sábado, 9 de junho de 2018

O que se perdeu com dois meses de Lula preso, e o que ninguém ganhou

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brasilcrise
Completam-se dois meses do encarceramento de Lula e – tal como hoje se vê com os dois anos da derrubada de Dilma – nem na economia, nem na política aconteceu no país coisa alguma senão retrocesso.
Não é preciso falar na degradação da confiança dos agentes econômicos, não apenas diante do derretimento do governo Temer mas, sobretudo, com o cenário de incerteza de um cenário eleitoral absolutamente incerto em tudo, exceto no fato de que Jair Bolsonaro vai se firmando como a único “favorito” numa disputa onde o favorito real está sendo excluído.
A “Ponte para o Futuro”, que já virara pinguela, agora significa um caminhar sobre gravetos, ouvindo-os estalar e duvidando apenas de quando será que vão se romper e nos lançar ao abismo.
O dólar abriu o dia a R$ 3,89, subiu para perto de  R$ 3,91 e o inferno é o limite.
As grandes empresas, que sustentaram a quebra da normalidade democrática e “comemoraram” o golpe e a prisão de Lula como fator de “otimismo” encolheram no ranking das maiores do mundo, divulgado pela Forbes.
O candidato que seria o natural do sistema, Geraldo Alckmin, só falta registrar seu nome eleitoral como Cristiano Machado, embora o candidato que se desmilinguiu nas eleições de 50, ante a força de Getulio Vargas e a polarização de Eduardo Gomes tenha tido resultados bem melhores do que se anunciam para o – por enquanto – candidato tucano, “rifado” pelos seus próprios correligionários.
Um país não se reconstroi por farsas, negando suas realidades.
Só a disputa, legítima, entre todas as forças e opiniões políticas que o habitam pode abrir saídas.
Ódio só destrói e isto está ficando claro a um povo cansado de uma elite que se move por ele.

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