sábado, 23 de julho de 2016

Temer joga R$ 38 bi na fogueira, mas não apagará o fogo do deficit

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Ontem  procurei explicar que a necessidade de contingenciamento do Orçamento da União vinha do fato de a arrecadação estar caindo, junto com a atividade econômica, muito mais do que o esperado. Até então, falava-se em fazer reservas de R$ 20 bilhões nas despesas previstas para fazer frente a isso.
O quadro, infelizmente é pior, quase o dobro pior.
No Estadão, o braço direito de Michel Temer, Eliseu Padilha, diz que serão torradas reservas de R$ 38 bi, o que, aliás, não se sabia o que faziam sem destinação num Orçamento que tinha um “rombo” inflado para R$ 270,5 bilhões:
O governo federal vai usar uma reserva de R$ 38 bilhões prevista no Orçamento de 2016 sem destinação específica para evitar corte nos gastos, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
 “Havia ficado uma reserva de R$ 38 bilhões no Orçamento, sem destinação, para cobrir emergências. Como a receita não correspondeu, temos que cobrir esse buraco”, afirmou o ministro em entrevista a agências internacionais.
No início do mês passado, o Ministério do Planejamento havia informado que o governo contava com R$ 18,1 bilhões para absorção de riscos fiscais, já contemplada na meta de déficit primário de R$ 170,5 bilhões para o governo central em 2016.
O pior, porém, não é o lançamento de R$ 38 bilhões na fogueira de despesas que, em parte, poderiam ser evitadas.
O pior é que se sabe que haverá uma retração de receitas desta ou de maior magnitude e cada vez mais se atira a ideia de recuperação econômica em um pacotão conservador e antissocial.
Se não for isso, só um milagre.

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