sábado, 30 de julho de 2016

A cara do “rombo” está feia e Meirelles a pinta pior para conter Temer

meirelesdisputa
O prezado leitor e a querida  leitora podem achar um pouco chato eu ter voltado a escrever tanto sobre economia.
Mas é neste campo que o Governo Michel Temer joga a sua sobrevivência, embora ele creia que sua estabilidade política possa ser sustentada pelo jogo que sempre jogou, o do compadrio político e o da distribuição de vantagens. Claro, com o complemento primário de factóides, como o ridículo de chamar a imprensa para filmá-lo levando “Michelzinho” na escola.
Mas há, na crise econômica, como sempre há, a política. E a disputa de espaços de poder.
Não teria havido o escândalo da queda das receitas públicas em junho se estivesse havendo um processo de recuperação.
A esta altura, dia 28, os “capas pretas” da Fazenda e da Receita, se o mês de julho estivesse representando alguma reação positiva, com seu acesso online  aos dados da arrecadação pública estariam vazando apara a mídia “sinais  positivos” sobre a atividade econômica.
Como já virou bordão “é na economia, estúpido” que governos se solidificam ou se desmancham (e são desmanchados, como ocorreu com o de Dilma) pela anomalia midiática em que vive o Brasil.
Desde o início da semana, este blog vem batendo na tecla da disputa entre Michel Temer e Henrique Meirelles.
O Ministro da Fazenda sabe o quanto Temer depende dele e o quanto dependem ambos de, no mínimo, uma “estabilização na mediocridade” da cena econômica.
Provavelmente o sabe mais que Michel Temer, que acha que a política é o grande agregador e, na grandeza que o delírio vaidoso lhe dá, considera-se mesmo capaz de manobrá-la com inigualável habilidade. O que, em se tratando do fisiológico agrupamento que sempre foi o PMDB, implica em verbas.
Meirelles, silenciosa mas agora já evidentemente, trabalha por abocanhar mais controle sobre o Governo. Só não é mais incisivo porque sabe que o que precisa fazer para entregar a encomenda do  “mercado” depende de muito (e difícil) do apoio político que Temer pode (ou crê que pode) obter.
Então, a arma de que dispõe é o “rombo”.
Mais do que “convencer” os políticos e parte da sociedade que, sem arrocho, o Brasil caminha para a insolvência, a fartura de informações sobre o grau de retração da economia é sua aliada para colocar em Temer um sistema de amarras que contenha seu ímpeto em distribuir “bondades”.
Ao mesmo tempo, funciona como o garantidor de que a matilha neoliberal, diante disso, mantenha-se inquieta apenas ao nível do rosnado.
Meirelles sabe que, hoje, dois homens detém a chave do destino de Temer, muito além da votação do impeachment no Senado: ele e Eduardo Cunha.

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