sábado, 24 de outubro de 2015

SEÇÃO: OPINIÃO

A Folha e o Homem de Neanderthal

neanderthal

Segundo a Folha, shows de Michel Teló, Paula Fernandes e Fernando e Sorocaba, em 2012, custavam R$ 350 mil cada um, mais despesas de viagem,  hospedagem e toda a estadia para suas equipes. Já Thiaguinho, Luan Santana e Gusttavo Lima, um pouco menos: R$ 300 mil.

Com o devido respeito, nem sei quem são, salvo por Teló, que teve um sucesso com algo como “ai, se eu te pego” ou outra erupção poética do gênero.

A mesma Folha, porém, vai seguir amanhã ou domingo a linha aberta pela Época – com a sigilosa cooperação do Ministério Público do Distrito Federal – a linha de criminalizar os ganhos do ex-presidente Lula com a realização de palestras no exterior, com passagens pagas por empresas brasileiras e instituições e governos estrangeiros.

Pelo menos, é o que se deduz da nota “preventiva”  do Instituto Lula dando conta de que o jornal “procurou hoje a assessoria do Instituto Lula na tentativa de legitimar mais uma de suas ilações maliciosas a respeito do ex-presidente Lula. Desta feita, a ideia é associar a frequência das palestras de Lula ao andamento da operação Lava Jato.”

A tese é de uma obviedade asinina.

Os contratos de palestras para Lula minguaram após a Lava-Jato, ou seja, em 2014.

E muito mais em 2015, porque ninguém quer ser “acusado” de estar financiando o “lulopetismo”.

Que minguariam em 2014, é obvio: em meio ao processo eleitoral para a Presidência, uma palestra de Lula ganha contornos eleitorais óbvios e eu, você ou um Homem de Neanderthal que estivéssemos dirigindo uma empresa privada se  retrairia diante disso.

Mas, como a Folha não habita a mesma capacidade de raciocínio que eu e você, leitor, nem a do pobre do Homem de Neanderthal, pode ser que se esmere até num “infográfico” que mostre a “queda da procura” por palestras do ex-presidente desde o ano passado.

Pior que isso, porém, é achar que Lula viaja, tem um encontro protocolar com um chefe de Estado ou dirigente estrangeiro, na “monoglotice” que o caracteriza, e diz para o tradutor “aí, mermão, fala pra ele que tem quinhetinho para fazer essa obra”?

Folha não debocha da inteligência de seus leitores, debocha da inteligência humana.

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