sábado, 30 de janeiro de 2016

SEÇÃO: POLÍTICA

Hoje é dia de começar o fio da paralisia diante da crise

bici
Enquanto a atenção do país está voltada para a ofensiva, agora, de tentar criminalizar Lula, pouca atenção se dá para a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, hoje, momento – espera-se – escolhido por Dilma Rousseff e Nélson Barbosa para anunciar as correções de rumo na política econômica francamente recessiva posta em prática por Joaquim Levy.
Que aprofundou as dificuldades vividas com a crise mundial – como se essa já fosse pouco – e afundou as expectativas econômicas com a ajuda de uma mídia que produz ” um fluxo noticioso destinado a estimular a percepção de que a vida no país está se tornando insustentável e insuportável”, como descreveu anteontem, em excelente artigo, o jornalista Carlos Castilho, no Observatório da Imprensa:
“O noticiário, em especial dos telejornais, tornou-se um show de desgraças, tragédias e pessimismo generalizado. A líder absoluta no marketing do negativismo é a TV Globo, que por incrível que pareça, historicamente sempre procurou distanciar-se das baixarias predominantes nas emissoras concorrentes. Os telejornais Bom Dia Brasil e Jornal Hoje preferem os dramas pessoais, os assassinatos envolvendo problemas familiares enquanto o Jornal Nacional e o Jornal da Globo preferem a baixaria política e o derrotismo econômico.”.
A nada disso se vai vencer com políticas – de comunicação ou de qualquer área – que miem desculpas, em lugar de usar o poder, ao menos o que remanesce de poder no Governo Federal um ano e algo mais desde sua eleição e quase imediata renúncia ao confronto.
Evidente que confronto não é, muito ao contrário, o exercício da “força  cega” ou da teimosia. Mas também não é com um vago “a coisa vai melhorar”.
Se alguém quer saber o que faria ao Brasil uma política ortodoxa de enfrentamento de um quadro recessivo, não precisa fazer estudos. É só olhar o que nos deixou o “ano Levy”: receita despencando, déficit subindo, dívida crescendo, investimentos paralisados, emprego em queda e renda, idem.
É fato que o Governo não reúne condições políticas para uma reviravolta total. Mas tem de apresentar já ações ousadas – dentro do que é possível – para fazer a roda da economia voltar a girar.
Há um imenso arsenal de medidas – e recursos para elas – que pode ser utilizado e precisa ser, em alguns setores.
Construção civil é o mais significativo deles. Mas há outros em que se pode destravar decisões de investimento e de consumo.
É de esperar que, seguindo a boa máxima, o Governo vá para a reunião com as principais decisões já tomadas. Porque reunião produtiva é aquela em que se ajusta e se amplia o que o bom-senso manda fazer.
Ao contrário do que dizem os conservadores, não se conserta a roda da economia se a paramos. Quando ela gira, se apruma.

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