sábado, 28 de setembro de 2019

O MP nasceu para ser o médico, mas acabou virando o monstro. Por Fernando Brito

 
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PUBLICADO NO TIJOLAÇO
POR FERNANDO BRITO
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Durante a ditadura, o Ministério Público, sem nenhuma independência, era uma instituição acovardada, oprimida.
A redemocratização a fez florescer: a independência de ação fez, durante anos, muito por este país e pelo convívio social, protegendo direitos coletivos, a dignidade humana, o meio ambiente, combatendo o abuso do poder econômico, a violência policial e tantas pragas que nós, brasileiros, queríamos abolir no rumo de uma sociedade justa e, senão fraterna, ao menos civilizada em suas diferenças.
O Ministério Público de hoje, capturado pela sanha punitivista e pela vaidade descontrolada dos seus membros, tornou-se uma deformidade monstruosa, uma espécie de Mr. Hyde da instituição que os redemocratizadores do Brasil, na Constituição de 1988 pensaram e fizeram para o país.
Que se pode esperar de uma instituição que foi dirigida, por quatro anos, por um homem que se deformou ao ponto de invadir, armado de pistola, a Suprema Corte de seu país disposto a assassinar um de seus ministros?
Não aconteceu nada, além de um tweet do quase assassino, ontem à noite, lamentando o pênalti perdido pelo Atlético Mineiro, numa demonstração de patética frieza.
E o que dizer de um país que nem a isso reage ou, no máximo, tem uma nota de Gilmar Mendes, o que ia morrer a bala, recomendando que ele procure ajuda psiquiátrica?

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