sábado, 20 de fevereiro de 2016

Hipócrita, FHC “espera” empresa para falar de dinheiro. Esqueceu, como do aeroporto?

aerofhc
Só há uma coisa digna na nota emitida hoje pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a respeito do escãndalo provocado pela entrevista de sua ex-namorada Mirian Dutra. A frase final: “Questões de natureza íntima, minhas ou de quem sejam, devem se manter no âmbito privado a que pertencem.”
Mais uma vez, não se tratará aqui delas, muito menos se emitirá conceitos morais sobre o comportamento do “ex-príncipe”.
Mas dizer que vai esperar a Brasif, do empresário Jonas Barcellos explique o que fez, a seu pedido, para só então dizer o que fez, francamente, é de uma imensa covardia.
Dizer que enviou 100 mil dólares para serem pagos à razão de US$ 3 mil por mês é o fim da picada.
Embora ele pudesse ter este valor (na sua última declaração de bens pública, como candidato em 1998, ele tem apenas  US$ 23,2 mil ) é bom lembrar que US$ 100 mil, no final de 2002 , chegavam R$ 400 mil em moeda nacional, pois o dólar estava, na datado contrato exibido pela beneficiária (16/12), a R$ 3,632.
R$ 363 mil, naquela data, pela inflação, equivaliam a R$ 746 mil, hoje,corrigidos pelo IPCA.
Um dinheiro para não esquecer, não é?
Se foi no exterior que recebeu, do que foi? Ou ele, presidente, mandava todo mês uma remessinha de dólares para fora?
Pior ainda é a Globo soltar uma nota dizendo que “não sabia de nada”, porque é público que ela colaborou o exílio da moça.
Mais um capítulo na vergonha de uma mídia que abafou, todo tempo, situações escandalosas de Fernando Henrique e, hoje, faz escândalo com uma canoa e um “puxado” de Lula.
Quer um exemplo?
Vocês viram os jornais e tevês apurando a história do aeroporto da empresa Camargo Correa construído em 95 na fazenda ao lado da Córrego da Ponte, propriedade de FHC em Buritis, embora a Istoé tenha tornado o fato público em 1999?
anacConversa? Olhe aí do lado a renovação da licença do aeroporto, em 2001,que já não consta mais na base de dados da Anac, agora que FHC vendeu a fazenda e a empreiteira fechou a microempresa que era “dona” da pista, capaz de rebeber jatinhos de bom porte…
Os jornais, que se esmeram em ouvir caseiros, donos de loja de materiais de construção, marceneiros, vendedor de bote de lata e tudo o que podem revirar no lixo para incriminar Lula se dignaram a mandar um repórter lá?
Ou pelo menos de mandar um repórter colocar no Google Maps as coordenadas do aeroporto e as da Fazenda Córrego da Ponte, que podem ser conhecidas porque o comprador – FHC a vendeu em 2003 – registrou um pedido de construção de açudes, produção de carvão e desmatamento de 55 hectares. Estão registradas aqui, no documento: latitude 15°14’19.4’’ Sul e longitude de 46°42’49.6’’ Oeste.
Gasta só uns minutinhos, como eu gastei, verificar que é praticamente ao lado da propriedade do príncipe, embora para usar a estrada e não atravessar a lavoura que tem lá sejam 6,3 km pelas estradas vicinais, porque o Google não faz percurso por vias internas das propriedades, o que reduz a menos da metade a distância.
O mapa está lá em cima, na ilustração e aqui, neste link, para quem quiser abri-lo, de forma interativa, no seu próprio computador.
É preciso um escândalo de natureza sexual e familiar para que o príncipe vire sapo?

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