segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

POLÍTICA: "A supervalorização de Marina Silva na mídia"


Por Sergio de Moraes Paulo
LN, 
essas análises de supervalorização de Marina Silva são muito ousadas. Cada eleição tem uma característica peculiar, que a diferencia na história. 
Lula deu um passa-moleque na oposição e na mídia militante quando deu a entender que lutaria por um terceiro mandato. Ele nunca disse que mudaria a Constituição para isso, mas havia essa movimentação dentro do PT, inclusive com a proposta de um deputado. 
Durante o segundo mandato, Lula sinalizou que seria uma mulher a candidata do PT. Inventou a "mãe do PAC" para fazer Dilma decolar. Muita gente acreditou que era balão de ensaio. Talvez até fosse mesmo. O fato é que o balão subiu - como teria subido ainda mais o de Roseana em 2002, não fosse pelos métodos serristas de enfrentar adversários...
Quando a oposição se deu conta, a candidatura Dilma já estava consolidada. Perderam tempo discutido o mítico terceiro mandato. 
Quem acompanhou as eleições de 2010 sabe que houve um momento que as tendências apontavam para uma vitória de Dilma logo no primeiro turno. 
Desesperados pelas circunstâncias e, diante da rejeição a Serra, a mídia e a oposição perceberam que um apoio discreto a Marina seria conveniente para forçar o segundo turno. Os resultados são conhecidos: cobertura jornalística simpática no PIG, com direito a matérias muito positivas no JN para Marina Silva. 
As razões dos votos que Marina obteve são diversas. Mas acreditar que todos que nela votaram em 2010 seguiram a "onda verde" é supervalorizar o discurso abinetalista. Todos somos simpáticos à causa ambiental, mas quantos de nós, efetivamente, a tem como principal parâmetro de comparação numa eleição, seja lá para qual nível de governo for. 
A questão que coloco é muito simples: num cenário de candidatura fraca pelo consórcio DEM-PSDB-PPS, a mídia militante tratará Marina Silva com a mesma generosidade? Lembro que Marina foi ministra do Meio Ambiente de Lula. Isso quer dizer que não há como acreditar que não se possa "construir" um escândalo que abale a sua imagem, seja com base em fatos ou não. A teoria das "gôndolas de escânalos" é cabível neste contexto. 
É apostar no improvável admitir a imparcialidade midíatica que favoreça Marina Siva e que ameace a ida para o segundo turno de Aécio, Serra ou seja lá quem for disputar com Dilma. 
Goste-se ou não, o quadro é esse. Eu não gosto.

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