sábado, 6 de junho de 2015

SEÇÃO: OPINIÃO

A hipocrisia da Folha ao cobrar “demora do mensalão tucano”

6 de junho de 2015 | 11:36 Autor: Miguel do Rosário
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A Folha publica hoje editorial “reclamando” da demora no julgamento do chamado “mensalão tucano”.
Quanta hipocrisia.
Quantas reportagens fez a Folha para “pressionar” o Judiciário sobre o mensalão tucano?
Praticamente nenhuma.
No ano passado, o candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, foi perguntado porque recebeu R$ 200 mil de Marcos Valério? Não.
Veiga nunca apresentou uma mísera nota fiscal para comprovar algum serviço feito para Valério.
João Paulo Cunha, que recebeu menos que isso, brandia em vão as notas fiscais dos serviços que pagou, com o dinheiro de Valério; o empresário que assinou as notas fiscais testemunhou em sua defesa, dizendo que havia prestado o mesmo serviço que vinha prestando há anos para Cunha; não adiantou.
Cunha foi condenado e Pimenta da Veiga continuou ileso, blindado pela mídia, candidato ao segundo estado mais importante do país.
A Folha não fez nenhuma matéria sobre Pimenta da Veja no ano passado. Também não investigou.
O caderno de política da Folha está repleto de propaganda pró-impeachment de Dilma, especial sobre manifestações contra o PT, até joguinho contra o governo.
O mensalão petista virou uma seção eterna do jornal, assim como o seu sucessor, o petrolão.
O mensalão tucano nunca virou “seção” da Folha.
Hoje mesmo a Folha amanheceu com uma entrevista “bombástica” com Roberto Jefferson, falando as mesmas coisas que fala há dez anos, sobre o mensalão… petista.
Entrevistas e matérias sobre mensalão tucano, lista de Furnas, privataria tucana, aecioporto, helicoca, compra de votos para reeleição, trensalão, fifalão, suiçalão?
Nada.
A pauta ainda é – dez anos depois – mensalão petista.
Não só as pedras das calçadas, mas até os vermes sob elas, sabem que a Justiça e o Ministério Público, no Brasil, só funcionam à base de pressões da imprensa.
Esse editorial sobre o “atraso” no julgamento do mensalão tucano corresponde, portanto, uma ode gloriosa à hipocrisia da própria Folha.

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