia Federal, cujas indagações a Lula nem precisariam ser feitas porque, sem qualquer elemento senão suposições, é impensável obter alguma informação neste tipo de depoimento.
A coisa chega ao absurdo – além dos citados pelo ex-presidente – de Lula ser indagado – vejam bem! – sobre um “documento” de um suposto lobista onde “há uma solicitação dos trabalhadores da indústria aeronáutica sueca para que o declarante (Lula) manifestasse seu apoio à contratação da SAAB (fabricante dos Gripen) junto à Presidenta Dilma Rousseff”.
Francamente, em que isso serve a uma investigação policial?
É tão “legítimo” imaginar – veja que maravilha, um delegado de polícia e uma redação de jornal que se contentam em imaginar – que a contratação do “filho do Lula” (porque é  só por isso que o negócio provoca interesse), dois anos depois, pela empresa deste fulano fosse o pagamento de propina- além do mais irrisória e desproporcional diante de um negócio de quase R$ 30 bilhões – fosse pagamento pelo “lobby” dos sindicatos suecos.
E tratar como “combinação” uma visita de um governador de Estado (Eduardo Campos) e do presidente de uma grande montadora (Clodomiro Belini, da Fiat) pedindo, que fosse, a prorrogação  de uma legislação (dos tempos de FHC, aliás) o que tem de ilegítimo.
Não tem, mas tem de ter.
A mente deformada da Polícia Federal e da mídia conservadora funciona assim: “já temos o criminoso, vamos encotrar o crime ou algo que possa se parecer com crime”.
É a lógica da ditadura, bem exposta pelo jurisconsulto Merval Pereira, ontem.
Que só não ofende aos fascistas e aos covardes, hoje sobrando neste país.
A nota do Instituto Lula:

Estadão distorce depoimento de Lula

Em sua desesperada campanha para envolver o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em atos ilícitos que jamais foram cometidos, O Estado de S.Paulo voltou hoje (22) a manipular informações sobre a edição de medidas provisórias dirigidas ao desenvolvimento regional.
Lula jamais admitiu que tenha havido “compra de MPs” em seu governo ou que tenha tratado com lobistas sobre sua edição. O que ele chamou de “coisa de bandido” foi uma suposição levantada pelo delegado, que pediu a Lula para formular juízo sobre uma palavra “no sentido pejorativo”.
Isso fica bem claro na leitura do depoimento prestado por Lula ao delegado Marlon Cajado na condição de informante (nem como testemunha, nem como investigado) em 6 de janeiro deste ano, páginas 5 e 6:
(…) apresentado ao Documento 04, o qual trata de trecho encontrado em material computacional do escritório da Marcondes e Mautoni, que trata da MP 512/2010, afirmando que, “a MP foi combinada entre o pessoal da Fiat, o presidente Lula e o governador Eduardo Campos, e perguntado se a informação procede, o declarante [Lula] diz que “combinação”, nesse sentido pejorativo, é “coisa de bandido” e que não ocorreu, esclarecendo que se reuniu algumas vezes com o então governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, o qual levou Beline [Cledorvino Belini, presidente da Fiat América Latina e presidenta da Anfavea de 20 10 a 2013], não se recordando se ele estava na condição de representante da Fiat e/ou de presidente da Anfavea, e que foram esclarecidos os benefícios da construção da fábrica da Fiat em Pernambuco (…)
No mesmo depoimento, Lula esclareceu que as MPs 471/2009 e 512/2010 foram debatidas com governadores, líderes políticos, sindicais e empresariais dos Estados do Nordeste, Norte e Centro-Oeste, para prorrogar e estender a novos projetos os incentivos fiscais estabelecidos desde 1997 e 1999 às indústrias automotivas e de autopeças nestas regiões.
Desde 1o. de outubro de 2015, O Estado de S. Paulo vem tecendo uma rede de desinformação sobre estas MPs, sonegando ou falseando dados sistematicamente, em prejuízo de Lula, de seus familiares e dos leitores. A obsessão do jornal é vincular a edição das MPs (ou qualquer ato do ex-presidente Lula) a um suposto favorecimento a empresas e escritórios de lobby e consultoria.
Mesmo tendo sido informada que a empresa LFT, de Luiz Cláudio Lula da Silva, só foi contratada para prestar serviços à Marcondes e Mautoni em 2014, a reportagem do Estado omitiu deliberadamente este fato e associou o contrato à MP editada em 2009, cinco anos antes.
Exposta publicamente esta incongruência, o jornal tentou vincular o contrato à compra dos caças suecos Grippen, decidida pelo governo brasileiro em dezembro de 2013, quando Lula não era mais presidente da República.
As duas hipóteses foram negadas por Lula, por serem absurdas, como se pode conferir na íntegra do termo de depoimento do ex-presidente à Polícia Federal, que está ao final desse texto.
As notícias manipuladas do Estadão levaram o jornal a acreditar em seus próprios delírios, a ponto de afirmar que “o esquema (de compra de medidas provisórias), que resultou na Operação Zelotes, foi revelado numa série de reportagens do Estado em outubro”.
Só Que Não
A Operação Zelotes foi deflagrada em março de 2015, a partir de investigações iniciadas em 2013, que apontaram o favorecimento de grandes empresas (inclusive do setor de comunicação) em decisões do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf). Os desvios seriam da ordem de R$ 19 bilhões.
A partir da “série de reportagens” do Estadão, como num passe de mágica, a Operação Zelotes se transformou numa devassa em torno do contrato da LFT com a Marcondes e Mautoni, e o desvio de R$ 19 bilhões sumiu do noticiário. A manipulação de hoje no portal do Estadão é mais um nó nessa teia de intriga e desinformação.

