sábado, 3 de junho de 2017

Temer, acuado, faz de cada dia uma agonia

fantasmaalvoradaaroeira
Michel Temer está ou não está no comando do país?
Formalmente, sim. Administrativamente, apenas em parte. Politicamente, não.
Há pouquíssimas possibilidade, ao que se pode dizer hoje, de que ele seja, pelo impeachment, forçado a deixar a presidência. Mesmo que não se confirme a sua absolvição no TSE, mesmo que não se consume a debandada do PSDB, mesmo que, como é possível, surjam novas denúncias no caso Friboigate.
Sua base fisiológica, a ambiciosa pusilanimidade de Rodrigo Maia (que passou a existir politicamente graças a ele) e a parcela não-Alckmin do PSDB garantem-lhe blindagem, embora já não lhe assegure condições de manejar o rolo compressor parlamentar com a facilidade que manejava até algum tempo atrás.
Na administração, o quadro é de completa dissolução: os titulares dos ministérios, que eram pouco, agora nada são, com a desmoralização do governo. As resistências corporativas se avolumam e a paralisia administrativa se amplia. Tudo o que há de pior no serviço público está aflorando: prepotência, dedurismo, favoritismo passaram a campear por quase toda parte, embora bem menos nos setores que têm estruturas internas mais sólidas. Fora daí, os “indicados” dos deputados catam oportunidades, favores e, na sua natureza mesquinha, perseguem quem não lhes é da curriola.
Mas politicamente, o seu derretimento se tornou uma evidência e isso contamina tudo o que fizer e – mais importante – quem permanece junto a ele. Este último dado é, neste momento, o mais importante.
A confirmarem-se as informações de que será absolvido na ação do TSE, dia 6 – independente de considerações jurídicas razoáveis sobre a inacreditável “adaptação a fatos novos” que o processo tomou nos quase 3 anos em que tramita – vai arrastar para descrédito ainda maior não apenas o Tribunal Eleitoral como o Supremo, ao menos na parte ali presente.
Enquanto Michel Temer permanece neste limbo, o Brasil se equilibra  à beira de três precipícios: o da crise econômica, o da crise política e o da crise institucional, com os apetites arreganhados que já nem se escondem no Ministério Público e no Judiciário.

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