domingo, 28 de abril de 2013

Charge de Humor

"FUX E A AUTODESMORALIZAÇÃO DO STF"


Por Marco Antonio L.
Do Diario do Centro do Mundo
Os reais culpados pelo descrédito do STF são os próprios juízes.
Uma das teses mais idiotas que circulam nos círculos de sempre no Brasil afirma haver uma “tentativa de desmoralização” do STF.
Vocês me dão uma pausa para risada?
Ora, não existe propósito em desperdiçar tempo e energia para desmoralizar nada que se autodesmoralize.
Ou alguém afirma que Fux, para ficar num caso, é vítima de uma campanha?
É mentira que ele:
1)Procurou Dirceu?
2)Admitiu que se encontrou com ele em sua campanha patética por uma vaga no Supremo, mas afirmou não saber que Dirceu era réu do Mensalão?
3)Julgou casos em que estava envolvido o escritório de um velho amigo que, não bastasse este vínculo de camaradagem, é patrão de sua filha, num monstruoso conflito de interesses?
Isto se chama “autodesmoralização” em grande escala.
Saiamos de Fux e examinemos seu chefe, Joaquim Barbosa.
Qual a atitude de Barbosa sobre o comportamento de Fux?
Seria muito esperar uma admoestação sobre a busca frenética de apoio político. Afinal, o próprio JB tem uma história não muito edificante neste capítulo. Pobre Frei Betto.
Mas sobre a conexão entre Fux e um grande escritório: nada a dizer? Nenhuma mensagem aos brasileiros?
O silêncio de JB neste assunto  – e ele tem conversado com jornalistas como Merval e Mônica Bérgamo  para defender a si próprio – é, também ele, desmoralizador.
Desmoraliza a ele mesmo e ao Supremo. (Acrescento aqui que desmoraliza também os jornalistas que o entrevistaram, por deixarem de fazer uma pergunta essencial.)
Gastar 90 mil reais na reforma de banheiros também não contribui para elevar a imagem de JB, e muito menos ele ter chamado de “palhaço” o repórter do Estadão que, ele sim, perguntara o que tinha que ser perguntado.
É importante lembrar, quando se reflete sobre o mensalão e os recursos que vão aparecendo, que os brasileiros não conheciam as monumentais fragilidades dos integrantes do Supremo à época do julgamento.
Vigorava a crença, alimentada pela mídia, de que eram Catões.
A mídia “a serviço do Brasil” não dera a seus leitores as informações mínimas essenciais sobre a naturezareal da principal corte brasileira.
Ora, estava escrito num livro de Frei Betto muito anterior ao julgamento como JB chegou ao Supremo – mas nenhuma linha foi dedicada a isso entre as milhares sobre o caso.
Ou não é importante saber que JB foi escolhido não pela excelência e sim porque Lula quis colocar um negro no Supremo?
Diante de tantas informações novas que mostram a face real dos juízes que foram absurdamente incensados, é natural que cresça a pressão para que todos os recursos cabíveis sejam analisados do jeito que devem ser, no Brasil ou no direito internacional.
Havia, antes do julgamento, pistas sobre a debilidade dos juízes, é verdade. Mas eram apenas pistas.
Uma que julgo particularmente forte foi dada por Marco Aurélio Mello.
O discurso que ele fez em maio de 2006, ao assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, é revelador.
Vou selecionar duas frases que valem por mil:
1) “Não passa dia sem depararmos com manchete de escândalos.”
2)“Perplexos, percebemos, na simples comparação entre o discurso oficial e as notícias jornalísticas, que o Brasil se tornou um país do faz-de-conta.”
O que está dito aí é que Mello tomou como absolutamente verdadeiras as notícias que leu num momento de acachapante vale tudo jornalístico em que todas as fronteiras éticas foram cruzadas.
O símbolo dessa era foi uma capa da Veja em que se publicou um dossiê com a informação de que Lula tinha milhões no exterior . Ah, sim, os leitores entre vírgulas  foram avisados de que a revista não conseguira confirmar nem desmentir uma informação de tamanha gravidade.
Foi o boimate na versão política.
Crer cegamente na imprensa – nas manchetes – como Mello pode levar a erros brutais.
E não só no Brasil.
Nos dez anos da Guerra do Iraque, há algumas semanas, a mídia americana foi obrigada a enfrentar os erros colossais que cometeu na época.
O maior deles – que representou o apoio a um ataque que acabaria por destruir virtualmente um país inteiro – foi afirmar que o Iraque tinha, como dissera Bush, “armas de alto poder de destruição”.
Não tinha.
Olhando para trás, as marcas da precariedade do Supremo já estavam impressas naquele bestialógico de 2006 – aliás saudado como “discurso histórico” por alguns colunistas.