PARECE UMA PIADA, NÃO É MESMO ?

ENQUANTO-CAROL

SEÇÃO: CULTURA E CINEMA

A Grande Aposta, o filme que mostra como somos burros

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por Jader Pires, no Papo de Homem
Quando Martin Scorsese encontra Michael Moore. Essa afirmação passava pela minha cabeça durante toda a exibição de A Grande Aposta, filme dirigido não pelos dois conhecidos aqui de cima, mas pelo Adam McKay, conhecido pelas dezenas de comédias que fez com Will Ferrell.
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A estrutura do filme vai te lembrar rapidamente O Lobo de Wall Street. A quarta paredequebrada diversas vezes, uma história que vale mais pelo "como aconteceu" do que "o que aconteceu". E como diabos aconteceu? É aí que entra o Michael Moore. O filme nos dá toda uma carga documental e didática do acontecido, repetidas vezes. Efeitos da crise financeira de 2008 são sentidos até hoje, dos bancos quebrando nos Estados Unidos e o resgate econômico de mais de 800 bilhões de Dólares injetados pelo governo na economia ao desemprego na Espanha, os problemas na Grécia, enfim, um imbróglio grave de escala global amplamente divulgado e analisado nos anos seguintes.
Conhecemos essa história e seus motivos macro. Mas, ainda assim, temos lá certa dificuldade em entender os pormenores e é onde o filme quer entrar, com a grande responsabilidade de nos explicar de forma acessível termos do mercado financeiro, colocar no nosso colo o que foi a grande crise dos subprimes no mercado imobiliário e como isso afetou todo o país e o mundo nos anos seguintes.
Mais de uma vez.
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E da repetição se faz a sátira, o sarro tirado da própria cara. McKay faz isso o tempo todo,Ryan GoslingBrad PittChristian Bale e Steve Carell fazem isso o tempo todo, representando, mais que seus personagens, algumas das reações que temos diante do ocorrido. Aproveitadores, incapazes, incrédulos. "Como a gente é burro" é a sensação recorrente. A ironia escorre por todo o enredo, seja na descoberta tão óbvia da cagada que estaria por vir, seja nos exemplos de como esse castelo de cartas estava sendo construído, em momentos que aparece uma modelo tomando banho de banheira e tomando espumante para explicar como funcionavam os empréstimos hipotecários de alto risco, quando um chefe de cozinha conhecido por seus programas na TV a cabo exemplifica como "requentar" créditos podres ou então quando ele diz que somos tão estúpidos que até a cantora teen Selena Gomez nos professora como expectativas afetam as decisões sobre investimentos.
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Somos burros porque deixamos isso acontecer. Somos burros porque provavelmente participamos disso. Somos burros porque fomentamos o capitalismo da maneira agressiva que é hoje. Somos burros porque não pensamos em outra maneira de seguir e somos burros porque provavelmente faremos tudo isso de novo. E de novo. Daí a gravidade dessa brincadeira. Afinal, errar seria humano, mas persistir é só burrice mesmo.
A ideia é te fazer se sentir levemente ofendido, sim, mas perplexo com a realidade. Porque precisamos, de uma vez por todas, aprender com os nossos erros.
“O que nos causa problemas não é o que não sabemos. É o que temos certeza que sabemos e que, no final, não é verdade” -- Mark Twain, escritor americano (1835-1910)
Sugiro, como leitura complementar, o artigo "O que o filme 'A Grande Aposta' nos ensina sobre crise de 2008", do Nexo.

HUMOR:

TUBARÕES-ASSASSINOS

SEÇÃO: OPINIÃO (Texto extraído do site "Viomundo")

Quando Alexandre Garcia, que ascendeu no seio da ditadura, fala em mérito

publicado em 17 de janeiro de 2016 às 21:47
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15 de janeiro de 2016 – 15h01
A abominação ética em Alexandre Garcia
Os comentários de Alexandre Garcia nos telejornais da TV Globo são sempre um festival de impropérios, invariavelmente de cunho elitista. Porém, sua declaração recente em que acusa os alunos ingressos à UnB pelo sistema de cotas de “não possuírem méritos para ingressar na Universidade” revela em sua personalidade um pendor de senhor de escravo, um calejamento próprio de uma classe dominante infecunda e profundamente perversa.
Os comentários de Alexandre Garcia nos telejornais da TV Globo são sempre um festival de impropérios, invariavelmente de cunho elitista. Os comentários de Alexandre Garcia nos telejornais da TV Globo são sempre um festival de impropérios, invariavelmente de cunho elitista.
A Lei de Cotas nas universidades completou três anos no ano passado. Fruto da mobilização dos movimentos sociais, logrou colaborar no ingresso de mais de 111 mil alunos negros.
Ao contrário do propalado pelos intelectuais da Casa Grande, sua efetivação não precarizou o ensino superior público: segundo dados científicos apurados na avaliação dos 10 anos da implementação do sistema de cotas na UnB, o rendimento dos estudantes cotistas é igual ou superior ao registrado pelos alunos do sistema universal.
Outras análises, em dezenas de instituições como Uerj e UFG, coadunam com o diagnóstico.
Os argumentos contrários ao sistema de cotas carregam o signo de uma ideologia que fez com que o País vivesse o colonialismo, a escravidão e a própria ditadura.
Está no DNA da classe dominante brasileira buscar impedir à emancipação dos oprimidos, por esses constituírem ameaça ao seu domínio.
Para esse fim, ocultam os saqueios e opressões que os povos colonizados foram e são submetidos, ao mesmo tempo em que procuram domesticar o imaginário dos oprimidos a partir de mentiras repetidas à exaustão nos meios de comunicação em massa.
Darcy Ribeiro, fundador da UnB e um dos maiores antrópologos brasileiros, teve ocasião de asseverar que o maior problema do Brasil é sua elite.
Segundo ele, as elites brasileiras se apropriam unicamente do poder para usurpar à riqueza nacional, condenando seu povo ao atraso e a penúria (ver O livro dos CIEPS, 1986:98). Por isso, carregamos a inglória posição de terceiro país mais desigual do mundo.
Alexandre Garcia é um conhecido bajulador das hostes oficias.
Foi aliado de Ernesto Geisel e porta-voz do ditador João Batista Figueiredo.
Foi exonerado após postar seminu numa revista masculina.
Apoiou a candidatura de Maluf no Colégio Eleitoral.
Foi um dos artífices da cobertura global que favoreceu a ascensão de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso.
É, pois, co-participe da tragédia social, política, econômica e ideológica da sociedade brasileira.
A TV Globo, que abriga essa triste figura, é a principal aliada de todas as causas abomináveis patrocinadas pela elite contra o povo brasileiro.
Sustentou o golpe de 1964, franqueou amplo apoio ao regime militar, deu sustentação aos governos conservadores após a redemocratização.
Seu jornalismo sempre perseguiu os movimentos sociais e lideranças populares, cuja expressão mais retumbante foi o herói da pátria Leonel de Moura Brizola.
Quando insulta os alunos da rede pública egressos pelo sistema de cotas, o jornalista vê nisso paternalismo e esmola. É compressível.
Quem ascendeu na carreira com favores e migalhas dos plutocratas só pode enxergar nos outros os vícios que carrega.
Felizmente, o povo brasileiro não permitirá que a direita apátrida coloque suas mãos sujas de sangue em seus direitos mais caros, para a tristeza do jornalista e seus correligionários.
*É estudante da UnB

HUMOR:

BEBEDERA