Charge de Humor

Seção: TECNOLOGIA


Por Marco St.

Do site da ISTOÉ

Do 14-bis ao 14-X

Aeronave que voa a mais de 11.000 km/h coloca o Brasil na elite da engenharia aeroespacial e na iminência de superar tecnologicamente os EUA

Lucas Bessel
Em um laboratório em São José dos Campos, interior de São Paulo, a aeronave mais avançada do Brasil ganha forma. Batizado de 14-X, o aparelho tem nome inspirado na mais famosa máquina voadora brasileira, o 14-bis. Em comum com o avião de Santos Dumont, o 14-X tem o poder de garantir para o País um lugar no pódio da tecnologia aeroespacial. Não tripulado, o modelo é hipersônico, capaz de atingir dez vezes a velocidade do som (mais de 11.000 km/h). As propriedades do 14-X colocam o Brasil no seleto grupo de nações – ao lado de Estados Unidos, França, Rússia e Austrália – que pesquisam os motores scramjet, que não têm partes móveis e utilizam ar em altíssimas velocidades para queimar combustível (no caso, hidrogênio). Outra característica do veículo desenvolvido pelo Instituto de Estudos Avançados da Força Aérea Brasileira (IEAv) é que ele é um “waverider”, aeronave que usa ondas de choque criadas pelo voo hipersônico para ampliar a sustentação. É como se, ao nadar, um surfista gerasse a onda na qual irá deslizar.
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O projeto nasceu em 2007, quando o capitão-engenheiro Tiago Cavalcanti Rolim iniciou mestrado no ITA e foi aprovado com uma tese sobre a configuração “waverider”. Cinco anos depois, a teoria está prestes a virar prática. O primeiro teste do 14-X em voo, ainda sem a separação do foguete utilizado para a aceleração inicial, ocorrerá neste ano. Em seguida, a Força Aérea planeja outros dois experimentos: um com acionamento dos motores scramjet, mas com a aeronave ainda acoplada, e outro com funcionamento total, quando a velocidade máxima deve ser atingida. “Se formos bem-sucedidos nesses ensaios, estaremos no topo da tecnologia, embora com um programa muito mais modesto do que o dos americanos”, diz o coronel-engenheiro Marco Antonio Sala Minucci, que foi diretor do IEAv durante quatro anos e é um dos pais do 14-X.
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O grande desafio no desenvolvimento da tecnologia de altíssimas velocidades é a construção dos motores scramjet. Um engenheiro ligado ao projeto compara a dificuldade de ligar tais propulsores a “acender uma vela no meio de um furacão”. Por isso, o IEAv realiza os testes do primeiro protótipo no maior túnel de choque hipersônico da América Latina, no próprio laboratório do instituto. Diferentemente do que ocorre em turbinas de aviões, esse motor não usa rotores para comprimir o ar: é o movimento inicial, gerado pelo foguete, que fornece o fôlego necessário. No 14-X, os propulsores scramjet são acionados a mais de 7.000 km/h.
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“Esse será o caminho eficiente de acesso ao espaço em um futuro próximo”, diz Paulo Toro, coordenador de pesquisa e desenvolvimento do 14-X. As aplicações práticas vão além do lançamento de satélites ou dos voos suborbitais. Os EUA, que testam sua aeronave batizada de X-51, pretendem usar a tecnologia em mísseis intercontinentais. Entre os civis, a esperança é de que o voo hipersônico possa se tornar uma realidade em viagens turísticas. Ir de São Paulo a Londres em apenas uma hora não seria nada mau.

Charge de Humor

Seção de Política


Por Assis Ribeiro

Do Brasil 247

ALIADOS COBRAM DE CAMPOS ENTREGA DOS CARGOS

Líderes da base governista já pedem com todas as letras uma atitude do presidente do PSB e pré-candidato à presidência contra Dilma; para o líder do PT na Câmara, José Guimarães, não dá para "ocupar os cargos no governo e fazer o papel de oposição"; na avaliação do deputado Anthony Garotinho, do PR, o governador de Pernambuco deveria proferir a famosa frase de Capitão Nascimento para seus indicados ao governo: "Pede para sair!" 
28 DE ABRIL DE 2013 ÀS 06:29

sábado, 6 de abril de 2013

"Charge do dia"

VÍDEO: "o melhor comercial de cervejas"

"A MÍDIA NA DITADURA"


Mauricio Dias

06.04.2013 06:58

A mídia na ditadura (texto extraído da Carta Capital)

Falta um tema na variada agenda da Comissão Nacional da Verdade. Criada com a finalidade de apurar as violações dos direitos humanos, ela não incluiu na pauta de trabalho a análise do papel da imprensa, como é feito com a Igreja, por exemplo, durante a ditadura, articulada e sustentada por civis e militares.
Imperador. Marinho recebeu de Falcão o aval para criar a Globo atual
Imperador. Marinho recebeu de Falcão o aval para criar a Globo atual
A imprensa foi arauto da trama golpista contra o presidente João Goulart. Sempre conservadores, os “barões da mídia” brasileira agem na fronteira do reacionarismo. Apoiar golpes, por isso, não chega a ser exatamente novidade. Alardeiam o princípio do liberalismo sem, no entanto, se comprometer com a democracia. Assim promovem feitiços, como o de 1964, e tornam a própria imprensa vítima da feitiçaria.
Patrões e empregados são testemunhas importantes de uma história que precisa ser passada a limpo. É necessário ir além do que já se sabe. Isso só ocorrerá com o depoimento daqueles que viveram os episódios ou estiverem próximos deles.
A ditadura “exerceu o terror de Estado e provocou medo na sociedade civil. Não há indícios, porém, de que o medo fosse a razão do consentimento” que a imprensa deu aos generais, como anota a cientista política Anne-Marie Smith, no livro Um Acordo Forçado.
Ela põe o dedo na ferida ainda aberta: “E se outros jornais tivessem protestado quando o general Abreu proibiu qualquer publicidade do governo no Jornal do Brasil em 1978?” E se aproxima da resposta: “Os obstáculos à solidariedade não foram criados, nem reforçados, nem explorados pelo regime. A falta de solidariedade foi uma desvantagem gerada pela própria imprensa”.
Império da mídia brasileira, o apoio do Sistema Globo à ditadura nunca foi negado, embora hoje seja disfarçado. Uma das razões para esse comportamento passado, que se encaixa na reflexão de Smith, encontra explicação no livro Dossiê Geisel, de Celso Castro e Maria Celina D’Araujo.
No governo Geisel, o ministro das Comunicações, Euclides Quandt de Oliveira, vetou novas concessões ao nascente Sistema Globo por receio de que Roberto Marinho chegasse ao monopólio da opinião pública. Ele então foi ao ministro da Justiça, Armando Falcão, e falou “do constante apoio” que deu ao governo.
“Disse também que o comportamento da Rede Globo deveria fazê-la merecedora de atenção e favores especiais do governo”, registra o livro.
Marinho apelou sem constrangimentos. Ameaçou vender a Rede Globo, caso não tivesse apoio para continuar a crescer. O resto da história todo mundo sabe.
A mídia reage, hoje, ao projeto sobre a -atualização das leis de comunicação com o argumento falso e insensato de que o objetivo é censurar. No entanto, em plena ditadura, adotou a inércia e o silêncio diante dos atos concretos de restrição à liberdade de escrever. Não de escrever sobre tudo, mas somente sobre certos assuntos como tortura e assassinato nos porões da ditadura. Essa é a diferença em relação à genérica denúncia de restrição à festejada liberdade de imprensa.
A censura, nesse contexto, cumpria outro papel. Excluía a responsabilidade direta dos donos da mídia e de muitos editores autoritários coniventes, que sempre se desculparam ao apontar a censura governamental como a razão do silêncio.
A ditadura seria outra – talvez ditabranda – contada a partir do que foi publicado na ocasião.
Para a imprensa conservadora, reacionária nos anos de chumbo, esse tema dói. É um nervo exposto.

"Verdades"

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